Para ouvir na pista ou viajar no carro! Falamos com André Gazolla sobre seu novo álbum: Almajara

Por Ágatha Prado

Foto de abertura: divulgação

Com mais de uma década de estrada, André Gazolla já é um nome conhecido no cenário nacional. Construindo uma bagagem sólida de lançamentos que já cruzaram as fronteiras do continentais, contagiando regiões da África do Sul, Europa, Costa Rica, México e Estados Unidos, Gazolla vem conquistando os diversos cantos do mundo com seus arranjos e ritmos peculiares, carregados de grooves marcantes e profundidades melódicas. Ele também é o nome por trás do label Pyramid Waves, pelo qual tem lançado grande parte de seus releases. 

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Foto: divulgação

Agora, celebrando o quarto álbum da sua carreira ao lado do duo matogrossense The Muhammads, Gazolla apresenta “Almaraja“, uma mistura de sonoridades provenientes do leste da Ásia e Oriente Médio que promete encantar os ouvidos mais exigentes. Trabalhando sob uma atmosfera que transita entre o melodic, organic e progressive house, o álbum conta com quinze faixas que trazem uma conexão de histórias profundas e transcendentes, através de esferas sonoras que podem ser intensamente aproveitadas para além das pistas de dança.

Em um papo com André Gazolla, ele comenta alguns aspectos criativos da produção do álbum e fala um pouco sobre a experiência da imersão dentro da estética sonora do disco. Confira!

HM – Olá André tudo bem? Você completa mais de dez anos de estrada e agora está lançando o quarto álbum da sua carreira. Como você define a evolução sonora do André de dez anos atrás para o artista de agora?

Tudo certo, obrigado! Ao longo desses 10 anos, a música me proporcionou muita coisa, muitas viagens, muitas experiências vividas, conheci várias culturas e pessoas, isso contribuiu muito para minha evolução sonora, a música sempre está em evolução, assim como nós como pessoas. Acredito que uma coisa se liga a outra, hoje vejo minhas produções mais maduras, consigo me expressar de uma forma mais natural, tanto produzindo como tocando.

Eu sempre tentei fazer algo fora do padrão e acredito que hoje tenho meu próprio estilo, com minha identidade nítida, me sinto mais livre em me expressar produzindo, com mais facilidade e acaba ficando mais prazeroso com o tempo você fazer música e poder passar todo essa experiência para outras pessoas também, incentivá-las e fazer sentir o que você quer transmitir, isso é muito gratificante.

HM – Você e o duo The Muhammads vem trabalhando juntos desde quando? Conte-nos um pouco sobre esta parceria, sobretudo a relação desta sintonia para o novo álbum.

Eu sou amigo deles desde muito tempo atrás, antes mesmo de existir o The Muhammads, quando ambos tinham seus projetos individuais. Já fizemos música, já dividimos o palco várias vezes e criamos um laço de amizade muito legal, sempre trocando experiências, sempre somando um com o outro. A ideia do álbum saiu naturalmente, começamos a fazer umas músicas para lançar um EP, sem pretensão do álbum e deu tão certo nossa sintonia que começamos a fazer várias músicas até formar o disco completo.

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André Gazolla e The Muhammads – Foto: divulgação

HM – “Almaraja” é um álbum que explora sonoridades das culturas árabes e indianas. Como foi desbravar essas atmosferas? Existe alguma conexão especial pessoal com essas culturas?

Acredito que existe essa conexão sim, é algo profundo, que sentimos na alma! Essas culturas sempre me atraíram, principalmente, suas sonoridades. A primeira vez que ouvi o sitar, instrumento de origem indiana, foi pela banda Pedra Branca, tive uma conexão muito forte e quis colocar isso nas minhas produções, até porque são poucas músicas da cena eletrônica que encontramos em nossas pesquisas com essas sonoridades, então percebemos que poderíamos criar nossa identidade através disso.

A partir dessa ideia criei a Pyramid Waves para poder lançar músicas neste estilo e de artistas que acabamos influenciando a produzir essa linha de som.

HM – Houve algum momento especial que definiu o novos rumos das atmosferas sonoras da Pyramid Waves?

Na verdade, antes de criar a label, as atmosferas sonoras minhas e de alguns amigos já haviam mudado. Antes a maioria produzia tech house, mas estávamos um pouco enjoados porque estava tudo muito parecido, nossa linha de som estava amadurecendo, queria colocar mais melodia na música e assim foi criado a gravadora.

HM – Quais são suas expectativas para os próximos meses? Tem mais novidades vindo por aí?

Minha maior expectativa primeiramente é que tudo volte ao normal para eu poder tocar todas essas músicas produzidas na quarentena. Além do álbum, tenho mais de 40 autorais que não foram lançadas e que eu gostaria muito de testar na pista para ver a reação do público antes de enviar para qualquer label.

Também estou trabalhando duro para um curso de produção que vou vender on-line, onde irei colocar toda minha experiência como produtor de uma forma simples, didática e bem prática. A ideia é que pessoa aprenda a criar um bom workflow, para produzir com mais agilidade, de uma forma divertida, artística e sem se prender a regras.

Obrigado pelo papo e espero que curtam o álbum!

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