Por assessoria
Foto de abertura: divulgação
Fran Bortolossi é um dos grandes artistas da cena underground revelados pelo estado gaúcho. Perto de completar 15 anos de carreira, Fran possui muitas conquistas na conta e memórias das boas para recordar. Um dos seus grandes trunfos foi a festa Colours, idealizada em 2009 na Serra Gaúcha, hoje com mais de 100 edições realizadas, sempre se destacando pela curadoria de ponta e produção impecável.
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Mas, nas pistas Brasil e mundo afora, outro grande presente que ganhou foram as amizades, uma delas com um cara pra lá de especial e muito conhecido pelos clubbers brasileiros: Kolombo. A dupla se conheceu em 2011, já fizeram alguns b2b e hoje compartilham também de uma iniciativa musical, a gravadora Otherwise Records, lançada oficialmente em junho. Até aqui já são dois EPs lançados, o terceiro, “Against The Law“, chega dia 7 de agosto com um remix de Fran Bortolossi.
Kolombo e Fran Bortolossi – Foto: divulgação
Falamos com ele para saber sobre essa parceria e como está sendo o trabalho com o selo.
HM – Fran! Tudo bem? Conta pra gente um pouco mais da sua relação com o Kolombo. Quando foi que você o conheceu e quando vocês tocaram juntos pela primeira vez?
Fala, pessoal! A gente se conheceu em setembro de 2011 em Budapeste, na Hungria. Na época, eu morava em Londres, e o Kolombo estava tocando na festa do Add2Basquet, um DJ húngaro que já tinha tocado na Colours e eu mantive uma amizade. Aí ele nos convidou para conhecer a cidade e, de quebra, curtir uma festa com o Kolombo. Na época, eu conhecia o Kolombo porque o John Digweed tocava uma música dele. E eu curtia bastante o som.
Fui para festa e rapidamente nos demos bem e nos tornamos amigos. Ele me pedia muito para vir ao Brasil, me falava que estava com o som que funcionaria aqui. E voltando para o Brasil, uns meses depois, organizei uma tour para ele e dali pra frente, a pedido dele, eu participava de todas as festas fazendo o warm up. Então, passamos a viajar juntos por toda América Latina.
HM – Bom, você tem quase 15 anos de carreira e, com certeza, dividiu a cabine com muitos DJs. Por qual motivo você acha que a sua amizade com o Kolombo se fortaleceu e foi além?
Desde o início nos demos muito bem. Já fazem oito anos que nos conhecemos e trabalhamos juntos, nunca brigamos ou “ficamos de mal”. É muito bom trabalhar com uma pessoa como ele, profissional de longa data, trabalhador, dedicado e talentoso. Ele é DJ e produtor há cerca de 25 anos, então, com certeza, ele acrescentou muita experiência no meu trabalho, também.
Fran Bortolossi e Kolombo – Foto: divulgação
HM – Ele também tem muita história com a Colours, né? Em quantas edições ele tocou? Alguma teve um sabor especial?
Acredito que tenha tocado quase 10 vezes para a gente. Ele tem uma longa história com a nossa festa, promovemos eventos com ele em diferentes cidades. Acho que a primeira vez que ele tocou com a gente foi a mais surpreendente, no aniversário de três anos da Colours. Era um som novo para o Brasil e ele tomou a festa de assalto. Até hoje foi uma das maiores vibes que vi na Colours em mais de 100 edições.
HM – Agora imagino que vocês mantenham uma comunicação mais ativa justamente pelos trabalhos com a Otherwise. Quando surgiu esse convite para atuar como A&R do selo? Falando da curadoria, quais os detalhes que vocês vão observar para lançar os EPs na gravadora?
Eu faço parte desde o início da concepção da Otherwise. Colaborei para tudo acontecer e foi um movimento natural, tanto para o Kolombo, como para mim, termos outra plataforma que tenha mais a ver com o que estamos ouvindo e curtindo tocar no momento.
O perfil dele muitas vezes é mal compreendido no Brasil e isso acontece comigo também. Então, agora, estamos buscando músicas que tenham mais a ver com nossos sets. O que procuramos acima de tudo são músicas bem feitas e que a gente possa tocar e promover durante nossos sets e tours.
HM – Depois de Andreas Henneberg, chegou a sua vez de remixar uma das faixas do Kolombo na Otherwise. Revele alguns detalhes da faixa pra gente! A música reflete alguma nova característica da sua música?
Eu trabalhei bastante para conseguir entregar esse remix. Acho que fiz umas cinco versões diferentes e acabei enviando a final bem em cima do prazo, mas ficou dentro do que tenho curtido no momento, bem pista, com bassline e kick fortes e bastante groove.
Utilizei algumas partes da música original como os leads e o vocal. Penso que se assemelha ao minimal house/tech house da Fuse London, gravadora que curto e toco as coisas desde quando morei na Europa em 2011. Ele ficou bem dentro do estilo deep tech / minimal house do Beatport.
HM – E como você tem passado esses dias de quarentena? O que tem te ajudado a superar a saudade das pistas?
Basicamente em casa, produzindo. Por sorte, tinha finalizado o projeto do meu estúdio, então tenho trabalhado bastante em música quando me sinto inspirado. Não tenho forçado muito em produzir quando não tenho vontade, mas, acredito que já tenha finalizado pelo menos umas 12 faixas entre remixes e singles.
Agora o trabalho que preciso fazer é de encontrar gravadoras que tenham a ver com o que as músicas que tenho. A saudades das pistas é enorme, confesso que não vejo a hora de tocar e curtir uma festa com a galera!
HM – Para gente fechar! Neste final de 2020, dá pra adiantar alguma novidade, seja da gravadora ou mesmo de algum projeto seu? Obrigado!
Sobre a gravadora, eu tenho um EP programado para outubro, com um DJ old school e lendário da Bélgica fazendo um remix. Assim que receber e estiver tudo certo, conto para todo mundo quem é o cara. Sobre as duas músicas originais, acho que elas refletem bem o estilo que tenho curtido e tocado, algo entre o deep house e minimal house, com bastante groove e bem pista.
Sobre meus projetos, acho que podem esperar músicas novas, coisas legais saindo. Há poucos dias tive a notícia que o Marco Carola está tocando uma produção minha de dois ou três anos atrás em vários sets, isso sem dúvida traz uma motivação extra! Agora, o objetivo é me concentrar ainda mais no estúdio e tentar tirar o melhor som possível, para quando voltar as festas, estar com o case cheio de produções próprias e novidades legais.