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Spotify completa 10 anos no Brasil. Qual a relevância da música eletrônica no Brasil dentro do streaming?

O Spotify, atualmente a principal plataforma de streaming de música do mundo, completou 10 anos de história no Brasil, e junto a isso um relatório com as principais estatísticas do período como artistas e gêneros mais ouvidos.

Vamos passear um pouco por esses números e ver onde se encaixa a música eletrônica e sua relevância no Brasil em comparação com outros gêneros.

A primeira lista é a de artistas mais escutados no período de 2014 a 2023 com a saudosa Marília Mendonça encabeçando a lista. Aqui, vemos a predominância absoluta do sertanejo. Anitta e MC Ryan SP representam o funk.

Quando pegamos os artistas mais escutados de cada ano tem-se representatividade da música eletrônica. Em 2014, Calvin Harris foi o artista mais ouvido no país e seu mega hit ‘’Summer’’ lançado no mesmo ano foi a música mais escutada do ano no Brasil. Ele foi o único neste período. Incrível. Em 2015, ‘’Lean On’’ de DJ Snake e Major Lazer feat. MO foi a música mais ouvida no ano.

Entretanto, não há nenhuma eletrônica dentro das músicas mais ouvidas no país no Spotify nestes 10 anos.

‘’Hear Me Now’’ de Alok, Bruno Martini e Zeeba foi a música de artistas brasileiros mais escutada no mundo todo no período, o que mostra o tamanho dessa música e como ela foi representativa para a música eletrônica nacional, muitas vezes ouvida ainda mais em âmbito internacional. A música foi lançada em 2016 e ainda hoje é uma das mais aclamadas pelo público que não consome dance music como gênero principal e Alok toca em seus sets nos grandes festivais até hoje.

O single é a única eletrônica nessa categoria do Spotify.

Em relação aos álbuns e playlists mais tocados na plataforma, nada exclusivo de música eletrônica entrou no Top 10.

Essas listas definidas por categorias diferentes nos mostram que sim a música eletrônica ainda é um nicho que precisa ser mais trabalhado com o público nacional. Apesar disso, esta indústria vem crescendo no Brasil significativamente, algo também perceptível quando vemos investimentos estrangeiros em nosso país como o Tomorrowland vai fazer em Itu.

Os maiores festivais do mundo como elrow, Creamfields, Time Warp, os maiores artistas e labels estão de olho no Brasil. Nossos DJs e produtores também estão constantemente no topo da dance music, seja nos palcos ou nas plataformas como Beatport, pois nosso público é um dos maiores do mundo. Não à toa o TW tem o Brasil como segundo maior público de seus festivais, perdendo apenas para a sede Manheim.

Por isso, reforçamos sempre o apoio à cena local, os grandes eventos vêm pra cá e levam dezenas de milhares de pessoas, o que é sim importante. Mas, esses festivais vêm pra cá uma vez por ano. Os produtores, coletivos e artistas locais são aqueles que estão girando a roda todo fim de semana no club da sua cidade e verdadeiramente garimpando novos fãs e lançando novos talentos para a cena.

Como podemos fortalecer ainda mais a indústria de dance music nacional?

Por Adriano Canestri e Gábi Loschi

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