Por Luiza Serrano
Foto de abertura: divulgação
King é um DJ brasileiro que faz qualquer baile curtir e dançar do início ao fim do seu set. Sua habilidade no toca-disco e o feeling apuradíssimo quando o assunto é repertório e clima na pista, tornaram DJ King uma das principais referências no hip-hop brazuca e, também, no mundo, ao quebrar o recorde mundial tocando sem parar por 120 horas e 19 minutos em 2011, tornando-se DJ Kinguinness.
As lives intermináveis que estamos assistindo nos dias de hoje nem passavam pela cabeça de artistas e público. Sempre à frente no tempo, como conferimos na matéria publicada na House Mag e no bate-papo com King no Instagram da revista, King se propôs a fazer mais do que uma transmissão na Twitch, mas, bater mais um recorde, agora, on-line.
Assistindo nesses últimos seis meses a movimentação de lives na internet, principalmente, no nicho musical que atua, King conheceu alguns DJs que fizeram horários extremos. Um deles, é o Jay Mariani, colaborador da House Mag que bateu 24 horas de live ao lado do Mochakk. “Comecei a pesquisar quem estava há bastante tempo. Um amigo nosso fez 26 horas, uma gamer 31 horas e um MC americano que fez 33 horas”, conta King.
Gigante no tamanho, no talento e em encarar desafios, o que era para ser apenas uma transmissão de 24 horas no aplicativo, é claro, que se transformou em uma meta maior. “Minha intenção era a princípio fazer 24h para tirar uma onda. Agora, é passar essas três pessoas que fizeram a maior marca na Twitch. Chegar a 34 horas e a marca do recorde ficar sendo minha”, desafio lançado.
Mas será que para quem fez 120 horas, ou melhor, 120 horas e 19 minutos, 34 horas será moleza? “Na época eu tinha muitas regras, porém, não tinha o stream ao vivo o tempo todo como agora nas 24 horas. Então, agora tem um pouco mais do lance do vídeo e audiovisual. É um desafio um pouco mais arriscado, vou ter que trabalhar, tocar, modificar telas, templates, fundos, backgrounds, tudo na parte de audiovisual que eu estou aprimorando, também, nos projetos das lives”, revela.
King, inclusive, falou muito sobre isso na entrevista com Jay Mariani para a House Mag, reforçando que um DJ não apenas toca, mas, interage, se preocupa com o visual, com a estética, com o todo. E, em tempos de transmissões, muitos artistas se preocupam com o visual, mas, esquecem da qualidade de som, da imagem. Outros, se esquecem da câmera, e não interagem. Ou seja, para se destacar é necessário, sim, pensar em todas essas arestas.
Com anos de pista, King tem uma dedicação especial ao repertório, mesmo com todo o rico acervo na sua case. Para o desafio na Twitch, ele separou músicas durante quase um mês e meio. Ou seja, não pense que se você resolver fazer uma live tão longa de um dia para outro pode dar certo apenas na empolgação. “São vários sets temáticos, separados por horas. A cada uma hora eu faço um tema. Vão ter originais, samplers, samba rock, rap nacional, rap alternativo, underground, set relacionado às mulheres, que eu dou o título de Divas”, conta.
Pensou que para por aí? São 34 horas! Ainda tem os sets Rolê na Night, uma série de sets que King faz, slow jam, eletrônico, rhythm and blues, brasilidades e alguns temáticos com parceiros como Tropkillaz, Racionais, Baile do Ganja, Chocolate Music e Só Pedrada Musical. “A galera vai gostar muito, bastante música boa e escolhidas a dedo”, afirma.
Sem dormir há quase três dias, mergulhado em preparativos e correria monstra, King está pronto para o desafio. “A gente imagina um projeto e quando vamos executar é duas ou três vezes mais do que imaginávamos. Vou começar a maratona cansado, mas, vou seguir firme”, finaliza.
Diferente do seu recorde mundial, desta vez, não há plateia física. Porém, isso não impede as mensagens, o apoio e as boas energias, de preferência, dançando e curtindo enquanto ele toca em seu canal na Twitch. O play é ao meio dia, neste sábado, 8, e só acaba segunda-feira, ou será que estende mais?