Por redação
Foto de abertura: divulgação
Na década passada, o DJ e produtor David Dann, nascido em Nova York, criado em Los Angeles e apaixonado por música, aterrissava em terras tupiniquins mostrando ao público brasileiro o talento que o fez ser reconhecido no exterior. Seu primeiro álbum, “To Each His Own”, foi um tiro certo! O artista marinou suas produções pelo tempo necessário para que, ao serem lançadas, pudessem fazer “barulho” na cena, sendo mais do que um novo álbum, sua personalidade sonora. Correndo das pressões das gravadoras, deu esse passo de forma indepentende, acreditando no seu som, e alcançou o público e artistas de uma só vez.
Foto: divulgação
Porém, em um certo momento da sua carreira, passou a se dedicar à outras frentes do mercado da música, como empresário, A&R, dono de gravadora, sendo responsável por trabalhar com nomes como ZHU, Gallant e THEY, por meio da Mind of a Genius Group. Mas, nunca deixou de lado a alma artista que o acompanha desde sempre, algo que não se aprende ou ensina, se nasce.
Durante a quarentena, decidiu produzir sua nova faixa, “You and Me”, após um hiato de sete anos, inspirado pela força musical que gritava em seus ouvidos. Era hora de voltar para si! A track foi lançada com o vocalista francês Nicolas, e traz referências do deep house atual, que combinam com os vocais e a sonoridade leve do produtor. Uma sonoridade intimista e, ao mesmo tempo, eufórica pelo tom emotivo e toda carga que reflete, um novo início em meio a uma nova cena, um novo mercado, um novo mundo.
Enquanto você desfruta da track que marca o seu retorno aos holofotes, confira a entrevista exclusiva com David Dann para a House Mag.
HM – Você desempenhou muitos papéis na indústria da música. De empresário, a A&R, a dono de gravadora e, antes de tudo, artista. Conte-nos sobre sua carreira com suas próprias palavras. Como você começou e como chegou onde está hoje.
Que jornada maluca, certo? Sempre estive aberto para onde a vida me levou, dependendo das estações. E depois de experimentar uma viagem tão louca trabalhando em nome de outros artistas, eu queria começar a trabalhar em meu próprio projeto artístico novamente. A pandemia abriu fortemente essa linha de pensamento para mim e me deu a oportunidade de realmente abrir espaço para criar minha própria música. Já que os dias da explosão do EDM na América já se foram e o gosto pela dance music mudou para gêneros de nicho mais interessantes, eu senti que era a oportunidade perfeita para voltar. Era preciso reiniciar, e o momento não poderia ter sido melhor. Eu ainda estou administrando a gravadora e sempre farei isso, mas ao longo do ano passado eu realmente queria me conectar com os fãs e as pessoas da cena novamente com meu próprio projeto.
HM – Quem foram algumas das suas principais influências e ídolos na música enquanto crescia, e como eles influenciaram a música que você criou desde o início?
Sade, Radiohead e 2Pac foram os meus três favoritos. Acho que a mensagem em sua música foi tão criativa e impactante que realmente ajudou a moldar todo o meu gosto musical. As coisas que eles cantavam ou escreviam realmente ressoavam profundamente em mim, fosse amor, família ou lutas por dinheiro, esses temas sempre pareciam relacionáveis quando adolescente.
Foto: divulgação
HM – Nos seus primeiros anos como produtor e DJ, você passou muito tempo na América do Sul, especificamente, no Brasil. Conte-nos sobre sua experiência aqui como artista, o que foi igual ou diferente em relação ao local onde você estava em turnê.
Posso falar sobre o Brasil por dias! O Brasil foi o primeiro país a realmente me mostrar amor e se abrir para a minha música de uma forma que parecia tão natural e fácil. Meu primeiro show foi para alguns milhares de pessoas foi em Florianópolis, em um lugar chamado El Divino, e sou apaixonado pelo país desde então. Mal posso esperar para que esta pandemia acabe para eu poder voltar e fazer uma tour pela região.
HM – Quando você deu uma pausa no primeiro estágio da sua carreira artística, como era a cena da música eletrônica e dance? Como você acha que mudou desde então?
Foi ótimo quando comecei. Uma cena pura e realmente íntima que eu senti que era realmente amada por apenas algumas pessoas que sabiam dela. Com o tempo, rapidamente, foi para um lugar comercial com o qual eu não estava feliz. Foi quando eu comecei a gravadora (Mind of a Genius) e sabia que queria ir em uma direção diferente fora da EDM por alguns anos. Agora que parece que a dance music voltou às suas raízes, me deixa muito feliz por reentrar na cena e ainda manter minha gravadora funcionando ao mesmo tempo.
HM – Mind of a Genius Records foi a plataforma de lançamento para alguns dos artistas mais importantes da última década. Que experiências ao dirigir sua gravadora você está tendo e aplicando para reiniciar como artista solo?
Nada pode substituir o trabalho árduo e a dedicação ao seu ofício. Seus fãs são a parte mais importante disso, e isso não deve ser esquecido.
HM – Seu primeiro single, “You & Me”, é profundamente pessoal e ainda funciona perfeitamente na pista de dança (ou na pista de dança da sua casa, atualmente). Conte-nos sobre a inspiração para a música e por que você a escolheu como seu primeiro single de volta como artista solo?
Eu ouvi a demo que Nicolas fez através de um amigo muito próximo e, imediatamente, sabia que poderia levá-la para o próximo nível. O “sound design” e o desempenho vocal eram contagiantes. Era algo que eu não conseguia parar de repetir desde o momento em que ouvi. Parecia a música perfeita para eu lançar assim que a ouvi.
HM – Com o que você está mais animado ao retornar para sua carreira solo? Com o que você está mais nervoso ou preocupado?
Estou definitivamente nervoso sobre como as pessoas vão reagir à música ao vivo, mas, o mais importante, estou nervoso ao fazer uma transição tão drástica de onde estive nos últimos anos da minha vida. Estou em um lugar totalmente diferente agora. Sou casado, tenho aspirações completamente diferentes do que tinha anos atrás e realmente me sinto ainda mais conectado à música do que nunca. Todas as experiências que tenho de trabalhar em diferentes partes do mercado da música e, também, todas as viagens que fiz todos esses anos, me deram uma visão realmente diferente e nítida de tudo.
HM – O que você espera que os ouvintes tirem ao ouvir a música?
Espero que os ouvintes sintam a conexão com a música e a intenção das letras e, acima de tudo, espero que as pessoas que estão ouvindo realmente queiram se levantar e dançar a música. Imaginei essa música em uma festa diurna ou até mesmo no carro com um ente querido a caminho de um jantar ou club. Toque para fora!
HM – Conte-nos sobre seus planos para os próximos meses. Os fãs devem esperar um álbum em breve? Que tipo de música podemos esperar ouvir?
Vou lançar novas músicas a cada seis a oito semanas. Posso lançar um álbum no final do ano que vem, mas, não estou focado tanto em um projeto completo quanto estou em lançar músicas de forma consistente que me deixem muito orgulhoso e animado.
HM – Última pergunta! Que mensagem você gostaria de deixar para seus fãs aqui no Brasil?
Obrigado por tudo que você fizeram por mim até agora. Mal posso esperar para ver todos vocês de volta na pista de dança em todo o seu lindo país.