‘’É preciso valorizar o trabalho humano por trás da tecnologia’’. Alok concede entrevista coletiva e explica motivações por trás do projeto Keep Art Human

Na tarde desta terça-feira, 13, Alok concedeu uma entrevista coletiva e falou um pouco mais sobre os bastidores do projeto Keep Art Human, que teve início no Coachella em sua apresentação junto do grupo de dança Urban Theory.

No início de maio, Alok havia anunciado uma nova fase do projeto com início em São Paulo no dia 28/06 no Mercado Livre Arena Pacaembu. O show terá uma super produção tecnológica com lasers e drones, mas o foco principal novamente será voltado para a apresentação do grupo Urban Theory e para reforçar a mensagem de que, ainda que estejamos na era das inteligências artificiais, fazer arte humana ainda é possível e necessário. 

Durante a coletivo, o DJ comentou que tem ciência de que a tecnologia sempre foi uma aliada em seu trabalho (apesar de tudo, ele continua sendo um artista que precisa dela para exercer a profissão), mas que o projeto Keep Art Human tem a missão de relembrar as pessoas que a arte precisa ter alma e um trabalho humano por trás. ‘’O pessoal no início achou que era I.A (a apresentação no Coachella), então quando fazemos algo desse tipo com o corpo humano gera bastante impacto e pode acabar ficando mais legal que I.A’’, pontuou Alok. O artista ainda relembrou que quando utiliza drones em seus shows, como por exemplo no Tomorrowland Brasil 2024, só é possível o espetáculo com um trabalho humano prévio programando as máquinas.

Durante o show, haverá um bloco dedicado ao projeto O Futuro É Ancestral, álbum de Alok composto com os povos originários indicado ao Grammy. Segundo ele, ‘’será uma representação clara da arte humana. Este projeto do Instituto Alok vai muito além da proposta mercadológica’’.

Na sessão de perguntas, pedimos para que ele pudesse esclarecer melhor quais dificuldades ele tem encontrado nesse desafio de unir a arte essencialmente humana com o auxílio da tecnologia. Alok trouxe uma reflexão interessante em sua resposta: ‘’A maior dificuldade hoje é convencer pessoas de que fazer arte através da alma humana é muito importante. Valorizar a criação por trás do espetáculo. Esse é o nosso maior desafio hoje. A arte, a partir de agora, mais do que nunca será um ato de resistência. Estava na China agora e toquei uma música que tinha milhares de anos, foi a música mais antiga que eu já toquei. Quer dizer, daqui 100 anos nossa cultura será moldada por Inteligência Artificial?’’

E, ao fim do bate-papo, Alok contou sobre um dos objetivos da Aurea Tour que é a construção das Florestas Aurea. Por onde a turnê passar, milhares de mudas de árvores serão plantadas, ideia que está alinhada diretamente com o que pensa o artista sobre o mundo e como nos relacionamos com ele. Atualmente, só no Brasil já foram plantadas mais de 300 mil mudas de árvores em biomas como a Mata Atlântica e a Caatinga.

Acompanhe Alok no Instagram para saber mais sobre as novidades da Aurea Tour.

Por Adriano Canestri

Deixe um comentário

Fique por dentro