Por Jay Mariani
Foto de abertura: divulgação
Não é de hoje que o lançamento desse jovem futurista e brasileiro nos enche de orgulho e representatividade. Dessa vez, Malive aparece no selo do californiano Noizu, com “Voy”, uma faixa encatadora repleta de sonoridades esotéricas, um vocal “chiclete” e uma linha de baixo macia e sólida.
Precisamos voltar um pouco para entender como ele adquiriu essa linguagem e estética visual trazidas em seus projetos que são sempre pautados como referência.
Vinícius Lima, 23 anos, músico, instrumentista e produtor musical, formado em uma das melhores escolas de Los Angeles (Berkeley), mostrou ao mundo sua enorme musicalidade criando trilha sonoras para YouTubers e fazendo ghost productions para grandes DJs.
Malive – Foto: divulgação
E não para por aí a sua versatilidade!
Poucos sabem, mas, além disso, ele também produz grandes nomes do hip-hop nacional como Matuê, Chris, 1kilo, Xama, Froid e Djonga que, por sinal, é um dos maiores expoentes do rap nacional chamado “Olho de Tigre”.
Matuê e Malive – Foto: divulgação
HM – Como surgiu o amor pela música?
Devo ter nascido com isso. Ouço música no mínimo um terço do meu dia, mas tenho lembranças da minha mãe ouvindo Bee Gees e ficar apaixonado por aquilo. Nostálgico!
HM – Qual a história desse último lançamento?
Eu e o Noizu sempre trocamos alguns emails. Um dia, eu mandei uma faixa no email dele e depois de algumas semanas ele me respondeu querendo assinar. É muito genuína essa criação de intimidade e identificação para um lançamento somado ao talento, obviamente.
HM – Voltando um pouco, quem veio primeiro: o rap ou a música eletrônica? Tem um que você prefira mais do que o outro?
Os dois vierem juntos porque eu sempre produzi os dois paralelamente e não tem como escolher um que eu goste mais. É como se ambos fossem um filho. Não dá para escolher o favorito [rs]!
HM – De onde veio o termo 2035? Você mesmo criou? Vi que você abriu seu próprio selo com o nome 2035 Club!
Esse é o ano em que eu nasci. Na verdade, quem está falando com você é uma projeção que tenta ensinar todos os dias como é a música aqui no futuro.
Criei o meu selo afim de achar algumas que também nasceram nesse ano. Tem muita gente perdida por aí, meu papel é poder ajudá-los a se encontrar.
HM – Quais são as sus referências no geral?
Todos os negros em geral. Posso citar alguns, Pharrel Willians, Tyler, The Creator, B.B. King, ASAP ROCKY, Fatoumata Diawara, Mano Brown. Tem muita gente, mas, no final, tento não ouvir tanta música eletrônica para na hora de produzir não copiar ninguém.
HM – E na música eletrônica, tem algum ídolo ou alguém que te inspira? Pode ser até um novo talento!
Não acho legal essa cultura de “endeusar” alguém.Claro que os que vieram antes merecem o respeito convicto, mas, eu prefiro ouvir coisas de pessoas mais jovens do que eu. Tem os que eu admiro, como Disclosure, Denis Sulta, Durante, Boys Noize, Four Tet, etc.
HM – Planos futuros!
Eu sou o plano do futuro [rs] brincs! Consolidar meu selo, fazer colaborações com novos artistas, desenvolver moda e música na 2035 Club e projetos sociais.