Aphex Twin responde a 25 perguntas

Não é fácil conseguir uma entrevista com Richard D. James, o Aphex Twin. Mas em comemoração aos seus 25 anos, a revista alemã Groove reuniu perguntas de 25 grandes artistas da música eletrônica.
 
Abaixo, algumas delas, junto às respostas de James. 
 
Richie Hawtin: Você acha que crescer em meio às paisagens onde você cresceu, nas ilhas Britânicas (Cornwall, por exemplo), teve influência no seu estilo musical – e na forma como você gosta de se manter isolado e anônimo?
“É mais viajante quando você está na natureza. Quando me mudei de volta para Cornwall, depois de morar em Londres, eu tinha essa fantasia sobre o que é a natureza selvagem, ideia que vinha sempre acompanhada de um bom clima. Mas essa natureza fica assustadora quando você vem vento, trovões e essas coisas. Mas é igualmente viajante. Acho sim que essa coisa de estar isolado formou minha perspectiva”.
 
Caribou: Você é ambicioso? Se sim, em que sentido?
“Estou tentando fazer o melhor possível – esta é a minha ambição. E tento fazer isso através da música. Quando você faz música e a escuta, ela muda você. É um processo constante de evolução. Cada vez que você faz uma música, você está em forma, deve imaginar o que gostaria de ouvir, que é basicamente o que você gostaria de ser”
 
Sven Väth: Quais novos artistas você tem escutado ultimamente?
“São muitos! Acho que muito são do dubstep, coisas que encontro na Juno. Há um que gosto em especial: esse garoto chamado Sd Laika. No geral, escuto mais coisas velhas do que novas. Techno dos anos 90, sou obcecado por isso. Gosto muito desse estilo, pois é cru e básico, não é muito complicado e detalhado como minhas próprias tracks. A maioria dessas tracks de techno têm apenas três elementos.”
 
Ricardo Villalobos: Você faz música para você mesmo ou para os outros?
“Bem, as pessoas vêm na minha mente quando estou fazendo música. Às vezes, as pessoas meio que flutuam na sua mente. Outras vezes, você imagina uma pessoa só. Mas na maioria das vezes, nem penso nisso. Às vezes, se gosto do gosto de alguma pessoa, tento fazer música que imagino que essa pessoa gostaria de ouvir, o que é muito interessante, pois acho que nem gostaria de tocar a música para a pessoa.”

Nicolas Jaar: Você já teve um fantasma, espírito ou um acidente falando diretamente com você enquanto fazia música?
“Sim, sempre senti a presença de algo. Não sei o que é, talvez seja apenas uma condição humana, mas sempre sinto como se deuses estivessem olhando para mim e dizendo ‘Vamos fazer você agir assim’. É bem estranho, pois esses dias fui para a cama e tive a maior sensação que já tive de que alguém me observava”

Luciano: Qual sua opinião na explosão da EDM pelo mundo? Especialmente nos EUA, com aquelas luzes de LED gigantescas e apenas um cara no palco?
“Acho que tudo bem. Para ser honesto, não ligo para o que as pessoas estão fazendo. Me importo com o que eles tocam apenas. EDM não se relaciona com nada do que eu faço. Esse cara Skrillex, por exemplo, só ouvi falar sobre suas tracks. Ele parece ter uma boa noção de tecnologia, mas é bem pop, não é? Pop demais para mim”

Leia a entrevista completa em inglês aqui.

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