Por Thamires Nunes Foto Ale Alcantara
No mercado da música eletrônica há 10 anos, Anny Brito, de Aracaju (SE), representa o Nordeste no cena eletrônica nacional de várias formas, com o seu nome sendo conhecido por importantes profissionais do segmento. Protagonismo este, inclusive, que justifica sua presença na estreia desta nova coluna da House Mag, que irá apresentar a cada edição profissionais que ajudam a movimentar o cenário de suas respectivas regiões. Nesta entrevista, ela fala sobre a carreira e de suas colaborações, que têm chamado cada vez mais a atenção.
Como você resume sua trajetória nesses últimos anos?
Comecei frequentando os eventos eletrônicos que surgiam na cidade e fiquei encantada. Logo percebi que era isso que queria dali por diante. A minha primeira atividade foi como booker do meu esposo, o DJ Raul Meneleu, e entrei na Tropical Beats quando ele fez parte da agência. Depois me envolvi com a produção de eventos como a Pacha e Warung Tour, entre outros locais. Há sete anos assumi a profissão de DJ e há três anos venho tendo a experiência de escrever sobre a cena eletrônica do Nordeste para importantes veículos especializados.
Quais momentos foram mais marcantes neste período?
Foram muitos. Receber o convite do Anderson Noise para transmitir meu set em sua rádio para 14 países; tocar no Deputamadre, Fosfobox, Café Del Mar e Playground (PE); entrar para o coletivo nacional Tropical Beats como DJ; produzir o clipe de “Mix Forever” do Alok, com a presença dele em Aracaju; ter um texto traduzido para inglês circulando na maior conferência do mundo, o ADE, na Holanda; entre outros.
Você foi a única mulher do Nordeste a participar de um painel no RMC…
Nossa! Falar sobre o que a cena da região no painel Off Circuit (a respeito do mercado fora do eixo Rio – São Paulo) com grandes profissionais foi algo inesquecível. Participo do RMC há alguns anos e foi um processo evolutivo gradual. Primeiro fui como público; no ano seguinte quis ser voluntária; no terceiro fui convidada para tocar durante a conferência; aí chamada para ser a executiva regional na edição em Pernambuco; e depois colaborando com textos para o site deles. Acredito que o trabalho de repassar conteúdo para a House Mag foi fundamental para isso acontecer.
Como foi ter um set sendo compartilhado dentro e fora do país por um dos maiores DJs de Portugal, o Pete Tha Zouk?
Surpreendente! Fazia quatro anos que não postava um set novo e, naquele momento, fiquei um pouco insegura. Então, aos poucos, fui vendo que foi sendo compartilhado por pessoas de vários Estados, além de gente da Argentina. Em Portugal, chegou até o Pete Tha Zouk por intermédio do DJ Drop. Mesmo com a agenda cheia no verão europeu, ele me mandou uma mensagem dizendo que estava escutando há dois dias nas horas vagas. Assim como havia compartilhado no “stories” da sua conta no Instagram. Deste então, estamos mantendo contato e desejando uma oportunidade de tocarmos juntos aqui no Brasil e em Portugal.
Falando em eventos e conquistas, quais foram os principais em 2017?
Destaco a Underdogs no Rio de Janeiro, onde toquei com Amanda Chang, Alex Justino, Meme, Rodrigo Morgado e Marcelo Vre. Fiz minha estreia no Cafe de La Musique, em Alagoas, com Vintage Culture e RDT, além de ter tocado na festa mais conceituada da Bahia, a Aurora, que é realizada há 15 anos. Receber o convite do Gilberto Cavalcanti, de Natal (RN), para fazer parte da Target.A, que está há seis anos no mercado, sem dúvidas também é um marco na minha carreira.