Classmatic: o brasileiro que conquistou a case dos gringos e lançamentos na Solid Grooves e La Pera

Por Vitor Lima

Foto de abertura: divulgação

No início de março, entrevistamos o artista brasileiro Classmatic. Desde então, muita coisa aconteceu, entre elas, o lançamento de dois sample packs, o podcast que acontece duas vezes no mês pelo Instagram da House Mag, lançamentos internacionais e, claro, muitos suportes dos big names ao redor do mundo.

Numa crescente constante, Classmatic é um nome que caiu nas graças de muita gente pelo país e fora também. Uma das principais promessas do cenário underground, Fred tem muita coisa boa para nos contar aqui na House Mag, principalmente, após emplacar seu segundo lançamento na Solid Grooves e também, na La Pera.

HM – Olá Fred, tudo bem? Nós já conversamos em uma outra oportunidade onde você estava lançando um álbum pela gravadora CUFF. Passado o tempo, como você avalia o impacto desse acontecimento em sua carreira?

Foi uma experiência muito positiva e significativa para minha carreira sem sombra de dúvidas!

HM – O seu último lançamento foi pela gravadora britânica Solid Grooves Raw e já alcançou top #10 de tech house no Beatport, qual a sua sensação do sucesso imediato nessa track?

Foi um mix de sensação entre surpresa e felicidade, pois imaginava que a track poderia chegar lá, mas, não tão cedo. Em cinco dias consegui entrar no top #10 e a track se manteve lá até agora. De fato, um marco muito importante pra mim!

 
 
 
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Michael Bibi tocando minha track “Faux Français” ontem na live com o Hot Since 82 🚨⁣ ⁣ Qual label eu deveria lançar ela? Manda nos comentários 👇🏻

Uma publicação compartilhada por Classmatic (@classmatic) em20 de Mar, 2020 às 8:25 PDT

HM – Continuando o papo sobre lançamentos, também, no mês de outubro, rolou o EP “S.T.O.M.P” pela gravadora La Pera em uma parceria das antigas com o Jamie Coins. Conta um pouco para nós, como é a sua amizade com o Jamie?

Uma amizade de irmãos, o Jamie é uma pessoa fantástica. Conversamos todos os dias quase o dia inteiro sobre diversos assuntos. Sem sombra de dúvidas o melhor amigo que a música me deu até hoje. Acredito que nossas músicas juntos sempre causam um resultado ótimo por conta de nossos mindsets serem tão parecidos, se não igual. Aguardem que já estamos cozinhando uma nova!

HM – Falando em processo criativo, você tem alguma mania/ritual para começar a produzir? E há algo que você aprendeu ao longo dos anos que leva sempre contigo na hora da criação?

Uma coisa que sem dúvidas precisa estar do meu lado antes de começar uma música é uma xícara de café. Junto a isso, gosto sempre de ouvir os últimos lançamentos dos artistas que eu gosto de escutar e um DJ set de um artista que eu admiro também é super válido! Uma coisa que aprendi durante o tempo é que, se uma ideia que estou desenvolvendo não flui até 1h de criação, eu paro de trabalhar nela. Para um projeto de uma música fluir positivamente, você precisa estar sempre inspirado nele, a partir do momento que perdeu a inspiração naquele projeto, feche e abra um novo!

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Foto: divulgação

HM – O seu próximo lançamento é o “EP Without You” pela gravadora “COCO” do artista Sosa (UK), com três faixas destinadas à pista de dança. Como foi o processo criativo delas?

A “Without You” foi feita em colaboração com o guerrA, que é um produtor novo brasileiro e com muito potencial. Durante a quarentena, desenvolvi o serviço de consultoria on-line com o intuito de ajudar alguns produtores na parte de criação e o guerrA foi um deles. Após as aulas, ele me mandava vários vídeos no direct do Instagram produzindo, até que ele me mandou um vídeo com uma ideia inicial dessa track e, na hora, eu pedi pra ele me mandar um áudio dela no computador que eu queria ouvir no meu estúdio. Assim que dei o play, já pedi os stems na hora e trabalhei na ideia até a versão final. A “Mr. Fucker” e a “Compress” foram tracks que já estavam finalizadas há quase dois anos e são mais feitas pra pista, de fato. Mas a “Without You” é uma track muito especial para nós, que funciona na pista e no cotidiano através de plataformas de streaming como Spotify!

HM – Além dos lançamentos e do Open House que você apresenta, o que você tem feito neste período entre o dia de hoje e a última entrevista pela House Mag?

Venho trabalhando em muitas colaborações com artistas como Gabe, NA7AN, Cla$$ & Jcult, o próprio guerrA, Simas, Alk Torres, entre outras tracks minhas solo. Tem muita música nova, muita mesmo. E também tenho dois big lançamentos para o ano que vem que não posso contar ainda! Paralelo as tracks, lancei meu segundo Sample Pack, disponível no meu Bandcamp. Agora, um pouco fora do estúdio, foquei na minha saúde, procurando sempre fazer exercício, mudar minha rotina o máximo possível para não ficar estagnado, até porque por conta da quarentena saio pouco de casa.

 
 
 
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Meu set gravado pra Dogghäuz tá disponível no meu SoundCloud (link na bio) 🥶⁣ ⁣ OBS: segunda-feira tem anúncio de EP novo pra vcs, prepara o borso 🍸

Uma publicação compartilhada por Classmatic (@classmatic) em3 de Set, 2020 às 8:18 PDT

HM – Recentemente, você recebeu o suporte do big Jamie Jones em uma track em colaboração com o Gabe, qual foi a sua sensação?

Incrível, sem sombra de dúvidas, foi o meu suporte dos sonhos. Sabe aquele cara que você sonha em ter o suporte quando começa a produzir? O Jamie Jones era o meu!

HM – Falando em Gabe, como é a sua amizade com o rei da chinelada?

Temos uma relação muito boa, inclusive terminamos duas tracks juntos e que estamos muito felizes com o resultado, e diga-se de passagem, já estão assinadas. Contaremos pra vocês em breve sobre isso!

HM – Pretende futuramente abrir uma gravadora? O que você acredita ser essencial nos conceitos de uma label?

Pretendo sim, mas, ainda não é o timing na minha opinião. Eu acredito que o conceito de uma label tem que ser com base no que a sua gravadora pode somar na indústria de maneira geral e, consequentemente, na vida das pessoas. Desde um estilo sonoro único até a comunicação visual, entre vários outros fatores.

HM – Na maioria das vezes, temos uma pessoa na qual sempre acreditou no nosso sucesso como artista. Quem é essa pessoa na sua vida e tem alguma história sobre essa pessoa para nos contar?

Olha, teve algumas, incluindo meus pais, meu manager (Jonathan Posso) e o Jamie Coins, mas tenho uma pessoa em especial. Muita gente não sabe disso, mas entre o meio e o final do ano passado eu quase desisti do Classmatic. Até que eu comentei disso com o Talles Coimbra (um dos meus melhores amigos) que ficou indignado quando soube da notícia e me mandou 4929429 áudios e mensagens de texto me xingando e me implorando pra não fazer isso. Eu lembro até hoje que depois daquelas palavras dele eu mudei de opinião e voltei muito mais forte do que eu era antes. Até hoje, quando a gente conversa e tocamos no assunto ele fala que se a gente estivesse junto naquele dia ele teria me agredido por ter pensado em desistir [rs].

 
 
 
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Nem é quinta mas to com uma puta sdd de poder estar perto dos meus parsa 😭

Uma publicação compartilhada por 𝙏𝙖𝙡𝙡𝙚𝙨 𝘾𝙤𝙞𝙢𝙗𝙧𝙖 🥂 (@trallez) em12 de Abr, 2020 às 2:46 PDT

HM – Em uma situação imaginária, se você pudesse encontrar a música em pessoa e dizer apenas uma coisa a ela, o que você diria?

Se você não existisse, o mundo seria tão sem graça.

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