Presença internacional e lançamento pela ADID: falamos com Hauy!

Por Marllon Gauche

Foto de abertura: divulgação

Diferente de muitas profissões, quem é DJ/produtor não aspira “subir de cargo” ao longo da carreira, mas ainda assim o campo musical é repleto de sonhos e conquistas que são os mesmos de boa parte dos artistas. Lançar em uma gravadora renomada, se apresentar no mercado internacional ou obter o reconhecimento de artistas importantes da indústria são alguns, o brasileiro Hauy pode se orgulhar de ter alcançado todos eles.

Warung Recordings, D-Edge Records, Get Physical Music, Get Weird e até a poderosa All Day I Dream, selo comandado por Lee Burridge, já fazem parte de seu catálogo de lançamentos. Há alguns anos, o artista também mudou-se do Brasil para Toronto, no Canadá, tocando em importantes eventos do país, mas há um retorno (breve) planejado para o fim do ano.

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Foto: divulgação

O convidamos então para uma conversa sobre alguns dos pontos mencionados acima e já deixamos nossa recomendação: é bom ficar de olho em Hauy, porque mais novidades estão vindo pela frente.

HM – Olá, Hauy! Tudo bem? Obrigado por nos atender! Depois de uma longa jornada em parceria com Lee Burridge, no início deste ano você realizou o sonho de muitos produtores: lançar pela All Day I Dream. O que isso representou para você?

Obrigado pelo convite, é um prazer falar com vocês! Lançar pela All Day I Dream é um sonho que tenho desde que conheci e comecei a acompanhar a gravadora há um bom tempo. Assinei o primeiro EP com o Lee pela Get Weird em 2017 e um single pela Tale & Tone em 2018. Depois de alguns anos, finalmente ter esse espaço na sua principal gravadora me mostrou que estou no caminho certo. Foram pelo menos quatro anos focado e trabalhando bastante no estúdio para fazer isso acontecer.

HM – Você conseguiu uma inserção rapidamente na cena de Toronto, chegando a tocar em festas e clubs que formam o primeiro escalão da cena eletrônica do Canadá, como os festivais Electric Island, Harvest ou clubs como CODA e Rebels. A quais razões você credencia esse rápido reconhecimento?

A produção musical fez muita diferença. O estilo que eu estou produzindo é bem aceito por aqui. O EP pela Get Weird aconteceu logo quando me mudei e me deu bastante exposição. Além disso, toda experiência adquirida em São Paulo, principalmente, no D-Edge foi essencial para desenvolver essa relação com os clubs ao longo do tempo. 

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Electric Island – Foto: divulgação

HM – De 2015 até o início deste ano, percebemos que sua sonoridade evoluiu a cada novo lançamento. O que você pode nos contar a respeito deste processo? Quais práticas você tem adotado para isso?

Penso que quanto mais você experimenta, mais você aprende. Estudo e faço a maioria de minhas músicas sozinho, mas sempre que faço colaborações aprendo muito mais e tenho focado para fazer isso com mais frequência. As vezes uma simples conversa no estúdio abre um novo campo criativo na cabeça. Não estou nem falando de técnicas, mas sim sobre maneiras de pensar ou de um jeito diferente de experimentar.

HM – Costurando com a última pergunta, há um hiato desde sua última produção. Você tem procurado absorver novas referências para dar continuidade nos lançamentos? O que você pode nos adiantar em relação ao que está sendo trabalhado para o fim do ano e início de 2020?

Sempre estou aberto para descobrir uma nova referência ou ter novas fontes de inspiração, mas acredito que esse hiato está mais ligado ao meu perfil artístico ou ao momento que estou passando. Não me vejo lançando um EP por mês, não por enquanto. As músicas que faço são bem carregadas emocionalmente, são uma forma de representar minhas experiências e sentimentos, preciso desse tempo para poder ter uma nova história para contar. Acredito que assim cada release fica mais especial também. O que posso adiantar, por enquanto, é que tenho um novo EP encaminhado em uma das gravadoras do Lee Burridge. Ansioso para compartilhar mais novidades!

HM – Em breve você está retornando ao Brasil, por onde fica cerca de um mês. Quais exatamente os motivos desta vinda? A ideia é buscar reforçar sua presença pelas pistas daqui?

O principal motivo é a saudade do Brasil como um todo. Não tive a oportunidade de voltar desde que me mudei e sinto muita falta de tudo. Me reconectar com as pistas é uma prioridade com certeza, afinal, é muito difícil encontrar um público tão receptivo como os brasileiros. Obviamente sou suspeito pra falar disso, mas por aqui a fama das pistas do Brasil é a mesma.

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Hauy ao lado de Andhin no CODA – Foto: Alec Donnel Luna

HM – Para finalizar, gostaria que você indicasse as suas principais apostas na discotecagem e produção musical para o próximo ano. Quais nomes têm chamado a sua atenção? 

Budakid, Newman, Adisyn e Simon Vuarambon são alguns nomes que estão na minha cabeça. Tenho gostado de tudo que eles estão fazendo. Também estou sempre de olho nos brasileiros Art In Motion e Sonic Future. Obrigado pela conversa!

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