Um dos artistas mais destacados da cena progressive house da atualidade, Simon possui lançamentos consagrados por labels como Sudbeat de Hernan Cattaneo e Bedrock de John Digweed. Sueco que cresceu na Argentina, Simon se tornou um dos líderes da construção da nova cena Argentina e Sul Americana, com agenda global de shows e lançamentos nos topcharts do beatport. Conversamos sobre sua carreira e a passagem pelo Warung Day e o Show Case da agencia Epicenter.

Ola Simon, obrigado pela conversa!
Olá, Jonas, obrigado pelo convite!
Você veio ao Brasil para dois shows em Curitiba. Como foi a experiência no Palco Warung e depois do Epicenter Show Case?
Foi um prazer participar destes eventos. Warung é um nome tão importante, e fazer parte daquele festival com um lineup tão incrível foi muito especial.
Tive o prazer de tocar durante o dia no palco principal — o local era simplesmente incrível. Mais tarde naquela noite, toquei um set um pouco mais longo no show case da Epicenter, o que foi uma experiência incrível.
Vibe perfeita e uma energia musical diferente, já que era madrugada.
Espero voltar ao Brasil em breve!
Antes do Brasil, você esteve em sua primeira Tour pelo Japão, certo? Conte-nos como foi essa experiencia nesse país tão importante para a música eletrônica mundial.
Sim, toquei em Tóquio em abril e passei pela Austrália — foi uma experiência incrível.
O Japão é um país que eu queria visitar há anos. A cultura e os valores deles sempre me fascinaram, então estou muito grato por finalmente ter acontecido.
Muitos Brasileiros pensam que você é Argentino, porém na verdade você nasceu na Suécia certo? Nos conte um pouco da sua história familiar.
Sim, eu nasci em Genebra, Suíça, assim como o resto da minha família. Todos nós nos mudamos para a Argentina quando eu era bem pequeno.
Meus pais sempre foram aventureiros e abertos a novas experiências, então, em certo momento, decidiram fazer uma grande mudança de vida e começar um novo capítulo na Argentina.
Quando exatamente você passou a produzir suas próprias faixas e como foi esse processo inicial?
Comecei a tocar violão por volta dos 8 anos. Mas, crescendo em uma cidade pequena na Argentina, era difícil encontrar pessoas para formar uma banda naquela idade.
Então, alguns anos depois, quando descobri que podia produzir música sozinho, sem precisar de ninguém, naturalmente mergulhei nesse caminho.
Você vem lançando faixas de excelente qualidade a pelo menos uma década, desde o EP ‘’Bahia’’ pela Sudbeat, que me parece que foi marco naquele momento, certo?
Muito obrigado! Sim, aquele EP foi definitivamente um momento crucial para mim.
Na verdade, foi lançado em 2014 — então já faz mais de dez anos. De certa forma, tudo vem se construindo gradualmente desde então.
Em 2024 você deu um salto na carreira e temos visto assumir mais posições de protagonismo. O que você considera que mudou nos últimos meses? Olhando aqui do Brasil, me parece que a faixa Pródiga foi um ‘’game-change’’ pra você, concorda?
Bem, até a pandemia, eu estava estudando por cinco anos e me formei em composição musical. Isso significava que eu não podia realmente fazer turnês ou me dedicar totalmente à música como carreira.
Nunca parei de produzir música, é claro, mas depois de me formar, comecei a fazer turnês mais a sério — talvez essa tenha sido a mudança.
Quanto a Pródiga, estou feliz com a forma como as pessoas se conectaram com ela. Ao mesmo tempo, vejo isso mais como um reflexo de anos de trabalho consistente e paciência — uma continuação, e não um momento de ruptura. As coisas têm evoluído aos poucos.
Como é preparar um set para um festival e para um clube?
Eu sempre preparo uma grande variedade de faixas para diferentes situações e depois adapto dependendo do horário, da energia e do público.
Em festivais, onde os sets geralmente são mais curtos, há menos tempo para construir, então é um bom desafio causar impacto rapidamente.
No show do Epicentro, que é uma noite de balada, tenho um set um pouco mais longo, para poder desenvolver as coisas mais gradualmente.
Além de todo o apoio do Hernan, você também é muito prestigiado pelo Lee Burridge e pelo John Digweed mais recentemente, tocando em eventos da Bedrock, como é estar ao lado dessas lendas da cena progressive?
Sinto-me simplesmente grata pelo apoio deles. São verdadeiros mestres em seu ofício, com identidades artísticas muito fortes, e você aprende muito só de conviver com eles.

Você possui uma assinatura sonora que difere, talvez por isso tem chamado tanta atenção, como você descreveria o seu estilo de produção? Que características te atraem.
Obrigado! Gosto de uma grande variedade de gêneros eletrônicos e também me inspiro em coisas fora do mundo da dance music — jazz, ambient e assim por diante.
Também toco piano bastante, seja compondo ou simplesmente improvisando.
Quando produzo, procuro unir ideias harmônicas e melódicas interessantes com grooves que as complementem.
Gosto de inovar, mas sempre tento manter aquela essência clássica do progressivo e do techno old-school, para manter o equilíbrio.
Quais são os próximos lançamentos, alguma novidade para nos contar?
Estou sempre criando músicas novas para meus sets — nem todas são lançadas.
Mas tenho dois EPs agendados para os próximos meses, então fiquem ligados!
Obrigado Simon, nos vemos em breve, até mais!
Thank you!
Por Jonas Facchi
Fotos: Maira Dill