Por Luara Baulé
Foto de abertura por: Gustavo Remor
18 de fevereiro de 2015. A DJ e produtora Eli Iwasa abria o palco Garden em uma noite única no Warung Beach Club. E, apesar de ser a primeira vez em que ela se apresentava na casa, a grandiosidade e a intensa energia do lugar traziam a sensação de estar ali no club há muitos anos. “Não faz tanto tempo assim que eu estreei lá. São três anos que aparentam muito mais! Tenho uma história bem intensa de muita proximidade com o Warung desde aquele dia”, conta Eli. Grandes nomes dividiam aquele line upespecial de carnaval, como Jackmaster, Marcos Carola e Seth Troxler. Naquela época, Eli já tinha mais de 12 anos de carreira e, mesmo com toda a sua experiência em pistas exigentes pelo Brasil e pelo mundo, sentiu na pele o arrepio de assumir o comando de uma cabine tão importante para a cultura do techno nacional (e mundial). “Parecia a primeira vez que eu estava tocando. Minhas mãos estavam trêmulas quando coloquei as primeiras músicas, e eu não sentia isso há muito tempo! O Warung causa essa espécie de nervosismo em quem se apresenta ali. Você sente uma responsabilidade, essa vontade de entregar um bom set, até porque o público é bem exigente”, revelou.
De lá pra cá, as suas apresentações no club da Praia Brava se tornaram cada vez mais frequentes, sempre repletas de emoção com sets carregados de sentimento, que são reflexos de uma cabine exclusiva. “Me senti super acolhida por toda equipe do Warung, principalmente pelo público de lá. Temos uma história muito bonita, ali vivi um dos momentos mais especiais da minha carreira, inclusive uma das minhas gigs favoritas da vida foi lá. Cada apresentação minha no Warung se tornou um momento de reafirmação do meu amor pelo o que eu faço, ali eu me lembro por que eu comecei a tocar e por que eu escolhi ser DJ”, declarou a paulista considerada referência da atual cena eletrônica brasileira.
Recentemente Eli gravou um set exclusivo para a Red Bull Music Academy e contou com exclusividade para a House Mag como ela faz para gravar um bom set. Confira aqui e ouça o mix:
Ao lado de Blancah, produtora que começou a sua carreira de DJ há 17 anos, com estreia oficial no clube Ritter Butzke, em Berlim, Eli foi anunciada residente do Warung. A “japa do techno” faz parte do grupo de artistas mulheres que vêm alcançando espaço dentro da dance music, uma questão muito levantada durante a última edição do BRMC – Brazil Music Conference, realizada nos últimos dia 9,10 e 11 de maio em São Paulo, na qual Eli participou como convidada. Em uma das palestras, ela falou sobre a representatividade feminina e mais igualdade nos line ups, comentando também sobre a sua excelente fase sob o comando do Club 88 e de sua mais recente casa inaugurada em dezembro de 2017 em Campinas-SP, o Caos.
Se tornar residente de um lugar conhecido como “o templo” do techno no Brasil é o resultado de todo esse trabalho que, se um dia era idealização, hoje é uma realidade.: “Vivo um momento de muita realização, sou muito feliz por causa do meu trabalho e é uma honra realmente poder fazer parte da história do Warung, e o Warung fazer parte da minha trajetória. É incrível poder fazer parte disso tudo de uma maneira mais forte, mais definitiva”, comentou Eli, exclusivamente para a House Mag.
Para a catarinense Blancah, o momento também é de celebração. “Chego à família Warung pronta para dar o meu melhor, tanto para o clube, quanto para todos os amantes do templo. Agradeço a todos pela confiança em meu trabalho”.
Com a notícia, fãs se perguntam qual será a periodicidade das apresentações das duas artistas no clube da Praia Brava. Com uma agenda de shows lotada, a frequência não será exata, podendo tocar em média a cada dois meses no Warung.