Artista criativo e autêntico do cenário do techno, o colombiano Jhonatan Ospina tem aproveitado sua estadia em São Paulo para surpreender. O DJ e produtor vem gravando lives apresentando-se, com seu tradicional synth theremini, em cenários culturais icônicos da cidade.
Até agora, foram publicadas as gravações no Hotel Selina e na Vila Itororó, mas o projeto mais ousado chega ao fim de abril: uma live no clássico Theatro Municipal de São Paulo, dirigida por Mateus Rigola — renomado cineasta e fotógrafo que já trabalhou com nomes como Cris Piza, Zé Felipe e Virgínia, Hungria, Péricles e Nando Reis, MC Guimê, Dennis DJ, Kevinho e Gusttavo Lima.
Teaser Theatro Municipal de São Paulo
Tivemos a oportunidade de bater um papo com Jhonatan sobre o projeto:
Jhonathan, você tem gravado lives em alguns cenários culturais icônicos de São Paulo. Isso é parte de algum projeto maior? Qual a ideia por trás?
Como DJ e produtor, estou gravando lives em cenários culturais icônicos de São Paulo como parte de um projeto maior. Ao fim, quero compilar todas as gravações e levar o público a um passeio imersivo na cidade de São Paulo ao som da música eletronica.
A ideia é proporcionar uma experiência única, combinando o techno com a atmosfera e a história desses locais emblemáticos. Meu objetivo é oferecer ao público uma nova perspectiva e criar uma conexão emocional entre a arte, a história e a música.
É importante ressaltar que minhas lives não são apenas um background bonito, mas também têm o propósito de transmitir mensagens importantes. Minha primeira gravação foi em um centro de reciclagem em Tulum, México. Nela, eu quis criar uma conexão poderosa entre a música e questões sociais e ambientais, e proporcionar uma experiência completa e significativa para o público.
A partir daí, eu iniciei as gravações em São Paulo. Realizei um vídeo incrível no Centro Cultural Vila Itororó e, mais recentemente, no Theatro Municipal. Ao escolher esses locais, eu não apenas valorizei a beleza arquitetônica e histórica deles, mas também busquei transmitir uma mensagem de valorização da cultura e da história local.
Também gravei uma live no Hotel Selina, uma continuação da de Tulum, já que o espaço é conhecido por seu compromisso com a sustentabilidade em suas operações.
Essa abordagem mostra minha preocupação em utilizar minha plataforma para promover a riqueza cultural e conectar com o público de uma maneira autêntica e significativa.
Como você tem escolhido essas locações? Quais os critérios, e como esses lugares chegam ao seu conhecimento?
Tomei as decisões com meu manager e produtor de criação. Ele é de São Paulo e possui um profundo conhecimento sobre a região. Realizamos uma pesquisa minuciosa para encontrar locais únicos que estivessem alinhados com o objetivo e a mensagem do projeto.
Nosso intuito foi buscar locações inusitadas, onde o público não imaginaria escutar música eletrônica. Essa abordagem tem como objetivo mostrar que se trata de uma forma de arte versátil, capaz de se moldar em qualquer ambiente. Ela vai além das tradicionais casas noturnas.
De que maneira a arquitetura e a vibe de cada ambiente influenciam em cada seleção musical?
A arquitetura de um espaço pode influenciar a forma como a música é percebida e experimentada. Além disso, a atmosfera de um ambiente é fundamental para determinar o estilo e o tom da música selecionada.
Cada local possui uma energia própria, e a seleção musical deve estar em sintonia com ela. Por exemplo, um espaço industrial e underground pode pedir por uma música mais experimental.
Seleciono faixas de minha própria autoria, de artistas que sou fã, como Giorgia Angiuli, e também de nomes ainda não tão conhecidos, mas com material de qualidade.
Como se deu a parceria com o Mateus Rigola?
Conheci o Mateus Rigola através da Cris Piza, ele gravou um videoclipe dela.
Quando apresentei a proposta para o Theatro Municipal, ele acreditou no meu projeto e assumiu toda a direção e gravação. Não poderia ter escolhido um profissional melhor, e sua equipe foi incrível ao meu lado. Estou muito grato por tê-lo como parte desse projeto.
O que podemos esperar dessa gravação de diferente em relação às anteriores?
A gravação no Theatro Municipal foi um sonho realizado. Foram três meses de trâmites burocráticos e produção para tornar isso possível. Estou muito empolgado em compartilhar que serei o primeiro DJ de música eletrônica a gravar uma live dentro desse icônico teatro.
Além do cenário imponente e exuberante, tive a oportunidade de misturar música eletrônica com música clássica. Entre as peças clássicas selecionadas estão “Carmina Burana” e “Nocturno”, de Chopin.
Fui extremamente cuidadoso na seleção das faixas para transmitir várias mensagens com essa live. Quero mostrar a versatilidade da música eletrônica ao combiná-la com a música clássica. Além disso, desejo quebrar o estereótipo do Theatro Municipal, que muitas vezes é associado apenas à ópera, e demonstrar que ele é, na verdade, uma casa aberta para todas as formas de arte de qualidade. Estou ansioso para compartilhar essa experiência única com todos vocês.
Em quais locais você ainda pretende gravar?
Neste momento, estou trabalhando com o Mateus Rigola na produção de uma última live gravada em São Paulo. Lançamento programado para final do mês de maio.
Posso adiantar que será um B2B com Felipe Pereira, “Crssfire”, e juntos vamos enaltecer a cidade de São Paulo com uma vista privilegiada do alto da cidade em cima de um edifício icônico.
Também estou planejando retornar à minha cidade natal, Medelín, na Colômbia, que será o cenário das minhas futuras lives. Estou empolgado com esses projetos e mal posso esperar para compartilhar com todos vocês!
E quais são as próximas novidades na sua carreira que você já pode compartilhar?
Acabei de assinar um contrato com um selo de Londres, o Underground Kollektiv Records, para o lançamento de uma track de techno. O lançamento está programado para a primeira semana de maio.
Assinei um contrato também com Aura Lopez, conhecida e influente Booking Agent da Essense Project, agência de gerenciamento e projeção artística na cena eletrônica colombiana e internacional.
Já comecei a trabalhar em outras faixas, nas quais uma delas eu gostaria de trabalhar em collab com outro produtor. Estou aberto para propostas.
Vou passar um tempo em São Paulo trabalhando nesses projetos, inclusive gostaria de dizer que estou aberto para convites de gigs.
Por assessoria