Kanye West rasga o verbo sobre insatisfação com contratos com gravadoras

Por redação

Foto de abertura: Brent N Clarke/Invision/AP/REX/Shutterstock

Polêmicas envolvendo o rapper Kanye West são como tempestades de verão: não podemos prever quando vão aparecer, mas, temos certeza que vão acontecer. Dessa vez, a polêmica envolve uma causa de vários artistas que vivem de música, os contratos predatórios das labels com o direito de propriedade da obra gravada.

Durante essa semana, Kanye disparou mais de 100 tweets agressivos atacando as Major Labels americanas Sony e Universal. Entre eles, incluiu a cópia de seus contratos feitos com a Universal, telefone dos executivos da empresa, conversas com um suposto advogado pessoal e afirmação de que ele seria o Moisés da música (intitulado por ele mesmo), fazendo o papel de libertar os músicos da escravidão que esses contratos proporcionam.

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Ao assinar um contrato com uma label, o artista praticamente cede todos os direitos da sua obra para a gravadora, com duração vitalícia. O que ele recebe em troca com esse acordo, além da distribuição, são os royalties da obra que, para o artista, representa uma porcentagem mínima do total.

Em uma geração completamente digital, na qual o acesso às mídias são dados exclusivamente pela internet, o faturamento dos streams representam uma grande parcela do total adquirido pela música. Em tempos de pandemia, onde o artista está impossibilitado de apresentar seus shows, essa fonte de renda se torna imprescindível. Esse é um dos principais argumentos de Kanye West para dar embasamento a esses ataques. De acordo com ele, “a divisão de receita das obras está injusta, e os contratos com as labels escravizam o artista, principalmente, os mais novos, para a vida toda”.

Em conversa com seu advogado, os dois discutem como causar o rompimento desse contrato com a gravadora, argumentando que a mesma não ofereceu o devido suporte ao artista, e uma das exigências seria a posse da obra produzida. O consultor classifica essa ação como “de alto risco e de alta recompensa”.

Além disso, ele aborda que Kanye e as labels poderiam tentar um novo acordo comercial com as gravações, mas, o artista diz que não está mais disposto a negociar com as gravadoras.

Na conversa, eles relatam o exemplo da Taylor Swift que comprou os direitos das suas obras por 300 milhões de dólares, mas, o seu consultor prevê que suas músicas custariam muito mais caro, devido a maior relevância das mesmas. Em Tweets posteriores, Kanye relata que está tentando entrar em contato com as gravadoras e não consegue resposta, pois, de acordo com o mesmo, eles sabem que West tem o dinheiro necessário para a compra e os mesmos não querem ceder.

 

E você? O que acha disso tudo? Seria esse mais um ataque de dupla personalidade (diagnosticado no artista) ou ele tem razão em expor as labels? Polêmicas envolvendo direito de obras sempre foram presentes na indústria da música, até o rei do pop, Michael Jackson, já estrelou nessa novela. Será que agora, com o ataque do rapper, as grandes labels irão repensar a forma como estão fazendo acordo com os músicos?

A mudança que a era da internet causou na música parece que ainda terá longos capítulos!

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