O CEO do Spotify, Daniel Ek, afirmou em seu X que nos dias de hoje ‘’o custo para criar conteúdo é quase zero’’, o que gerou repercussão nos comentários entre o público.
As pessoas confrontaram Daniel, principalmente após as últimas políticas do Spotify como aumento em mensalidades e desmonetização de músicas com menos de 1000 streams. Tim Prebble respondeu à publicação: ‘’A música ainda será valorizada daqui a cem anos.
Spotify não. Só será lembrado como um mau exemplo de ferramenta parasita para extrair valor da música de outras pessoas. (ou “conteúdo”, como alguns vigaristas gostam de chamar) a IA selará seu destino.’’
Em contrapartida, algumas pessoas mostraram-se compreensivas com a mensagem do CEO. Clyde Kelly comentou: ‘’Eu esperava encontrar algumas ideias interessantes nas respostas, mas são apenas músicos irritados se perguntando por que não conseguem pagar suas contas. Oferta e demanda, meus amigos. A oferta de pessoas que querem fazer música (e estão dispostas a fazê-lo de graça) é virtualmente ilimitada’’.
Há muito tempo a música pode ser feita no quarto de casa com um computador, um microfone, talento e uma boa ideia, isso é verdade. Mas qual o custo real disso?
Cursos, horas de tentativa e erro, instrumentos e sintetizadores caros e ainda sim a incerteza que alguns músicos têm de não saber se sua ideia e carreira realmente vai dar certo.
Ver muitas vezes alguém que chegou no mercado depois que você tendo mais sucesso, plays e oportunidades cobram um preço alto. Físico, mental e também no bolso, claro. Investir na carreira de artista é caro e muitas vezes sem o retorno esperado, inclusive no Spotify, plataforma que cada vez mais desvaloriza artistas com poucos números. Como bem disse Mike Butcher em resposta a Daniel ‘’Claro, porque tempo não é dinheiro, certo?’’.
O CEO do Spotify se defendeu no X. ‘’Só para esclarecer: meu ponto original não era desvalorizar o tempo, o esforço ou os recursos envolvidos na criação de obras significativas, seja música, literatura ou outras formas de expressão criativa. (…) A queda significativa no custo das ferramentas de criação (microfones, laptops, câmeras) levou a uma explosão sem precedentes no volume daquilo que as pessoas são capazes de produzir.’’
Uma matéria do site O Globo aponta que a plataforma de streaming já teve um lucro de 168 milhões de Euros no primeiro trimestre de 2024.
Por Adriano Canestri