Não há como negar: a inteligência artificial já é algo que está presente em nossas vidas diariamente e não dá mais para voltar atrás.
O recurso da IA hoje pode ser usado para diversos aspectos de nossas vidas, sendo um auxiliar ou até mesmo desenvolvendo projetos inteiros apenas com o direcionamento humano.
Na música, não é diferente. A IA hoje chegou em um nível no qual é possível criar uma música por completo sem nenhum conhecimento de produção musical. Certamente, isso impactará no mercado e nos profissionais em um futuro nem um pouco distante.
A Goldmedia divulgou um estudo que foi desenvolvido a pedido de duas das principais sociedades de gestão coletiva do planeta, a francesa Sacem e a alemã Gema, em que aponta um cenário preocupante para artistas nos próximos anos.
A pesquisa fez uma previsão da quantidade de músicas produzidas por inteligência artificial e quanto dinheiro esse volume poderia gerar entre 2023 e 2024. Com um aumento de 60% ao ano, as músicas feitas por IA, sem interferência humana, podem gerar uma receita de mais de R$16 bilhões em 2028, enquanto em 2023 o valor foi de R$1,6 bilhão. Ou seja, em apenas 5 anos, é possível multiplicar em 10x o dinheiro gerado com as músicas sem que seja necessário um compositor ou produtor musical tocando o projeto.
Segundo matéria da União Brasileira de Compositores, 71% dos criadores franceses e alemães disseram aos pesquisadores que têm medo de não serem mais capazes de viver de música. Além disso, a perda dos criadores com a substituição pela IA pode chegar a R$5,1 bilhões.
Apesar de recente, o crescimento e o impacto da inteligência artificial em nossas vidas já é notório. Mesmo com leis que protegem os direitos autorais das músicas, as mesmas estão sendo utilizadas como base de dados para bancos de IA generativa, o que cria um conflito de interesse. Sendo assim, 90% dos compositores filiados à Sacem e à Gema acreditam que devem ser remunerados pelo uso de suas obras em IA’s.
Os músicos também acreditam que o público deve ser informado pela plataforma de que a música que está ouvindo foi feita por inteligência artificial, além de que os compositores devem ser consultados se sua música pode ou não servir como base para o banco de dados de uma IA.
O fato é que ainda há muito a ser discutido sobre o uso de IA em quase todas as frentes nas quais o recurso vem sendo utilizado, à medida que se torna cada vez mais uma realidade para as pessoas.
Você enxerga alguma solução para regulamentação do uso de inteligências artificiais?
Por Adriano Canestri