Por redação
Foto de abertura: divulgação
Volkoder é um dos principais produtores brasileiros, com uma case recheada de hits e que se espalharam pelas pistas dos quatro cantos do mundo. E não existe fórmulas, porque cada track é uma ousadia diferente da mente criativa por trás do projeto, Marcos Beneditti.
Agora, ele carimba mais uma: “Tornado”. A faixa é assinada junto ao britânico Sam Supplier e lançada pela gravadora Catch & Release, do ícone Fisher. Em apenas uma semana de lançamento, a música estava no top #1 do chart de tech house (e permanece até essa entrevista) e no top #2 no overall do Beatport, maior plataforma digital de venda de música do mundo.
“Tornado” já tem mais de 200 mil plays no Spotify e vem recebendo suportes de grandes nomes da cena, mesmo antes da pandemia.
Esta é a primeira vez que Volkoder está no topo do Beatport, uma conquista e tanto para o brasileiro que vê essa oportunidade como uma forma de dar mais visibilidade ao seu trabalho em todo o mundo, principalmente, após 10 anos de estrada, aprendendo a produzir de forma autodidata e criando músicas dentro do seu próprio quarto no início da carreira.
Batemos um papo com o produtor para sabermos mais sobre a sua dupla estreia, na label de Fisher e no topo do Beatport!
HM – Como surgiu a oportunidade de lançar na Catch & Release do Fisher? Como aconteceu a produção de “Tornado”?
Conheci o Fisher pessoalmente em janeiro de 2018 , na primeira tour dele no Brasil. Tocamos juntos em um evento e, conversando no camarim, ele falou que acompanhava meu trabalho e que frequentemente tocava tracks minhas nos seus sets. Naquele dia trocamos contatos e eu comecei a mostrar pra ele um pouco do que estava produzindo no estúdio.
Algumas semanas depois eu fui fazer uma tour pela Europa, foi quando conheci o Sam Supplier. Eu toquei antes dele na Ministry Of Sound, em Londres, e instantaneamente criamos uma relação diferenciada. Além da admiração mútua que sentimos pelos sets que cada um apresentou, nossas energias se conectaram, ou como dizem por aí “nosso santo bateu”. A partir desse momento, começamos a nos falar frequentemente e planejar criar algo juntos. Do desenvolvimento dessa relação e depois de incontáveis mensagens trocadas nasceu a ideia da “Tornado”.
Quase que na sequência dessa minha tour, em setembro desse mesmo ano, o Fisher veio para o Brasil tocar no Só Track Boa de São Paulo, onde nos encontramos novamente e ele me contou que estava lançando sua label e abrindo as portas para tentarmos lançar algo por lá no futuro.
Com o passar do tempo, o projeto da “Tornado” foi ganhando corpo, a carreira do Fisher teve uma explosão e assim que fechamos a primeira versão do projeto eu mandei um link pra ele. Por uma sincronicidade da vida, naquele exato momento, ele estava on-line, poucos minutos depois ele já tinha ouvido, baixado a track e respondeu falando que tinha grande potencial para ser uma bomba nas pistas. No dia seguinte, ele já tocou ela na sua residência em Ibiza e como esperado a reação do público foi muito boa. Desse momento em diante a track não saiu mais das suas apresentações e começamos a trabalhar para lançar a mesma pela sua label.
HM – Descreva a track tecnicamente e sentimentalmente.
SENTIMENTALMENTE: o “Tornado” das pistas de dança!
TECNICAMENTE: um vocal curto direto ao ponto combinado com synths analógicos criando a tensão de subida até o drop que é, de fato o grande “Tornado” da track com baterias marcantes e uma linha de baixo que conduz o ritmo da track.
HM – Como foi trabalhar com Sam Supplier?
Pela forma como nossa relação se desenvolveu, o projeto todo evoluiu de forma bem natural. Por ele estar em Londres e eu em São Paulo, tivemos que aprender a lidar com a questão do fuso horário, mas, criamos a nossa fórmula e funcionou bem tranquilamente. O mais complexo foi, depois de muitas idas e vindas, definir que tínhamos chegado ao resultado final que ambos visualizavam na track. Mas chegamos lá! [rs]
HM – O que significa alcançar o top #3 do Beatport, sabendo que dezenas de pessoas compraram a sua música?
Mais do que qualquer coisa é o reconhecimento e a legitimação de um trabalho. Fazer música é a nossa arte, quando estamos no estúdio não estamos pensando onde aquela ideia vai chegar. Estamos apenas canalizando nossos sentimentos, inspirações e criatividade em música. Saber que essas criações, de alguma forma, agora fazem parte da vida de tantas pessoas é uma das maiores recompensas que um artista tem ao longo da sua carreira.
Falando especificamente do Beatport, conseguir se colocar junto aos maiores artistas da cena eletrônica é uma realização inexplicável. É uma exposição que abre portas, desperta interesse não só do público, mas, também, de artistas para o meu projeto. Então, além de tudo é um grande estímulo para continuar trabalhando com ainda mais garra e confiança nos meus objetivos e propósitos.
HM – Quais são os planos para 2021?
É complicado tentar planejar o futuro nesse momento tão difícil que estamos passando como sociedade, então, o principal plano para 2021 é que seja um ano em que tudo volte à normalidade. Mas, para não deixar de responder a pergunta o planejamento é continuar produzindo música, me relacionando com artistas e gravadoras que me inspiram e me identifico. E junto com o meu time e a minha verdade entender a melhor forma de trabalhar as oportunidades que o futuro reserva para mim!