Desde 2015, quando iniciou sua carreira na música eletrônica, Victor Lou já apresentava um potencial impressionante. Com uma assinatura sonora sólida e a motivação de fazer diferente, estava claro que ele não seria apenas mais um na indústria musical. Dessa maneira, o artista goiano foi rapidamente conquistando uma legião de fãs, na mesma progressão que alcançava selos gigantescos do cenário global, como Bunny Tiger, STMPD RCRDS e mais, além de palcos de grandes prestígio como Rock in Rio e XXXperience.
Com essa ascensão astronômica, Lou se consagrou como um dos protagonistas do cenário mainstream no Brasil e, a cada ano que passa, reforça que para ele, apenas o céu é o limite. Assim, cada novo projeto do artista demonstra sua constante evolução, seu objetivo de alçar voos ainda mais altos e a vontade de ir além. Essa premissa tem se confirmado nos últimos anos, após novas referências agregarem o seu perfil musical.
O Shark, como é conhecido pelos fãs, sempre esteve fortemente ligado ao Desande, um gênero que traz a união do Tech e Bass House, com ritmos brasileiros quentes e linhas de baixo pesadas. Mas em seus recentes projetos, Victor mostra que não se prende a um único estilo, na verdade, sua pesquisa musical vai muito além e é capaz de apresentar sets e produções que bebem das mais diferentes fontes.
Esse perfil musical multifacetado ficou ainda mais evidente em sua recente performance na Rocinha, onde apresentou o “Summer All Day vol. 04”, que trouxe referências diversas e incorporou suas novas descobertas musicais. Da mesma forma, o single “Baile Lotadão”, performado pela primeira vez na ocasião e lançado oficialmente no dia 02 de fevereiro, reafirma este momento de sua carreira, experimental e com fortes influências do Techno, mas sem deixar de lado a identidade sonora que o consolidou.
Em pouco mais de um mês, 2024 já se consagra como um ano importante para a carreira de Victor Lou e por isso, o convidamos para uma entrevista exclusiva. Confira:
Olá, Victor! Seja bem-vindo à House Mag novamente. Primeiramente, parabéns pelo novo lançamento. “Baile Lotadão” é mais um single que mostra sua evolução musical e sua experimentação por outras vertentes, além do Desande e Bass House. O que você pode nos contar sobre esta faixa? Como foi o processo criativo?
R: Podemos dizer que houve uma fusão de Techno e Melodic Techno com o Funk (acapela) resultando na faixa “Baile Lotadão”. Gesualdi teve a grande ideia de usar um sample pack de vocal e batidas de funk, incorporando elementos brasileiros, mas sem perdermos a essência do Techno. Embora desafiador e sem referências, o resultado final foi satisfatório.
Esta é uma collab com Gesualdi, um artista que também tem se destacado na cena eletrônica nacional, mas principalmente no Melodic Techno e Progressive House. Como aconteceu esta parceria e como as visões musicais de vocês foram se encaixando no “Baile Lotadão”?
R: Gesualdi é um ótimo produtor. O que ele me apresentou foi uma música que quebrou qualquer expectativa que eu tinha e, talvez, de todos que me acompanham. Quem me apresentou Gesualdi foi o meu Empresário e o Music Manager que trabalha comigo. Veio na hora certa e foi abertura do meu set na Rocinha.
A primeira performance da faixa aconteceu na gravação do Summer All Day, que aconteceu no último mês na Rocinha e, pelo que vimos, a música foi super bem recebida. Vocês já esperavam esse desempenho da faixa?
R: Já esperava, sim. Essa música casou com o momento, foi incrível.
Falando em Summer All Day, nesta edição você resolveu levar o projeto para a Rocinha, uma localidade onde predomina majoritariamente o funk. Como foi realizar este set por lá e a recepção do público local? Também ficamos curiosos sobre a preparação deste set, quais referências e objetivos você trouxe para este quarto volume.
R: Com certeza foi um desafio pelo estilo de som que predomina a praça, mas acreditamos porque por trás de tudo isso havia um propósito: ajudar quem precisa. Fizemos arrecadação de agasalhos e alimentos, além de contratar colaboradores da própria comunidade para nos auxiliar em alguns setores do evento.
Geramos emprego, movimentamos o turismo, com as doações nós ajudamos quem mais precisava, no palco havia muitos produtores e DJs novos que mereciam uma oportunidade de mostrar seu talento, e ainda convidei especialmente dois artistas pretos para estarem dividindo palco comigo, que são: Morfasi (saxofonista) e o Odaya (músico instrumentista e cantor). Foi especial. Eu jamais vou me esquecer.
Você tem explorado novas sonoridades, implementando principalmente referências do Techno em suas produções. Você sempre teve este apreço pelo gênero? Quais são as suas principais influências neste momento da carreira?
R: Eu vim do trance para falar a verdade, e costumo ser muito dinâmico nas minhas produções. Ouço muitas coisas novas e o que me atrai é o que eu acredito e trago para o meu projeto. O que eu nunca vou perder é a minha essência.
Para finalizarmos: o que podemos esperar de Victor Lou em 2024? Quais as projeções para este ano? Obrigada pelo papo :)
R: Quero levar a música para mais lugares inacessíveis. Summer All Day e Blackartel são os projetos que estou focado.
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Por Nicolle Prado