Ella Whatt, o lado B da DJ e produtora Grazi Largura

Por Alan Medeiros

Foto de abertura: divulgação

Ella Whatt é a alcunha artística de Grazi Largura, DJ e produtora que conquistou um importante espaço no cenário eletrônico nacional nos últimos anos. Antes de lançar seu projeto solo, Grazi desenvolveu um trabalho consistente como metade do duo Drunky Daniels, o qual ainda faz parte e deu a ela vivência necessária para comandar uma nova iniciativa musical em sua vida.

43677244_1831631240224155_4229763653722701824_o_500
Foto: divulgação

Com apenas 28 anos, Grazi Largura já pode ser considerada uma mente experiente frente a cena da dance music brasileira, especialmente por conta de seus mais de 10 anos de carreira e pelo leque de vivências musicais. É válido destacar que Grazi estudou Produção de Música Eletrônica na Anhembi Morumbi e, em seguida, se mudou para a Europa, onde viveu alguns anos em Dublin e Londres, e adquiriu uma considerável experiência internacional.

Após comandar com maestria a pista Secreta da Tribaltech e fazer um closing set para ANNA no Club Vibe, Grazi se prepara para estrear na lendária pista da Beehive. Mas, antes disso, batemos um papo exclusivo com ela.

HM – Oi, Grazi! Tudo bem? Sabemos que a Ella Whatt foi um projeto que começou de forma bem natural. Da criação até aqui, como você avalia essa aceitação do público na pista?

Hey, hey! Tudo tri por aqui. Exatamente, tudo começou bem despretensiosamente. Acho que nem saberia como avaliar, já que está tudo acontecendo de forma tão natural. Tenho tocado tudo que eu gosto, com muita influência de quando eu morava fora. Acho que esse meu novo/velho lado está casando bastante com as pistas de hoje em dia. Acredito que pelo fato de ser mulher, também ajuda as pessoas a ouvirem com mais atenção, seja pelo lado da crítica ou por admiração mesmo, e eu gosto disso.

HM – Você já possuía uma carreira consolidada com o Drunky Daniels, projeto que você tem ao lado do Vinicius Ferreira. Quais foram as principais dificuldades que você sentiu no cotidiano ao apostar em um novo projeto, dessa vez solo?

Como todo projeto novo, ninguém conhece, e o que ninguém conhece as pessoas ficam com “medo” de apostar. Então através do Drunky, eu consegui digamos esse “alvará” [risos]. Por já ser um projeto consolidado, em alguns casos é meio caminho andado para o booking final da Ella Whatt. Sem pressa vou conseguindo meu espaço.

HM – A primeira faixa da Ella Whatt saiu em uma compilação pela Austro. Após esse lançamento, em quais ideias você tem trabalhado no estúdio? Já há algo que você possa nos contar?

Eu sou bem “mente aberta” no estúdio. Logo logo, vai sair um EP em colaboração com Drunky Daniels, pela Seres Produções, label da Angola. Trabalhamos em uma linha mais melódica com fortes influências afro. É bem diferente da linha do Drunky e muito diferente do que eu tenho tocado nas pistas também, eu acho que o resultado ficou super legal.

HM – Sua recente entrada para o time da Alliance é uma comprovação do bom momento que você está passando na carreira. Pessoalmente e profissional, o que representa estar ao lado desse time?

Eu fiquei muito, muito feliz com o convite, sinceramente não esperava. Apesar de ser o meu lado B, eu sempre tentei entregar o meu melhor e foi muito legal porque me deu uma “sacudida” do tipo: ei guria! se puxa, tá indo bem mas pode ir além. Representa muita responsabilidade.

HM – Muito se fala sobre dar mais espaço as mulheres na música eletrônica. Desde que você começou a trabalhar como DJ e produtora, você tem sentido diferenças significativas nesse sentido? O que ainda pode ser feito para melhorar?

Bahh! Desde que eu comecei mudou muito, mas quando eu digo muito é muuito mesmo [risos] sem exageros. Mas o bom é que mudou pra melhor, ainda não é o ideal mas estamos no caminho. Aos poucos a mulherada vai ganhando mais espaço, não apenas para cumprir cotas, até porque acredito que pouquíssimas festas funcionam assim, mas também pelo talento, que olha, são muitas que têm.

HM – Seu set na Tribaltech foi algo absolutamente contagiante. Como foi a preparação para o evento? O que esse momento representou em sua carreira?

Foi muito louco tocar na pista Secreta da Tribaltech, eu amei demais. Uma pista dentro de uma cozinha, coisa que eu jamais poderia imaginar [risos]. Fiquei sabendo que iria tocar há uns quatro/cinco dias antes do festival, então não teve nem como ter grandes preparações. Eu tentei mostrar algo diferente, até por ser festival a gente consegue ousar mais e acho que o saldo foi super positivo, consegui passar a minha mensagem. Meu primeiro festival com o projeto solo representou demais, tanto pessoalmente quanto profissionalmente.

HM – Na sua opinião, qual a melhor maneira para se estar constantemente conectada com a sua base de fãs? As redes sociais são realmente essenciais nesse processo? Obrigado pelo bate-papo!

Pra falar bem a verdade, acho super estranho falar em fãs [risos]. Tenho amigos e pessoas que através da música acabam por se tornar meus novos amigos e com isso acompanham meu trabalho. Eu diria que, pelo menos pra mim, as redes sociais são quase que 100% responsáveis por me colocar em contato com essas pessoas/amigos e, por isso, são de extrema importância.

Fique por dentro