Com uma carreira que se estende por mais de uma década, Gustavo Condé está dando os primeiros passos com seu novo projeto, Reishi. Recentemente, ele lançou o EP “Psilocybe”, que apresenta uma fusão de ritmos a 140 BPM e quatro faixas de full on, com o estilo “rolling bass” predominando.
Este trabalho marca uma nova fase na carreira do artista, onde ele explora a expansão da consciência e incorpora elementos culturais em suas produções.
Batemos um papo com Reishi, que compartilhou sua visão sobre o crescimento do psytrance fora dos nichos convencionais, seu processo de transição sonora, referências, e como experiências pessoais e culturais influenciam suas criações. Além disso, ele nos dá um vislumbre das expectativas e novidades que estão por vir em sua carreira.
O psytrance tem ganhado cada vez mais corpo fora dos nichos convencionais, seja influenciando a produção de outros estilos, ou mesmo pela maior presença de artistas de psy em clubs como Laroc, CAOS, Surreal Park. A sua opção em retornar ao gênero está encaixada, de alguma forma, nesse contexto de expansão do gênero? Como aconteceu esse processo de transição sonora neste momento da sua carreira?
O psytrance é a vertente que me levou a ser DJ e produtor, durante os primeiros anos da minha carreira era a vertente que eu tocava, ao passar dos anos me aventurei em outras vertentes como techno progressivo e vertentes do house, mais sempre tive uma paixão pelo psy e sempre tive o sonho de ter um projeto 100% autoral.
Acredito que esse retorno ao gênero está mais ligado a uma fase mais madura da minha carreira pois tenho me dedicado 100% a produção do Reishi a mais ou menos 1 ano. Claro que essa expansão do gênero é muito bem vinda, mas o psytrance sempre esteve presente nas minhas produções e no meu coração.
Hoje mergulhando de vez no psytrance, quais são as suas maiores referências?
Durante todos esses anos acumulei muitas referências do gênero, mas tem algumas que sempre estiveram presentes nos meus sets e nas minhas playlist, como Astrix, Wrecked Machines, Infected Mushroom, Liquid Soul, Burn in Noise, Gms, Ace Ventura, Daydin, Pixel, Domestic entre outros.
No último mês você lançou o EP “Maracá”, o segundo como Reishi. Você mencionou que “Maracá” reflete uma profunda conexão com o ambiente xamânico, com elementos como mantras indígenas e sonoridades da floresta. Como você escolhe e integra esses elementos culturais na sua música, e de que maneira eles influenciam a atmosfera que você deseja criar?
Ao longo da minha carreira tive a oportunidade de ser residente em um club na Amazônia onde tive um intenso contato com a cultura da região, isso com certeza influenciou minhas produções.
Acredito que esses elementos se encaixam com o psytrance que é uma vertente que tem esse lance cultural muito bem inserido. Experiências de autoconhecimento em rituais indígenas com certeza estão presentes em minhas produções.
Falando um pouco sobre o seu novo lançamento, o EP “Psilocybe”, nele você trouxe quatro faixas e a maior parte no estilo “rolling bass”, a partir de uma roupagem mais direcionada para festivais, a 140 BPM. Explique um pouco sobre o processo de produção deste EP, foi demorado?
A princípio as faixas desse EP foram feitas para serem singles, quando decidi lançar um EP vi que os temas das faixas tinham uma correlação que veio de uma forma não intencional, por isso achei que elas tinham que fazer parte de um só EP.
Acredito que todo artista tem seus momentos de maior ou menor inspiração, então o tempo de concepção das produções é um pouco relativo, no caso de “Psilocybe” em específico, o tempo foi em torno de 3 meses mais ou menos.
A faixa-título do EP, ‘Psilocybe’, foi inspirada nos cogumelos e na expansão da consciência. Como surgiu a ideia para essa track?
Reishi é o cogumelo da imortalidade, todo o projeto tem como inspiração o processo de expansão da consciência e o processo de autoconhecimento.
Tenho contato próximo com estudos sobre a psilocibina em contextos terapêuticos e esse tema me inspira, o fato da natureza nos fornecer um tratamento para inúmeros males me intriga e inspira.
Com “Psilocybe” você completa o seu terceiro lançamento como Reishi, e a partir de agora, como estão as suas expectativas para os próximos meses e quais são as próximas novidades do projeto?
Minhas expectativas para os próximos meses é poder compartilhar minhas produções com todos amantes de música eletrônica, e o Reishi tem alguns lançamentos futuros já marcados. E é claro, lançar o projeto e tocar em muitos festivais pelo Brasil. Vem muita novidade por aí!
Por assessoria