Nato Medrado presenteou os leitores da House Mag com um podcast e entrevista exclusivos

Por redação

Foto de abertura: divulgação

A música possui um significado diferente para cada ser humano deste planeta e, para aqueles privilegiados que trabalham com essa arte, certamente isso é ainda mais especial. DJs, produtores e músicos de uma forma geral desenvolvem uma relação quase que sobrenatural com ela. Em alguns casos, é impossível não observar a paixão entre criador e criatura.

O DJ e produtor paulista Nato Medrado é um desses nomes que transpiram amor pela música. Suas produções são um reflexo da forma como ele se relaciona com seus trabalhos e tem o poder de emocionar como uma das características mais marcantes. Seus últimos releases expressam um retorno aguardado e trazem a tona o lado mais melódico e vibrante de seu trabalho.

A nosso convite, Nato respondeu algumas perguntas sobre a sua carreira neste momento e também gravou um podcast exclusivo para o nosso House Mag Series, que você ouve enquanto lê a entrevista. Confira!

HM – Olá, Nato! Tudo bem? Você é um cara que já viveu alguns momentos bem diferentes em sua carreira. De uma forma geral, qual sentimento sempre esteve presente no desenvolvimento do seu trabalho?

Vamos falar sobre uma coisa séria aqui, trabalhar com arte, no caso a música, pode te levar do céu ao inferno em instantes e muitas vezes sozinho sem que ninguém saiba, isso pode ser bastante perigoso em alguns casos, como do Avicii. Porém, o sentimento predominante em minha carreira sempre foi o de amor pela música e sei que ela é a resposta para muita coisa. Então, a confiança sempre vem junto, o que me ajuda a ter uma certa tranquilidade em relação ao que passei e ao que o futuro me reserva.

HM – O que você aprendeu de mais valioso com o público desde que começou a tocar?

O aprendizado constante e a gratidão. Meu trabalho é totalmente voltado para a as pessoas que gostam dele, cheguei em um momento em que faço o que gosto e tenho a resposta por isso. Não existe nada mais valioso para um artista do que ter seu trabalho reconhecido pelo público, seja ele trinta, mil ou milhões de pessoas.

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Foto: Cadu Salinas

HM – Desde o lançamento do seu álbum “Without Name”, pela Armada, houve algumas mudanças importantes na forma como o público consome música. Na sua opinião, essas mudanças têm afastado os produtores de trabalhos mais profundos, como álbuns, por exemplo?

Não acredito nisso, vejo artistas que gosto lançando álbuns à todo instante. O trabalho de um álbum é a expressão máxima que um artista pode fazer. Acredito que em um álbum é possível trabalhar todas as nuances que normalmente um single ou um EP não permitem. Vai aqui uma informação em primeira mão: vou começar a trabalhar muito em breve em meu segundo álbum.

HM – Melodias parecem ser o elemento central de suas produções, certo? O que exatamente te inspira para criação delas?

Tenho uma mente criativa muito boa, acredito que sou um privilegiado por isso. Consigo extrair sentimentos de detalhes como cantos de pássaros, sons da cidade ou até mesmo da chuva, apenas para citar exemplos de sons e inspirações das quais já trabalhei. É tudo o que eu busco: harmonias e melodias.

HM – Percebemos que você sempre teve um grande cuidado com os lançamentos da Medrado Music. O que você pode nos contar sobre o atual momento da label e os planos para o futuro?

Desde a assinatura do meu álbum os lançamentos da Medrado Music tem ficado mais restritos e cuidadosos. Com o lançamento do “Without Name” as coisas ficaram bem aceleradas para mim e como eu gosto de cuidar de cada detalhe dos lançamentos da Medrado, foi natural que o volume diminuísse, porque eu faço desde promos até o desenvolvimento das capas. A boa notícia é que a equipe cresceu e voltaremos a lançar com mais frequência muito em breve.

HM – Live e DJ set: como funciona sua preparação para cada um desses formatos atualmente? Qual deles te proporciona uma maior conexão com o público?

Estou em constante contato com gravadoras do mundo inteiro, então nos DJ sets trabalho basicamente com as faixas que me agradam e que tenha um polimento especial para cada evento que toco. No live a coisa muda, muita coisa é feita ao vivo como os riffs, acordes e melodias que toco na guitarra e os drums que são construídos ali mesmo. Eu realmente amo estar no palco, então seja tocando como DJ set ou live, me sinto sempre em sintonia com o público.

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Foto: divulgação

HM – Qual foi a experiência mais emocionante que você teve na sua carreira?

Sem dúvida minha apresentação no carnaval do LAROC ao lado do Armin foi um dos marcos da minha carreira. Poder bater um papo e entregar meu álbum em vinil para o Armin Van Buuren, dono da Armada, onde o álbum foi lançado, foi surreal, até porque considero ele um dos maiores artistas da música eletrônica de todos os tempos.

HM – Em uma situação imaginária, se você pudesse encontrar a música em pessoa e dizer apenas uma coisa a ela, o que você diria?

Obrigado por tudo, você é a resposta!

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