Com mais de 1 milhão de plays no Spotify, Flakke faz faixa a faixa exclusivo do novo álbum para a HM

Por redação

Foto de abertura: divulgação

Durante essa quarentena, assim como diversos outros produtores e produtoras, Flakkë, além de ter que driblar o ócio criativo da paralisação das festas e eventos, se deparou com a dúvida: apostar em lançamentos radiofônicos ou investir na pegada pista?

Sabemos que o artista tem uma sinceridade explícita e uma autenticidade em sua linguagem sonora, estética e de comunicação com seu público. Então, nenhum, nem o outro. Música para se expressar sem influências externas ou pressão.

“Me surpreendeu muito a Sony se interessar e lançar o álbum ‘Falling’. Foi uma surpresa grande, porque foram músicas que eu fiz para mim, um som e atmosfera que eu estava sentido falta nas músicas”, conta.

Mas, o que ele estava sentindo falta? De acordo com Flakkë, ele percebia a falta de um lance mais mágico, energético, até mais dark em alguns momentos, já que estavam todos buscando sonoridades mais leves, “bonitinhas”.

“Falling” é um álbum que transmite magia, transportar quem o ouve, de preferência na sequência proposta, para um universo medieval, da magia que os contos são capazes de nos levar e a música também.

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Flakkë – Foto: divulgação

Com exclusividade para a House Mag, Flakkë traçou um faixa a faixa para mergulharmos nesse universo. Acompanhe!

PRELUDE – “Ela foi feita antes de eu pensar em lançar um álbum, fiz ela para ser uma intro de show para a música seguinte, a ‘Falling’. Quem já foi em algum show meu sabe que eu invisto bastante em momentos como intro, quebras de tensão e encerramentos apoteóticos, então, a ‘Prelude’, acabou sendo escolhida como a intro do álbum justamente por ter sido concebida para ser a intro de um show na qual a ‘Falling’ seria a primeira música”.

FALLING – “A ‘Falling’ foi feita bem no início da quarentena, quando eu vi todos os meus planos irem por água a baixo, amigos e familiares desesperados, o mundo todo tomado por aquela atmosfera de medo e de desespero. Essa música retrata muito bem o que foi pra mim esse período de início de quarentena e os drops extremamente pesados e energéticos retratam também a raiva e a indignação que eu senti na época”.

DO IT – “A ‘Do It’ é a faixa que eu considero mais pista do álbum, porque ela foi feita sob grandes influências do tech house. Eu fui na casa da minha amiga Mary Mesk assistir uma live sendo gravada e quando cheguei em casa quis matar a saudade de fazer uma track pista, mas, como eu tava muito embebido naquele sentimento de ‘tudo acabou’ do começo da quarentena, acabou saindo algo extremamente sombrio e temático”.

DAWN OF A NEW DAY – “Essa foi a única faixa que eu fiz depois de ter decidido que isso tudo ia ser um álbum com as transições perfeitas, eu fiz ela apenas com o intuito de unir as tonalidades das primeiras músicas com as seguintes e, também, trazer uma mudança de vibe. O álbum começa extremamente pesado e sombrio, e essa ponte passa exatamente pra mim o sentimento de quando você acorda após uma noite repleta de pesadelos”.

SCARBOROUGH FAIR – “A ‘Scarborough Fair’ foi a única faixa feita antes da quarentena, e tava perdida aqui no meu computador. Eu sempre quis fazer uma versão dessa música, que pra quem não sabe é um canto medieval tradicional de autor desconhecido. Acabou que ela casou demais com a vibe do álbum e ela passa o sentimento melancólico e esperançoso que eu tava buscando após as primeiras músicas sombrias”.

FADE AWAY – “Essa música eu fiz no ápice da minha ‘depressão’ durante esse período. Foram tempos realmente difíceis e desesperançosos pra mim, onde eu não estava conseguindo mais me enxergar nele e estava sentindo que eu estava aos poucos desaparecendo, daí vem o nome da música. A primeira coisa que fiz nesse som foi gravar o vocal do começo falando ‘fade away’. E os drops dela, principalmente, o primeiro foram a forma que eu encontrei para me rebelar contra esse sentimento de impotência que estava sentindo. Por isso que ele é tão pesado, ele precisava ser. Nenhuma revolução se faz pacificamente”.

FAIRY DUST – “Essa música eu fiz quando voltei a me cuidar e quando vi que tinha muita gente legal do meu lado que realmente gostava de mim, principalmente, meus fãs que sempre tem o maior carinho por mim. E eu me senti curado quando percebi todo esse amor que eu constantemente recebo. Por isso, o nome da música, o pó de fada no caso é o amor e o carinho das pessoas com as outras pessoas, que é capaz de curar até alguém que não está conseguindo mais enxergar a luz. E pra produção dela eu quis trazer uma ambientação etérea e mágica inspirada nos filmes Disney e também em Zelda”.

MORNING STAR – “Um pedaço da melodia dessa música era cantada pra mim quando eu era criança pela minha mãe, e para mim, é o maior sentimento de nostalgia que uma música pode trazer. Durante a quarentena eu terminei de compor ela pra minha mãe e acabei transformando ela em uma música inteira. Fiz ela originalmente no piano e quando o álbum estava quase pronto eu decidi usar ela como encerramento, justamente, porque ela passa essa sensação de melancolia e também de esperança, eu queria passar justamente a sensação de segurança e carinho que eu tinha quando minha mãe cantava ela para mim na cama”.

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