Entrevistamos DJ Toigo em um momento inspirado, com direito a set exclusivo!

Por Marllon Gauche

Foto de abertura: divulgação

Muitos artistas do cenário ainda precisam ocupar mais de uma frente profissional para levarem uma vida estável, mas poucos conseguem realizar uma jornada dupla com tamanho brilhantismo. No caso de Rodrigo Toigo, além de buscar seu espaço no mercado da música eletrônica como DJ e produtor, ele ainda está envolvido com a moda, empresariando modelos e influencers com parcerias em grandes agências de modelo do Brasil.

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Foto: divulgação

Mas este panorama está mudando gradativamente. Assim como muitos, Toigo sonha em tocar nos maiores eventos do mundo e dedicar-se inteiramente ao universo musical, e os passos para alcançar esse objetivo já estão acontecendo. Seu trabalho de estúdio tem demonstrado uma evolução cada vez maior, a exemplos de suas últimas faixas lançadas “Zaniah” e “Spike”, e outras produções que já receberam suportes bem interessantes.

O artista mantém residência em clubs paulistas como Sub, Porto Luna e também do novíssimo Tulum Bar & Club, inaugurado recentemente. Por lá, Toigo irá comandar as noites de quinta-feira, tocando nas duas pistas da casa e convidando DJs especiais para integrarem os lineu ps. Em meio a essa rotina intensa, Toigo reservou um tempo para a House Mag contando um pouco mais sobre sua carreira. Aproveite para ouvir o set exclusivo enquanto curte essa entrevista especial!

HM – Olá, Toigo! Muito obrigado por nos atender. Sempre gostamos de saber a relação inicial de um artista com a música eletrônica. Como foi no seu caso? Quando essa paixão se iniciou?

Eu comecei nos bailinhos de dança da vassoura que rolavam nas festinhas de aniversário dos colegas de colégio, nos meus 12 anos. Nós sempre fazíamos fitas cassetes com as músicas que mais gostávamos para tocar na festa. Alí eu comecei a refletir o porquê de tocar aquela música, em que hora e o que causaria de efeito nas pessoas.

HM – Você possui uma longa trajetória na música eletrônica, com passagem por muitos estados brasileiros, consequentemente, públicos muito distintos. O que você aprendeu de mais valioso tocando por todo o Brasil?

Que são públicos muito diferentes, com expectativas diferentes e com conhecimento e consumo diferentes. Aprendi a me adaptar e prestar muita atenção na pista, inclusive antes da minha apresentação. Tento improvisar sempre dentro da minha linha e atender a demanda de entretenimento ao qual fui contratado.

HM – Qual situação específica você considera aquele ponto de virada na sua carreira? Que momento mais te marcou até hoje?

Eu sou muito grato a todas as oportunidades que me foram dadas e pra mim, todas foram um passo importante. Considero as produções “Zaniah” pela Prisma Techno e “Spike” pela Rubik`s Recordings um grande avanço. Toquei em eventos importantes como o D-Edge Festival, mas, pra mim, as produções e o suporte de DJs como Mark Knight, Gene Farris, Paco Osuna, Vanilla Ace e Marco Carola me impulsionam ainda mais para meu aprendizado.

HM – Você é um daqueles caras que toca sempre com um sorriso estampado no rosto e se diverte muito durante seus sets. Para você a postura do DJ na cabine influência na experiência do público?

Acredito que sim, mas também acho que tem limite para não parecer o Silvio Santos [risos]! Eu não curto muito DJ que não para de falar em microfone, sobe na cabine inteira e parece um coelho pulando. Acho que a interação com o público é fundamental, principalmente em locais menores, com público bem próximo, mas sem exageros e performances bizarras. Ah, por sinal, sou fã do Silvio Santos, ele arrebenta no programa dele, feito pra ele e por ele!

HM – Você também tem direcionado seus esforços para a produção musical recentemente, certo? Há pouco tempo, você lançou a faixa “Spike” pelo renomado selo francês Rubik’s. Conta pra gente como foi o processo criativo da track e como você avalia sua estreia na gravadora?

Meu foco hoje é totalmente as produções. Trabalho com várias pessoas que me ajudam, me ensinam e tornam o processo prazeroso e real. Recebi elogios da equipe da gravadora e isso pra mim foi incrível. “Spike” vendeu super bem até hoje, superando as expectativas. Eu considero as escolhas de timbres e a simplicidade da melodia a grande sacada da track. Acho que música tem que contar uma história com sentimento e é isso que busco. Sempre penso no que a música está contando, mesmo saindo de algum improviso. Se faz sentido e me emociona, então ela existe.

HM – Alguns lançamentos também já estão engatilhados para os próximos meses, correto? Você já pode revelar alguma coisa pra gente? O que Toigo apresentará nas próximas produções?

Eu acredito que esse ano vai ser de muito trabalho. Tenho diversos lançamentos pela frente, entre eles a faixa “Children of Yemen”, que foi lançada dia 10 de maio pela Run Deep, mesmo selo que lancei uma outra faixa minha, “Borealis”. No fim do mês lanço “Medusa” pela Sirup Records e também tenho dois EPs super importantes saindo nos próximos meses, um por um selo novo de Berlim chamado Avocado Dreams, com cinco produções, e outro pela querida Prisma Techno, com três músicas originais. Todas as faixas são variações de techno com melodia um pouco mais elaborada.

HM – Como a maioria dos artistas, imagino que você também tenha alguns produtores como referência. Quem você acompanha com maior frequência? Existe alguém que está sempre no seu repertório?

Sim. Sou fã de Township Rebellion, Hidden Empire, Teenage Mutants, Joris Voorn, ARTBAT, Human Element, Moonwalk e, claro, alguns brasileiros como Paulo Foltz, Binaryh, Blancah, Victor Ruiz e Gui Boratto.



HM – Para finalizar, se você pudesse escolher um artista para fazer uma parceria no estúdio, quem seria e por quê? Muito obrigado pelo seu tempo!

Gui Boratto. Ele é a maior referência que tenho. Não o conheço pessoalmente, mas lembro da primeira vez que vi uma apresentação dele. Foi numa festa de réveillon no MAM Rio de Janeiro, em 2004, pelo que me lembro. Seu trabalho é impecável. Muito obrigado pela oportunidade e pela conversa, foi um prazer!

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