O Nomumbah é o projeto encabeçado pelos DJs Ale Reis, Rafael Moraes e André Torquato, que surgiu em 2005 e que está na ativa até hoje. Experientes e com carreira longa na cena eletrônica, os três deram vida a um grupo despretensioso que flerta com ritmos variados que vão do jazz até ritmos africanos e brasilidades. Música eletrônica de qualidade e atemporal, sem se prender a modinhas e que conquistou até nomes internacionais como o DJ norte-americano Onsulade, que virou uma espécie de de padrinho dos rapazes.
Nesta sexta feira, 29/7, o Nomumbah lança o primeiro EP pelo selo D-Edge Records, comandando pelo clube paulistano D-Edge, do qual os três produtores são residentes. Com três faixas, Udu é um disco de house maduro, que às vezes flerta com batidas mais deep (como na faixa título Udu) e, em outros momentos, mostra-se mais dançante (Bullets, que encerra o álbum, é assim).
Ale Reis e Rafael Moraes estão em turnê na Europa, mas conseguimos falar com o DJ André Torquato, que nos respondeu algumas perguntas sobre o projeto e também sobre o novo lançamento. Abaixo, você também confere, em primeira mão, uma prévia das três faixas de “Udu” via HeartThis.

HOUSE MAG – Como surgiu o Nomumbah?
ANDRÉ TORQUATO –
Ale Reis conheceu o Rafael Moraes numa loja de discos e viraram amigos. Em 2005, eles tiveram a ideia de montar esse projeto, até então sem nome. Eu já era muito amigo do Ale, que sugeriu ao Rafa que me convidassem para completar a “gang”. Ambos já eram excelentes DJs, o Ale é um ótimo produtor e o Rafa, além de DJ, também é músico percussionista. Eu entrei pra ajudar com as partes harmônicas. Mas, na verdade, os papeis se fundem e se misturam de uma forma em que todos fazem um pouco de tudo.HM – De onde vem esse nome?
AT –
O nome foi uma sugestão do Mario Fischetti, nosso amigo. A principio seria o nome de uma festa “Nomuma” (que significa “noite de musica maluca”). Acabou virando Nomumbah, que é mais afro, já que a música negra, o soul, o jazz e a música instrumental brasileira são grandes influências no nosso trabalho.HM – Qual é o diferencial do Nomumbah frente a outros projetos eletrônicos? AT – Acho q um “diferencial” é o fato de fazermos nossa musica com desprendimento, independentemente do que esteja “na moda”. E essa brasilidade acabou conquistando o respeito de vários artistas que admiramos. Principalmente o Onsulade q nos apadrinhou e hj eh um grande amigo.
AT –
Udu é o nome de um instrumento de percussão. O processo criativo nesse trabalho, assim como nos outros, foi assim: cada um começa suas ideias em seus próprios estúdios e mostramos uns aos outros. Cada um opina e/ou acrescenta elementos. O Ale sempre mixa e às vezes até masteriza.HM – Quais são as vantagens e desvantagens de se produzir em trio?
AT –
Compor em trio com os três juntos no estúdio ao mesmo tempo é bem difícil. Ainda mais porque o Ale mora em Florianópolis e nós, em São Paulo. Quando conseguimos nos juntar, é sempre divertido. O fato de ele morar em outro Estado também dificulta esse encontro a três nas cabines ou palcos. Porém, como DJs, nós nos curtimos bastante e cada um tem a liberdade para representar o Nomumbah em qualquer parte do mundo. Seja solo ou em duplas.HM – Tem alguma novidade para o futuro com relação a gigs e outros lançamentos?
AT –
O Ale e o Rafa estão cumprindo agendas pela Europa neste momento. Estamos criando um live em dois formatos: um mais compacto e outro com alguns músicos. Temos também um álbum pronto para ser lançado pela Yoruba Records, do Osunlade, no final de 2016 ou comecinho de 2017.