Estabelecido no Brasil em 2012, o Lollapalooza tem sido um dos maiores festivais do país, ajudando a espalhar a cultura musical por essas terras. Pode-se dizer que nos últimos dez anos, o Lolla capitaneou o movimento dos megafestivais ao lado de Rock in Rio, seu recém-nascido irmão paulista The Town e o prata da casa Coala Festival.
A evolução desses três eventos nos ajuda a perceber como a música eletrônica cresceu, amadureceu e ganhou corpo no país — impulsionada, em grande parte, por esses mesmos festivais, que deram cada vez mais atenção a ela, o que só foi possível, porém, pelo aumento de demanda e popularidade.
Rock in Rio
Inaugurado em 1985, o Rock in Rio passou a dar espaço à dance music em 2001, com a criação da chamada Tenda Eletrônica, que trouxe 25 atrações em sua estreia. Em 2019 — 18 anos depois, portanto —, não somente a quantidade de artistas do gênero era muito maior, como o espaço dera lugar a um projeto que elevava ainda mais a relevância da música eletrônica dentro do festival: o palco New Dance Order.
Com 65 metros de extensão, 24 metros de altura, 560 metros quadrados de LED Screen e tecnologia de última geração, o NDO já recebeu em suas três aparições (duas no RiR e uma no The Town) nomes como Above & Beyond, Alesso, ANNA, Cat Dealers, Claptone, Eli Iwasa, Gabe, Gui Boratto, Infected Mushroom, Kerri Chandler, Lost Frequencies, Vintage Culture e Vitalic.
Isso sem falar de quando os nomes mais populares brilharam em outros palcos do Rock in Rio, como Alok, David Guetta e marshmello.
Lollapalooza
Quando chegou ao Brasil, o Lolla já pegou um cenário eletrônico relevante o suficiente para ter, também, o seu próprio palco — além de nomes como Calvin Harris, deadmau5 e Skrillex pintando como headliners.
Desde a primeira edição em São Paulo, o festival tem no espaço que leva o nome do seu fundador — o antigo Palco Perry, hoje Perry’s by Johnnie Walker — o local onde DJs e produtores musicais desfilam sua arte.
Mas esses 12 anos também demonstram uma evolução inquestionável na curadoria, peso e tamanho desses artistas designados ao local. E isso se reflete não apenas com os big names gringos, mas sobretudo com o status que diversos nomes da cena eletrônica nacional ganharam.
Em 2014, por exemplo, na primeira edição do Lollapalooza Brasil no Autódromo de Interlagos, a presença de alguns heróis nacionais da discotecagem ainda era tímida, com as convocações de Digitaria, Elekfantz, FTampa e Gabe.
Dez anos depois, essa lista aumentou em mais de quatro vezes, com DJs brasileiros como Classmatic, Curol, Ella Whatt, From House To Disco, Gabe, Giu, Groove Delight, Jessica Brankka, Marina Dias, Mary Mesk, Mila Journée, Ratier, Riascode e Sarah Stenzel dominando a programação.
Coala Festival
Em 2014, por sinal, também foi o ano do primeiro Coala Festival, evento dedicado exclusivamente à música brasileira, em seus mais variados estilos — e igualmente, com cada vez mais espaço para disc-jóqueis, embora de um perfil um pouco mais alternativo, como Cinara, DJ Nuts, DJ Paulão, KL Jay e Tahira.
Pois é. A grandeza da música eletrônica dentro dos maiores festivais de música do país já está mais do que consolidada, e com cada vez mais brasileiros assumindo o seu protagonismo.