Por Camilo Rocha
Nos anos 2010, o cenário da música eletrônica no Brasil vive um de seus períodos mais interessantes. Depois da consolidação e a popularização da década anterior, contra-correntes inovadoras e atrevidas ajudaram a revitalizar o cenário alternativo, com festas em velhas fábricas, coletivos de DJs ativistas e cruzamentos inéditos entre gêneros, com destaque para calorosas fusões entre sons brasileiros e eletrônicos.
O selo Massa nasce em 2018 para canalizar um pouco dessa energia e criatividade em produções musicais de qualidade. Com seus afiados radares de ideias e sonoridades, os fundadores do selo, o DJ e produtor Renato Cohen e o DJ e manager Fernando Moreno, querem levar um pouco da exuberância nacional para o mundo.
Com olhar veterano, a dupla tem longo currículo de serviços prestados à música eletrônica brasileira. Cohen é responsável pela faixa “Pontapé”, talvez o maior hit de pista global já saído do Brasil. Como DJ, rodou por festivais e clubs de peso, do Womb, em Tóquio, ao Berghain, em Berlim. Moreno é cofundador das agências Smartbiz e Entourage e já atuou como representante de inúmeros artistas relevantes da cena, como como DJ Mau Mau, Laurent Garnier e KL Jay. No papel de DJ, Moreno é residente dos clubs Lions e Yacht.
Para Cohen, o Massa será “techno em sua essência, mas da forma mais abrangente e diversa possível, refletindo o que acontece no Brasil e se conectando com o resto do mundo”. O selo trará artistas de fora para remixar seus lançamentos e contará com distribuição do selo alemão Kompakt.
Os primeiros cinco lançamentos do Massa exemplificam a diversidade da proposta: o jovem produtor paulistano Subismo; o duo brasiliense Forró Red Light, com seu baião digital; uma parceria entre Cohen e Rosco Sledge, remixada pelos talentosos Repetentes e a dupla Selvagem; o sulista Lucas Kid, que ganha remix de Pedro Zopelar; e a também paulistana Amanda Mussi, expoente do underground ativista da cidade.
Confira agora a premiere de Subismo, com “Cotard”. Subismo é um obcecado pelo o que o techno pode lhe oferecer de mais minimalista, sedento por texturas musicais abstratas e ritmos patológicos, suas produções e sets carregam uma identidade monogâmica e versátil. Play!
