BRMC 10ª edição começa nesta quarta

Por Lucas Portilho de Faria Cunha 
Fotos Ebraim Martini

 

O objetivo de uma conferência é propor, durante um tempo específico, a discussão de diversos temas. Atividades como palestras, workshops e cursos são oferecidos no intuito de aproximar o público com o tema central do evento. O Brazil Music Conference (BRMC), antigo Rio Music Conference, é um evento com o foco na discussão e aprofundamento do mercado e da cultura da música eletrônica. Organizado anualmente desde 2009, é considerado como o principal e o maior encontro que abrange este nicho na América Latina.

Paralelo a conferência, o Rio Music Carnival também possui destaque como um dos eventos brasileiros mais importantes. Voltado ao entretenimento, o festival reúne fãs da música eletrônica na época de maior efervescência nacional: o Carnaval. Agregando artistas renomados do mundo todo, já apresentou David Guetta, Gui Boratto, Pete Tong, Armin van Buuren, Erick Murillo, Steve Angello, Tocadisco, entre muitos outros.

O RMC foi criado com o objetivo de oferecer ao público sete dias de workshops e feira de negócios. Com sede no Rio de Janeiro, sua realização se deu em um dos pontos mais icônicos da capital carioca: o galpão Marina da Glória. Estandes e atividades de lazer permitiram que o evento tomasse fôlego, com temas como a “Revolução Digital: da queda do Vinil à ascensão do MP3” e o workshop de discotecagem básica com o principal representante do drum and bass brasileiro, DJ Marky, estrearam o evento com maestria.

marky_500DJ Marky

Após o sucesso da primeira edição, o RMC criou o conceito de duas atividades principais: a “The Conference” (formato principal, com workshops, palestras e cursos) e “The Music” (reunindo grandes atrações internacionais em um mesmo festival). Reafirmando-se como um encontro de referência global, a segunda edição contou com a apresentação do maior torneio de scratching do mundo: o DMC.

Com o objetivo de transformar o Rio de Janeiro na capital da música eletrônica, foi organizado durante o Carnaval de 2011 um festival que atraiu mais de 25 mil pessoas. Movimentando cerca de R$ 20 milhões em dois dias, a Conferência, naquele ano, também bateu recorde de público: cinco mil pessoas. Além disto, a curadoria artística aprimorou o conceito apresentando dois palcos que reuniram Booka Shade, Trentemoller, Kaskade, Fatboy Slim e o b2b dos DJs Marky e Murphy. Expandindo o evento em outros centros urbanos, “Road Shows” levou a marca para diversas capitais: Belo Horizonte, Curitiba, Florianópolis, Fortaleza, Ribeirão Preto e São Paulo.

Ampliando a gama de atrações, em 2012 a duração foi estendida para doze dias repletos de atividades. Com mais de 60 atrações e sete noites de festa, representou um marco na história do evento com o lançamento do Anuário RMC: uma publicação que visa discutir e abordar o universo da música eletrônica através de entrevistas, matérias especiais e um compilado de dados sobre o mercado. Um dos destaques dessa estreia foi a “invasão” de festivais internacionais em território brasileiro. Outra novidade foi o lançamento do “Prêmio RMC”, a fim de reconhecer profissionais de 16 categorias.

Devido o aumento da proporção do evento, é decidido fracionar a “The Conference” e “The Music” em espaços distintos: sendo as discussões sobre o mercado, tecnologia e inovação realizadas no Hotel Pestana (Copacabana); e o festival permanecendo na icônica Mariana da Glória. Mais profissionais internacionais são convidados exigindo, assim, maior responsabilidade dos organizadores. Em 2013, inaugura-se o Club Week: uma semana de atividades em casas noturnas cariocas para apresentar ao público o melhor do universo da música eletrônica.

crmf_3_500Claudio da Rocha Miranda Filho, cofundador e diretor executivo do BRMC

Já estabelecida, em 2014 recebe, pela primeira vez, a AFEM (Association For Electronic Music). Uma associação internacional sem fins lucrativos criada para representar os interesses comuns das companhias e indivíduos que investem, advogam e aplicam a boa prática no mercado. Neste mesmo ano, mais de 30 estabelecimentos participaram do Club Week, oferecendo para o público 150 festas e cerca de 600 atrações musicais. Para inaugurar as atividades daquele ano, aconteceu o Boiler Room Live from RMC, no Morro do Vidigal.

No ápice da “EDM” mundial, em 2015, é lançado o RMC Colab: um projeto que leva a música eletrônica para instituições periféricas do Rio de Janeiro. Atraindo mais de 40 mil pessoas a Marina da Glória, nomes como Afrojack, Dimitri Vegas & Like Mike e outros artistas internacionais se apresentam ao longo de 14 dias.

Em 2016, o evento foi marcado com a mudança de sede: do Hotel Pestana para o MAR (Museu de Arte do Rio) e Museu do Amanhã. Com mais de três dias de atividades e 1500 pessoas participando de painéis, teve como destaque a discussão da valorização da música eletrônica produzida nacionalmente. Além da edição principal, as regionais tiveram modificações: a de Curitiba virou RMC Brasil e a de São Paulo se tornou América Latina.

Em 2017 a conferência foi dividida em três cidades: Curitiba, São Paulo e a edição principal no Rio de Janeiro, reunindo novamente cerca de 1500 participantes e dezenas de convidados que discutiram temas como: “How to Talk Milennial” (painel que tratou formas de se comunicar com o público da geração Y); “The Future Of Clubbing” (uma conversa sobre o status da cultura clubber em nível internacional); e “A música eletrônica além das pistas — powered by Austro” (abordando a questão das plataformas de streaming para a proliferação de produtos artísticos fora da pista de dança).

painel_que_reuniu_os_principais_festivais_brasileiros_500

BRMC #10

Comemorando a décima edição, a conferência se reinventou em todos os aspectos. Através de uma série de ações, dentre elas, a renovação da identidade visual, se reafirma como a maior da América Latina. Segundo Bruna Calegari, umas das cabeças da agência Hot Content (empresa por trás do marketing do evento), “BRMC é a separação final entre a conferência e o festival Rio Music Carnival, que acontece na Marina da Glória. Sempre foi um grande objetivo de comunicação da marca, e finalmente com isso tornou-se possível esclarecer o que é cada uma para os respectivos públicos”, afirma.

Para 2018, um super Anuário foi preparado. Focado nas tendências e inovações do mercado da música eletrônica e outros gêneros conectados (trap, rap, pop e a nova MPB), Calegari aponta uma linha do tempo especial relembrando os melhores momentos do BRMC como um dos conteúdos desta publicação. Além disso, mais de 400 marcas estarão envolvidas e serão distribuídas em painéis, workshops, cursos e feira de negócios, com destaque para a participação de Fusion Energy Drink, Pioneer DJ, Sympla, AFEM, AIMEC, Acidkat Academy e da própria House Mag.

Questionada sobre a comunicação com o público, ela explica: “o BRMC é uma plataforma que existe por e para o mercado, retroalimentando o que está acontecendo no presente, reunindo visões distintas que podem apontar para possíveis cenários futuros. Desde que trabalho com a marca, em 2013, nunca tantos públicos foram contemplados. Do produtor de eventos ao cantor de rap, do empresário internacional à representante de vendas, dos responsáveis pela inovação aos consumidores diretos de tecnologia. É um desafio aglutinar e trabalhar todos esses públicos, mas infinitamente mais interessante do que há cinco anos, quando tínhamos um mercado menor e mais fechado.”

unibes_cultural_so_paulo__sede_brmc10_500UNIBES Cultural São Paulo – Sede BRMC10

Mais informações e programação completa: https://bit.ly/2I0Hliu https://bit.ly/2I0Hliu

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