Por Luiza Serrano
Foto de abertura: divulgação
Com um EP recém lançado pela label alemã Steyoyoke, Rodrigo Vilhena aka Korvo vem despontando na cena nacional e ganhando importantes suportes como os de Chris Lake, Destructo, Billy Kenny, Will Clarke, Aston Shuffle, Amine Edge & Dance, Vanilla Ace e Kyle Watson.
Com produções melódicas que se tornaram a sua marca registrada, Rodrigo comanda as pistas desde os 18 anos e há dois tem chamado a atenção de grandes labels nacionais e mundiais, chancelando as suas tracks que apresentam grande potencial, a exemplo de “Crusade”. Lançada em agosto deste ano, a música é uma parceria com o talentoso ZAC, e impulsionou o nome do projeto nas plataformas de streaming e na cena eletrônica.
Aproveitando a boa fase, batemos um papo exclusivo com o produtor!
HM – Conta pra gente, como a sua relação com a música começou e quais foram as suas principais referências no início?
Minha relação com a música vem desde a época do colégio. Sempre tive interesse por ela, as melodias me deixavam relaxado. Nesta época ouvia muito Pink Floyd, meu pai tinha todos os vinis. Também cheguei a ter uma banda no colégio, eu era o baixista, aquela troca com os colegas me fez despertar para a música e sonhar em ser um artista. Me mudei para Búzios aos 17 anos e, logo ao completar 18, comecei a frequentar o Privilège assiduamente, onde vislumbrei toda a magia que seria apresentar a minha arte como DJ de música eletrônica, aquela pista é inspiradora! Não satisfeito só com a discotecagem, em meados de 2016 fiz o curso AIMEC em Curitiba e me formei em produção musical, tendo como principais referências Stephan Bodzin, Gui Boratto, Solomun, Artbat e Gabe.
HM – Com pouco tempo de carreira, você já está alcançando voos cada vez mais altos. Em um momento no qual vivemos, onde buscar seu diferencial é cada vez mais importante, a que você atribui a singularidade de suas produções?
Em um mundo tão turbulento de informações e acontecimentos tento sempre encontrar na minha música a verdade, aquilo que faz o meu coração vibrar, transformá-la em boas energias para emocionar e tocar as pessoas. As minhas produções são sempre melódicas e eu tento deixar o groove da música bem parecido, com isso vou criando a minha identidade musical e acho que tem funcionado (rs).
HM – Como você se sente tendo o suporte de nomes como Kyle Watson, que tem uma sonoridade muito peculiar e que influenciou inúmeros produtores pelo Brasil e mundo afora?
Sinto-me feliz e muito emocionado! Isso me faz acreditar e seguir os meus sonhos, estou conseguindo atingir os meus objetivos: vivendo o presente, olhando para o meu futuro sem tirar os olhos do passado. Meu caminho está certo.
HM – Sua parceria com ZAC, um grande talento brasileiro, com “Crusade”, reforça o potencial que nosso país tem com ótimos produtores. “So Bad”, com Rocksted, chancela essa afirmativa. Como você vê o mercado hoje para os brasucas?
Vejo que o mercado está em constante evolução com toda essa “modernidade líquida”. As pessoas estão aceitando mais a nossa sonoridade melódica aqui no Brasil. Cada vez mais o público está procurando sentir a música, buscando novas experiências/sonoridades e com isso estamos ganhando o nosso espaço.
Korvo, Rocksted e Cherry – Foto: divulgação
HM – Sua nova track “Solemn” saiu dia 17 de outubro pelo VA da label alemã Steyoyoke, sua estreia na gravadora. Como tem sido a recepção da música nas pistas?
A “Solemn” foi “o novo experimento” das minhas últimas produções. Busquei uma pegada mais séria nesse projeto, o meu lado mais obscuro, que também é importante para mim. Não é uma música muito fácil de tocar, mas quando é colocada na hora certa, a pista se emociona. Ela tem funcionado bem com amigos tocando na Europa, pelos feedbacks que tenho recebido.
HM – Ficamos sabendo que existem alguns lançamentos previstos por aí. Você pode adiantar pra gente?
“So Good”, em parceria com Rocksted & Cherry, será lançada pela Klandestine dia 20 de outubro, já está tendo suporte do GABE, Illusionize e Dashdot. “For This”, em parceria com Rocksted & Cherry, será lançada pela LouLou Records em meados de abril de 2019, já com suporte de LouLou Players, Kolombo e Gabe. “Too Late”, em parceria com Ricardo Farhat, será lançada pela Elevation, gravadora do Illusionize, em meados de junho de 2019. Além destas tracks que já foram assinadas, estou trabalhando em novas parcerias com Dashdot, LouLou Players, DJ Glen, Nana Torres e Bruce Leroys.
HM – Você está confirmado em um dos clubs mais icônicos do Brasil, o Privilège, e em alta temporada, o verão, em uma programação repleta de grandes nomes nacionais e internacionais que se apresentarão em Búzios. Por ali, muitos nomes fizeram história. O que você pretende levar para a pista?
O Privilège tem um sabor especial para mim. Lá me vi pela primeira vez artista de música eletrônica, lá já ouvi quase todos os meus ídolos se apresentando, lá tenho uma família de amigos, lá conheci meus principais conselheiros: os residentes Sandro Valente e Marquinhus SP, a Paulinha Miranda (minha manager) e o Octávio (grande incentivador do meu trabalho), fora aquela vista para a Orla Bardot de tirar o fôlego (rs). Minha história se confunde um pouco com a do club, e isso é bem inspirador, meu som parece criar mais vida naquela pista. Cada set no Privilège traz um novo sentimento, pretendo levar muita sonoridade autoral e energia positiva para o verão do club.
HM – Quais são seus planos para 2019?
Meu foco total é o estúdio. Não tenho dúvidas de que boas produções e originalidade me levarão ao gosto das pessoas e do mercado nacional e internacional, além de tocar mais pelas pistas do Brasil e assinar com novas gravadoras. Mas esse trabalho eu deixo mais por conta da minha equipe, eles facilitam as tarefas burocráticas enquanto eu me dedico as minhas produções.
