6 artistas nacionais que já tocaram psytrance e foram para a cena house/techno

Por Iasmin Guedes

Transições, transformações, mudanças de estilos e de sonoridades. Assim é a trajetória de muitos artistas musicais, que ao longo de sua carreira vão se transformando e explorando novos estilos, de acordo com sua caminhada pessoal e o que observam do mercado. 

Na música eletrônica isso também ocorre, alguns mesclando gêneros, outros mudando completamente sua estética sonora e assim criando uma variedade que cai no gosto da galera. 

Hoje vamos relembrar alguns DJs e produtores que transacionaram do psytrance para o house e o techno. Siga na leitura e veja se você já sabia de todos.

1.Gabe

Você já deve conhecer um pouco dessa história e vai sentir até uma certa nostalgia.

O Gabe de hoje ainda tem muito daquele lá atrás, a mesma versatilidade e inquietação segue acompanhando nosso “rei das chineladas”, mas antes de se consolidar na cena tech house, Gabriel Serrasqueiro já era lenda das pistas.

O brasileiro iniciou sua carreira como Wrecked Machines em 1999. Em poucos anos se consolidou como um dos precursores do psytrance no Brasil. Entre os hits do projeto estão “Music in U”, “??Rubberneck” e o clássico remix para “Enjoy the Silence”, do Depeche Mode, assinado pelo Growling Machines (fusão com a metade do famoso duo holandês GMS).

Wrecked Machines passou por países como África do Sul, Alemanha, Israel, Japão, México e Portugal. Em 2006, conquistou o 55º lugar no Top 100 da DJ Mag, sendo um dos primeiros brasileiros a figurar no ranking, junto a ícones como DJ Marky e Anderson Noise.

Em 2007 o artista se reinventou e trouxe ao mercado o Gabe, voltando-se para as batidas mais cadenciadas do deep e do tech house. Mesmo com o foco no projeto atual,  Wrecked Machines ainda é muito pedido pelos fãs e vez ou outra faz aparições nos eventos. 

O que ninguém percebeu é que o projeto está mais vivo do que nunca e nos dá até uma esperança de retorno definitivo, já que recentemente a página oficial do  Wrecked Machines foi criada no Instagram.

Estaria  Wrecked Machines  próximo a um retorno sólido ou estamos todos em delírio coletivo? Bom, de qualquer forma, vamos ficar de olho e ansiosos para as próximas novidades.

2.Dubdogz

O projeto Dubdogz nasceu no final de 2015 e se tornou um dos maiores nomes da cena eletrônica mainstream nacional. Com 15 anos de carreira, os irmãos Lucas e Marcos Ruback iniciaram a carreira no psytrance. Em sua primeira turnê internacional, no México, a dupla tinha apenas 17 anos e tocavam o estilo com o projeto WEGA. 

Algum tempo depois, os mineiros mudaram o nome para Ruback, inclusive depois de 5 anos com o projeto parado, na última edição do Universo Paralello os irmãos reviveram o Ruback no palco principal do festival.

Depois disso mudaram sua sonoridade para o house pop do Dubdogz e fizeram muito sucesso nas rádios e pistas brasileiras.

Recentemente o Ruback anunciou oficialmente seu retorno aos palcos, onde se apresentou no Só Track Boa e na sequência na XXXperience, no CAOS Stage, pista de techno da XXX que caracteriza a nova identidade sonora do projeto, que agora segue na linha do techno melódico com elementos do Psytrance. 

No último sábado eles estrearam seu selo de festas no Laroc club. 

3.Devochka

Com 12 anos de carreira, a brasileira, que se tornou uma das maiores artistas da atualidade, fez seu nome nas pistas com o psytrance e seu future prog. 

Além do projeto solo Devochka, ela tinha o Two Birds, formado por Devochka ao lado do mexicano Mandrágora, projeto que chegou ao fim em 2018. Sua última apresentação rolou no Garden Music Festival. Two Birds era um dos mais populares da época e com grande fandom. 

Hoje os artistas seguem carreira solo, Mandrágora seguiu no psytrance e Devochka migrou para a cena house.

4.Victor Ruiz 

O paulistano Victor Ruiz é outro nome que tem suas raízes no psytrance, tanto que recentemente ele se apresentou no Alchemy Circle do Boom Festival, em Portugal, entregando um set que deixou a galera confusa.

“Victor Ruiz tá tocando trance?”, questionaram.

E ele respondeu em uma publicação feita pela House Mag.

 “Eu comecei a produzir e tocar psytrance há quase 18 anos atrás, bem antes de começar a curtir techno. Tenho introduzido novamente alguns sons em meus sets atuais, pois acho que tem tudo a ver mesclar techno e psy – se feito de maneira coerente.”

Victor Ruiz é um dos projetos de techno brasileiros mais antigos e mais bem sucedidos, principalmente na Europa. Pelo visto, muita mistura boa ainda vem por aí! 

5 e 6. Alok e Bhaskar

Os irmãos Petrillo também iniciaram no psytrance, afinal são filhos de Juarez e Ekanta, idealizadores de um dos maiores festivais do Brasil, o Universo Paralello. Claro que eles seguiriam suas raízes, pelo menos por algum tempo.

Os brasileiros tinham o projeto Logica que visitou mais de 17 países em tour. Ainda hoje faz aparições especiais no mainfloor do UP. Isso mesmo, se você quer ver essa raridade, é só indo no festival, que inclusive realizará sua 17ª edição este ano, entre os dias 27 de dezembro a 03 de janeiro de 2024. 

Alok seguiu a carreira solo em 2010, migrando para o brazilian bass, e depois abrangendo diversas sonoridades mais pop eletrônicas, e Bhaskar seguiu o caminho da house music, consolidando a carreira solo em 2016, com o single “Feeling so high”. Ambos hoje são extremamente bem sucedidos em seus seguimentos. 

7. Bônus

 Indira Paganotto também tem suas raízes no psytrance, e ainda hoje transita pelo gênero, além do acid e o techno.

Em entrevista a revista Mixmag, a produtora revelou que o pai foi DJ, nos anos 80, onde tocava em raves de psytrance na praia.

Você sabia disso?

Esse ano ela levou o psy e o techno ao palco principal do Tomorrowland belga e pelo visto toda essa mistura está apenas começando, apesar de já ser realizada há anos por artistas como Nina Kraviz, que usa samples e tracks de Psy em seus sets por grandes festivais de techno como Awakenings há anos.

E assim a cena vai de reciclando. E alguns dão o ponta pé inicial. 

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