Conheça Fernanda Pistelli e saiba como ela tem trilhado uma carreira com importantes conquistas

Por Luiza Serrano

Foto de abertura: divulgação

Vibrando de acordo com o universo e com os 125 – 128 bpms que costuma tocar, a paulista Fernanda Pistelli, de 27 anos, tem colocado o seu nome nos principais festivais, clubs e, principalmente, no gosto da galera, que tem abraçado o trabalho da DJ.

Durante o tempo que morou na Austrália, conquistou importantes residências em clubs do país e trouxe essa bagagem para a sua terra natal, compartilhando a sua paixão pela música com as pistas do D-Edge, Club 88, Adhana e Universo Paralello, considerado por Pistelli como um divisor de águas na sua carreira.

 
 
 
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Tem set novo no ar!! Foi inspirado no que eu toquei no @adhanafestival e não consegui gravar no dia! Espero que gostem ❤️ LINK NO MEU PERFIL 💥

Uma publicação compartilhada por Fernanda Pistelli (@fepistelli) em27 de Fev, 2019 às 3:14 PST

“Quando surgiu a oportunidade de tocar no Universo Paralello, demorou para cair a ficha. Eu já sabia que poderia ser um divisor de águas para minha carreira, afinal, é um renomado festival que recebe pessoas do mundo inteiro, então eu sabia que ali eu tinha uma responsabilidade enorme”, explica Pistelli que registrou todo o seu set.

Essa foi a primeira vez que ela gravou uma apresentação sua na íntegra. “Tudo poderia dar muito certo ou muito errado. Imagina o tamanho do frio na barriga nesse dia!? Achei que poderia até me dar um branco na hora [rs]! Mas deu muito certo!! Recebi ótimos feedbacks após o festival e quando o vídeo foi ao ar não parou até hoje. Realmente foi um divisor de águas para mim e um incentivo para produzir mais conteúdos na internet”, conta a DJ que bateu mais de 1 milhão e meio de views no YouTube.

Importantes conquistas para uma jovem que começou a tocar no final de 2015 com um par de CDJS 850. “O que me motivou a mergulhar nesse mundo foi perceber em que praticamente 100% do meu tempo minha cabeça estava na música, então decidi que me dedicaria integralmente a esse caminho”, revela Pistelli que até pouco tempo atrás dava o start na sua carreira e, agora, se viu em um b2b com a super Ann Clue.

Ann Clue faz parte das referências de Pistelli que não se prende a gêneros na hora de buscar inspirações. “Minha principal inspiração sempre foi trazer ao mundo novas ideias, inovar formas em que eu possa usar a minha criatividade para conectar as pessoas na sutileza da nossa própria natureza. Acredito que a música consegue trazer inspiração e foco para diversas áreas de nossas vidas. Tenho referências em diversos estilos (sou muito eclética) como Bob Marley, Jimi Hendrix, Mozart, Fat Freddy’s Drop, Grouch, Merkaba, Nina Kraviz, Anna, entre tantos diversos e atemporais que deixaram a sua marca”, conta.

 
 
 
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Finalizando com a clássica do mestre Gabe antes do bruxo entrar!! @annclue @borisbrejcha 💣💣❤️

Uma publicação compartilhada por Fernanda Pistelli (@fepistelli) em30 de Mai, 2017 às 11:57 PDT

Mas se a música é reflexo do universo, olhar para fora é algo que traz toda a mística em seus sets. “Tenho grande admiração por líderes que influenciaram épocas por trazerem uma atmosfera sonora a elas. Gosto de me inspirar em artistas que trazem profundidade ao que fazem, justamente por encontrar na música a oportunidade de fazem um bem maior”, completa.

Ficamos curiosos para saber mais sobre Fernanda Pistelli, ou Fê, para fãs e amigos, e toda essa magia que ela traz em seu trabalho e que tem surpreendido cada vez mais o público. Assim como conhecer como esse set do UP transformou o seu contato com as mídias sociais, vídeos, podcasts e interação com o público, que começou antes da pandemia e se tornou em uma experiência essencial para trabalhar durante a quarentena e manter a troca entre ela e o universo.

HM – Por que techno?

Na verdade não sei se posso rotular meu estilo como somente techno, porque vario um pouco entre prog house, minimal tech e até psy techno, porém, independentemente do estilo, gosto de tocar entre 125-128 bpm. Acredito que nesse ritmo as pessoas mantém seu corpo ativo na dança, liberam bastante endorfina e conseguem se conectar com a melodia.

HM – Gostaria de citar uma grande DJ, consagrada mundialmente, que é a Nastia. Ela não produz, mas tem um feeling de pista como poucos e um repertório de deixar qualquer um babando. Você pensa em produzir? Você costuma receber muitas tracks para apresentar nos seus sets? Como você faz essa curadoria?

A Nastia é uma grande DJ que sempre defendeu essa profissão com muita honra, acho isso incrível, pois hoje existe uma cobrança muito grande em quem apenas toca. Acredito que pelo fato da tecnologia atualmente favorecer o DJ na questão de beat-match, muitos defendem que hoje a profissão se torna mais fácil pela comodidade e facilidade dos novos DJs conseguirem sincronizar as músicas, mas não acho que seja tão simples assim ser um bom DJ, falo por experiência própria que escrever uma história musical em um set é um trabalho complexo e não simplesmente virar as tracks.

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Fernanda Pistelli – Foto: CB Fotografia

Eu produzo, porém, ainda não cheguei em um nível de qualidade em que eu tocaria as minhas tracks, então não tenho pressa para lançar somente por lançar. Quero apresentar um bom trabalho, e qualidade sonora leva tempo para ser alcançada, ainda não está no momento de assinar com meu nome minhas próprias músicas, afinal, elas ficariam para sempre no ar, uma vez lançadas. Estou feliz seguindo meu caminho como DJ e deixando as coisas fluirem.

Recebo bastante tracks e sou muito criteriosa na escolha delas, acho que é por isso também que ainda não tenho pressa para lançar as minhas, pois sou igualmente criteriosa.

HM – E sobre a quarentena? Como tem sido a sua rotina e como você tem mantido o diálogo com seus fãs? Tem conseguido mostrar seu trabalho para novos públicos? Como?

A quarentena pegou todos de surpresa. Tive várias gigs canceladas então tive que me reinventar. Recebi um convite do 5uinto para gravar um podcast e tive a ideia de produzir um material em vídeo pensando em unir o útil ao agradável e, para a minha surpresa, o vídeo bombou e ainda está tendo uma aceitação ótima do público pelo mundo inteiro!

Foi pela repercussão positiva do meu vídeo do UP que eu foquei minhas energias em produzir novos materiais com uma frequência média de dois meses. Daí também surgiu a ideia de fazer o Lake Sessions, sempre explorando um pouco da natureza para trazer essa sutileza que eu mencionei anteriormente. Embora o caos dessa fase, estou gostando desse período de introspecção para frearmos um pouco e ressignificar as nossas vidas, nossos valores e nossos hábitos. É um momento de pensarmos no próximo e zelarmos mais pelas nossas vidas e nosso planeta.

As pessoas interagem bastante comigo através do Instagram, procuro sempre respondê-las da melhor forma. Fico feliz quando elas me procuram para agradecer pelo meu trabalho! Isso enche meu coração de alegria e é o que me motiva a fazer melhor no próximo. Essa satisfação é meu guia que me norteia ao caminho certo.

HM- Você morou um tempo na Austrália e fez jus a sua estadia, conquistando uma residência relevante por lá. Como foi esse tempo fora do país? E quando você voltou, sentiu muita diferença? O que essa bagagem de fora te ajudou? Como você percebe a cena de lá e daqui?

Morei na Austrália por oito meses. Quando cheguei lá no primeiro semestre de 2016, eu ainda era embrionária nesse mercado da música, fui ousada em me arriscar a tocar e me joguei. Deu muito certo! As pessoas gostaram da minha personalidade e do meu jeito de tocar, foi lá que aprendi com as minhas experiências, tentando, errando, acertando, enfim!

A vida acontece quando experimentamos o novo, e acho que por todas as vezes até conseguir uma certa segurança nas minhas apresentações, tive que enfrentar o medo de errar, e lá foi meu maior desafio para isso, justamente porque eu era novata. Mas nunca deixei o medo me frear, eu usava ele para me impulsionar.

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Conheci pessoas incríveis na música e fora dela durante o período que morei na Austrália, tive oportunidades maravilhosas de tocar em muitos lugares e com isso ampliar minha visão da música no geral. Me apaixonei pelo estilo de vida deles, são muito good vibes e desapegados de algumas coisas que aqui no Brasil hipervalorizamos. Gostei da forma com que fui acolhida, senti que a essência vale muito mais do que a aparência, e eu valorizo muito isso. O que mais me surpreendeu foram os festivais que fui e toquei por lá, é como um mundo paralelo e harmônico, vi muita conexão e fraternidade entre as pessoas, sem contar que ouvi sons que me marcam até hoje!

Ainda sou muito influenciada pela experiência que vivi ali, tanto pela música como pelos costumes. Quando voltei tive um choque cultural, acredito que seja normal! Vejo muita diferença da cena também, até mesmo pelo fato da Austrália ser uma ilha isolada geograficamente e pelo fuso horário do fervo onde acontecem as maiores festas, como Europa, por exemplo. Dificulta um pouco trazer artistas para lá, então percebi que eles têm um mercado muito característico deles, com muitos artistas locais talentosíssimos.

HM- Se essa quarentena não passasse de um sonho e todos nós pudéssemos sair das nossas casas agora, sem nos preocuparmos, o que você gostaria de fazer?

Gostaria de tocar em algum lugar e ver a pista cheia [rs]! Reunir meus amigos para uma tarde ou ir para algum barzinho. Estamos aqui, não é? O que estamos sentindo falta é do calor humano e das nossas trocas!

HM-  A quarentena mudou muito os seus planos para 2020?

No meu caso, o que mudou foram minhas datas canceladas, mas foi o ano que mais me conectei comigo mesma. Acredito que só assim podemos evoluir e o resto se torna consequência, então quando tudo isso acabar estarei pronta para voltar com tudo! Foi um ano positivo para girar meus sets na internet. Não tenho certeza do que esperar quando voltarmos a ter festas, mas espero poder tocar bastante, estou muito otimista! O mundo precisa vibrar mais alto para sairmos dessa tranquilamente.

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Fernanda Pistelli – Foto: divulgação

HM- Qual é o maior sonho da Fernanda Pistelli?

Acredito que meu maior sonho seja me tornar a minha melhor versão e assim ser inspiração para as pessoas. Isso é uma construção diária, procuro viver de acordo com meus valores, sempre buscando o auto conhecimento e fazendo isso se refletir em meu trabalho de alguma forma. Já vejo isso acontecer gradualmente e sou muito grata por isso. Sei que tudo é passageiro então tento aproveitar cada segundo da melhor forma! Espero um dia poder levar um pouco de mim por esse mundo e construir uma família. Trazer cada vez mais leveza para os meus dias e paz para as pessoas.


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