Tem brasileiro voando alto com o tech house. Conheça Classmatic!

Por Luiza Serrano

Foto de abertura: Jhonattan Garcia

No ano passado, o catarinense Classmatic lançou um EP pela House Mag Machine e já dava pistas de um 2020 explosivo. Apadrinhado por nada mais, nada menos, do que Loco Dice, o projeto de Frederico Farias estava fazendo barulho no Brasil e pelo mundo afora, com suportes de wAFF, Amine Edge & Dance, Carl Cox, Roger Sanchez, Franky Rizardo, Kolombo, Solardo e Latmun.

Apostando no tech house antes mesmo do boom da vertente musical nos últimos anos aqui no Brasil, o DJ e produtor surfa neste momento em uma das melhores fases da sua carreira. No início do ano, foi convidado pelos próprios label bosses da Solid Grooves para a primeira edição da festa no Brasil, Michael Bibi e Pawsa. Podemos imaginar a alegria de Classmatic, já que não é todo dia que se recebe um convite de uma das principais representantes do tech house do mundo.

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Classmatic e Michael Bibi – Foto: Facebook Classmatic

E não parou por aí. O produtor já tem engatilhado um álbum com 12 faixas pela CUFF, de Amine Edge & DANCE. “Crazy Pages” tem participação dos donos da gravadora, além de Chick Luv Us, Francesco Parente e Drunky Daniels. Rolou até um spoiler sobre um novo trabalho no qual tem o mestre das chineladas, Gabe, como parceiro. Conversamos com o artista para saber um pouco mais sobre todas essas novidades. Confira!

HM – Você faz parte da geração de DJs e produtores de tech house brazucas que têm feito música tipo exportação, mas que caiu no gosto dos brasileiros também. Como você vê a cena atualmente?

Vejo a cena numa constante evolução, tanto artistas quanto o público, que por sua vez está cada vez mais exigente e mais bem informado sobre os estilos de som de cada artista. 

HM – A Solid Grooves é hoje uma grande representante do tech house em todo o mundo. Como você se sente sendo o único brasileiro junto com Pemax em ter lançado na gravadora? E como que aconteceu?

Me sinto completamente honrado e orgulhoso. Aconteceu no início de 2018, quando eu e o Pemax, artista brasileiro com quem fiz o EP, enviamos algumas promos para o e-mail do Michael Bibi e ele pediu para separar a nossa música “Fresh Tuff” para lançar na Solid Grooves e que gostaria de mais uma para fechar um EP. No dia seguinte, a gente se trancou no estúdio e criamos algumas tracks novas, entre elas “Albatross”, escolhida pelo Bibi como o b-side do EP.

HM – Nos conte como foi seu primeiro contato com Michael Bibi e Pawsa e como foi sua reação ao ver, por exemplo, Michael Bibi tocando sua track no Tomorrowland de 2019?

Após o lançamento na Solid Grooves, acabei conseguindo o contato de ambos e continuei mandando minhas tracks. Até que na metade do ano passado eu estava em recuperação do meu siso e a única coisa que eu podia fazer em repouso era produzir música. Acordava todos os dias e ia direto para o estúdio. Estava terminando em média duas músicas por dia. Em uma certa manhã, antes de ir produzir, abri meu Instagram e vi o post do Bibi dizendo que estava pegando um voo para tocar no Tomorrowland e comentei na foto dele “check your email” (sendo que eu nem tinha enviado nada) e ele respondeu “ok bro, thanks”. Quando ele respondeu, fui correndo criar uma playlist com as músicas novas que tinha feito durante a recuperação do siso, e uma das tracks era a “Electric Circuit”, que ele ouviu durante o voo e a tocou chegando no TomorrowlandSó caiu a ficha mesmo quando recebi um e-mail dele no outro dia me enviando um vídeo tocando ela.

HM – Acabamos de saber que você é o artista com o maior número de lançamentos pela CUFF. O que faz com que a label hoje em dia se torne prioridade para o artista e como surgiu o seu primeiro contato com eles?

Em primeiro lugar, acredito que a liberdade sonora seja o mais importante. Um detalhe que facilitou muito meu caminho na CUFF foi o fato de que eu, Amine e o DANCE temos gostos muito semelhantes e referências sonoras praticamente iguais. Tanto é que além dos lançamentos na gravadora deles, eu remixei uma música para o duo e fizemos uma collab juntos que vai ser lançada em maio no meu álbum!

O primeiro contato surgiu em 2017, quando enviei algumas promos para eles por e-mail e eles me convidaram para lançar lá.

HM – Falando em CUFF, você está lançando um álbum com 12 músicas pela gravadora em maio. Conta para a gente um pouco deste novo trabalho. Qual é o nome? De onde veio a inspiração?

O álbum vai se chamar “Crazy Pages” e será lançado dia 1º de maio em todas as plataformas digitais. “Crazy Pages” vai relatar diferentes fases da minha vida pessoal e da minha carreira profissional em 12 músicas. Contando com collabs com Amine Edge & DANCE, Chicks Luv Us, Francesco Parente e Drunky Daniels. A principal mensagem do álbum é em arriscar a sua vida em algo que você realmente ame através de foco e coragem, porque todos nós temos e vamos ter que correr risco dentro de alguma decisão ou sonho em um determinado momento da vida.

HM – Para você, o tech house é passageiro ou veio para ficar?

Acredito que chegou para ficar e crescer muito nos próximos anos! 

 

HM – Nos conte alguma curiosidade ou fato interessante que aconteceu na sua carreira e que ninguém sabe.

Tenho várias. Mas acho que o mais interessante foi a história do meu remix para a track “It Doesn`t Make Sense” do Amine Edge & DANCE. Eu estava conversando com o Amine no WhatsApp e trocando algumas promos, até que ele ouviu uma track minha com um chop do mesmo vocal de uma track deles que seria lançada em breve na Flashmob e perguntou sarcasticamente se eu havia sampleado da track deles. Eu ri e respondi que nem sabia que eles tinham track com o mesmo vocal. Havíamos sampleado um vocal do mesmo filme e no fim eu perguntei para ele, “e o que você acha de eu lançar ela como remix oficial da track de vocês?”. Amine riu e falou que seria uma ótima ideia. Meses depois a track foi lançada como remix oficial pela Flashmob Records. Moral da história: metam a cara e joguem a proposta sempre, o não você já tem! 

HM – Você pretende estruturar uma carreira internacional por agora? Ou esse é um projeto para o futuro? Quais suportes você vem tendo lá fora?

É um projeto para o futuro, mas sonho em fazer tours por muitos países que ouvem meu som com frequência, como Espanha, Inglaterra e Argentina. Venho tendo suportes de Michael Bibi, Latmun, Loco Dice, wAFF, Carl Cox, Wade, Solardo, Dennis Cruz, entre vários outros.

 
 
 
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🧨 JUST WOW 🧨 @michael_bibi_ abrindo o set dele com minha música “Freakin’ Bitch” 💀 Thanks for the support Bibi 👊🏻❤️

Uma publicação compartilhada por Classmatic (@classmatic) em25 de Jul, 2019 às 9:31 PDT

HM – Em uma união explosiva, você e Gabe uniram forças em novas tracks que estão saindo do forno. Como é a experiência de produzir ao lado de um nome já consolidado e tradicional na cena brazuca?

Muito gratificante. Estamos trabalhando em um EP especial! 

HM – Quais as novidades que podemos esperar daqui para frente?

Começando pelas músicas, o lançamento do meu álbum obviamente, que vai ser o principal material do ano para mim, além de novos lançamentos em labels como La Pera Records, entre outros. Agora, na parte da estrada, muitas gigs importantes em lugares que sempre sonhei em tocar que serão anunciados em breve! 

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Foto: ZOOE

HM – Se você fosse dar alguma sugestão ou uma palavra importante para alguém que se espelha em você e que esteja começando, o que você falaria? 

Que faça a gestão de seu projeto/carreira como uma empresa/marca. Primeiro de tudo, originalidade e autenticidade, tanto visualmente falando quanto musicalmente. Seja você e lance o produto que você gostaria de ver no mercado. E para finalizar, trabalhe mais que os outros, sempre! Nenhum talento vence o suor.

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Classmatic e o manager Jonathan Posso – Foto: divulgação

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