Flakke em um papo divertido, cheio de curiosidades e cremoso sobre a sua carreira

Por redação

Foto de abertura: divulgação

Flakkë recentemente somou mais uma conquista em sua carreira com o lançamento de “Alone (Call My Own)” pela Dharma Worldwide, label de um dos seus maiores ídolos, o gigantesco KSHMR. Cada vez mais “cremoso”, como o mesmo diria, o DJ e produtor paulista tem grandes expectativas para o retorno dos eventos e os lançamentos que estão por vir.

Entre gírias, histórias, aprendizado e muita risada, Francisco Borelli contou sobre o seu processo de renascimento na música eletrônica, como o projeto Flakkë surgiu, várias curiosidades sobre sua trajetória e, é claro, todos os detalhes por trás de “Alone (Call My Own)”.

Você já conferiu a faixa? Dê o play na track e entenda mais sobre o cômico e prodígio Flakkë nessa entrevista exclusiva.

HM – Oi, Flakkë! Obrigada por compartilhar sua cremosidade conosco! Como está encarando essa nova fase da vida e carreira? Há quanto tempo iniciou o projeto Flakkë?

Olá House Mag, obrigado por ajudar a espalhar a palavra da cremosidade! Eu comecei com o Flakkë em 2018, já são três anos da minha vida me dedicando em tempo integral a esse projeto. Já nem sei mais quem é Francisco e quem é Flakkë, desenvolvi ansiedade e insônia crônica nesse período, engordei alguns quilos, mas apesar disso estou muito alegre e realizado com tudo que tenho conquistado.

HM – Como surgiu essa ideia de vincular uma sonoridade medieval às suas tracks?

Eu sempre fui apaixonado por história e diferentes culturas do mundo, principalmente história medieval européia, acho que por conta do meu amor pela série de jogos The Legend Of Zelda. A música medieval mexe comigo e me fascina num nível que não sei explicar, então eu apliquei isso nas minhas músicas eletrônicas e acabou que ficou uma mistura bem legal.

HM – Em que momento você percebeu que a flautinha era uma parte importante da sua identidade como produtor?

A flautinha marcou muito o Flakkë no começo, e acho que foi o diferencial do projeto para se destacar naquele gênesis, mas hoje eu expandi para diversos outros instrumentos e, sinceramente, faz tempo que não uso uma flauta nas minhas canções, hahaha! Tenho procurado experimentar com outros instrumentos e inclusive minhas próximas músicas, além das influências de música étnica e clássica, terão um tempero bem cheiroso e agridoce de rock e metal.

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Foto: Wesley Allen

HM – A verdade é que você é muito engraçado e vive fazendo as pessoas darem risada no Instagram. De onde surge tanta inspiração e criatividade para seus posts?

Acho que é algo que eu carrego desde a época do colégio, eu sempre tive esse jeito de artista e sempre gostei de entreter as pessoas, mas nunca fui o cara bonitão, então tive que ser engraçado, acho [rs]! Mas muitas coisas que as pessoas acham engraçado em mim e no meu jeito são apenas traços da minha personalidade mesmo, meu jeito de falar, de me comunicar. A cremosidade é uma coisa difícil de ser discriminada.

HM – Você sempre foi conhecido como “KSHMR brasileiro”. Você acha que isso foi bom ou ruim para sua carreira?

Eu acredito que tenha sido bom, porque o KSHMR é um cara bom e um gênio! Mas, de qualquer forma, acredito que hoje eu sou muito mais Flakkë do que qualquer outra coisa, consegui achar meu próprio caminho apesar de ter muita influência do KSHMR. Seria ruim eu ser conhecido, sei lá, como Bolsonaro da música eletrônica ou Wesley Safadão do slap house.

HM – Falando em KSHMR, não tem como não citar seu encontro com ele no Laroc. Qual sua reação quando soube que ele estaria no clube? E as horas antes de conhecê-lo, como você estava?

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KSHMR e Flakkë – Foto: divulgação

Esse dia foi um verdadeiro deleite! Assim que eu soube que ele iria tocar no Laroc eu falei pra mim mesmo: EU VOU NEM QUE EU TENHA QUE IR DE PATINETE ATÉ VALINHOS. O mais legal é que rolou uma mobilização coletiva de diversas pessoas do Brasil todo para que eu estivesse no line up no dia, o que infelizmente não rolou, mas o FTampa e o Thiago Grazioli do Kickstarts (que tocaram no dia) viram o quanto eu merecia estar lá, e ambos me convidaram para fazer uma participação especial no set deles. Eu lembro que fiquei extremamente nervoso quando estava entrando no camarim e confesso que não lembro direito da nossa conversa, deu um branco. Só lembro que conversamos por bastante tempo e que ele foi muito legal.

HM – Agora você conquistou um de seus sonhos, que era lançar na Dharma Worldwide, a gravadora do KSHMR. O que passa pela sua cabeça?

Eu estou muito orgulhoso de mim e da minha equipe, só eu sei o quanto eu batalhei para isso, foram anos sonhando com esse lançamento, muitas e muitas horas de trabalho, madrugadas viradas e muitos “nãos”. É uma mistura de “eu mereço” com “obrigado, universo”, pois eu também tive a sorte de ser descoberto pelo Hard Lights, que abriu caminho para a track na Dharma.

HM – Desde o começo da produção de “Alone” você acreditava que ia emplacar a faixa no selo? Como foi trabalhar em collab com Hardlights e Alfons?

Eu imaginava desde o começo! O Hard Lights já lançou lá antes e, inclusive, tem até uma collab com o KSHMR. Quando ele me chamou para fazermos uma música, eu já pensei: “vou dar meu melhor nessa porque agora é meu momento tão esperado”. Assim que terminei a primeira versão da música ele já mandou pra Dharma e falou que eles gostaram muito.

HM – Sabemos que você já bateu um milhão de plays em vários remixes. Qual o segredo para fazer uma nova versão de uma track?

Eu já atingi mais de um milhão de plays em seis músicas, sendo uma delas o remix da “Seatbelt” do Cat Dealers. O que eu tento fazer religiosamente em todos os remixes que eu faço é tentar pegar apenas o elemento principal da track original e construir uma track completamente nova em volta, como se fosse uma música original minha. Acho que por isso que consigo deixar meus remixes recheados com a minha identidade sonora.

HM – Como você enxerga sua trajetória de Gran Fran para Flakkë?

Muitos erros, alguns poucos acertos, muito trabalho, muita dedicação e sorte. O Flakkë surgiu muito “por acaso”, pois eu tinha acabado de desistir do Gran Fran, estava passando por uma depressão muito forte e um desânimo imenso, e justo nesse momento o Felippe Senne, da HUB, me chamou e veio me convidar a tentar produzir alguma coisa diferente para ele lançar na Hub Lab. Eu tava completamente descrente e desapegado da ideia de ser um artista, já havia me conformado em ser ghost producer pelo resto da vida, e acabou que a primeira música que mandei pra ele se tornou a primeira do Flakkë, me trouxe um ânimo e frescor imenso poder começar um projeto do zero e lançando na maior gravadora de música eletrônica do Brasil. E depois disso foi que foi.

HM – Sabemos que sempre esteve ligado à música. Você toca algum instrumento? 

Eu toco violão clássico e guitarra desde os 13 anos, me formei em violão erudito no conservatório e fiz um ano de faculdade de música. Eu também arranho no baixo e no teclado, que aprendi sozinho, mas meu maior sonho mesmo relacionado a música é cantar [rs]!

HM – Dá um cronograma aí pra gente dos próximos lançamentos até o fim do ano.

Ainda tem muitas tracks saborosas pra sair esse ano! Em setembro tem minha collab com o Ralk e a Yassiq, em outubro com o Zafrir e a Curol, e as outras ainda não posso falar, mas vai ter mais música nova do que mês em 2021.

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