Conheça SODREE, que está se destacando na cena minimal/deep tech com o EP Rapid Descent

Por Rodolfo Conceição

Foto de abertura: divulgação

A jornada dupla é uma realidade para muitos artistas em começo de carreira, que acabam tendo um trabalho mais tradicional paralelamente à jornada na música que, muitas vezes, acaba ficando em segundo plano, freando sonhos e dificultando a profissionalização desses mesmos artistas. O que para muitos é motivo para desistir, para o catarinense SODREE foi o combustível que ele precisava para buscar fora do Brasil as oportunidades que não encontrava na sua terra-natal.

Apenas um ano após tentar a sorte em Edimburgo, na Escócia, o DJ e produtor colhe os frutos já com seus primeiros lançamentos. O EP “Rapid Descent”, que saiu em março pela gravadora Distance Music (comandada por uma de suas referências, Bassel Darwish) ganhou destaque a reboque da track For Respect, que escalou as paradas do Beatport, alcançando a posição #9 nas paradas de minimal/deep tech.

“Escuto música eletrônica há muito tempo, e ia construindo várias track mentalmente. Eu sempre tive ideias de track, escutava uma batida, um vocal e pensava: ‘baaa, isso dá uma track massa’! Aliado a isso, posso dizer que sou uma pessoa criativa, mas só isso não adiantava”, relembra SODREE, que tem 28 anos e começou a discotecar ainda em Araranguá, cidade do sul do litoral catarinense, em 2015, e desde então vinha se firmando na cena regional.

Por mais que tivesse a facilidade com a música, obtida desde os tempos de frequentador das principais festas de Santa Catarina, o artista ainda tinha um último obstáculo para vencer. “Eu precisava aprender a mexer no programa de produção. Meu tempo no Brasil era limitado, trabalhava o dia inteiro e não tinha tempo pra parar, focar e estudar. Foi quando no final de 2019 minha esposa e eu resolvemos tirar a dupla cidadania italiana dela e nos jogar para o Reino Unido. Em função do lockdown na Itália, acabamos ficando praticamente três meses dentro de casa. Era o momento. Eu tinha tempo, a cabeça estava fresca, então me dediquei”, conta, relembrando que a ida para a Escócia também implicou em uma mudança no seu nome artístico.

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Foto: Tô na Pista

“Quando comecei a produzir meu primeiro nome artístico era Sodré Jr, com o qual  assinei o single Private Show [Magic Beatz] e HYPNOTIC EP, que saiu pela Clubbing First. Com a dificuldade em explicar o nome em inglês, decidi alterar para SODREE, repaginando a minha identidade visual”, diz. Depois da mudança, vieram os lançamentos de Rapid Descent e do EP Dont Back, que saiu pela Street Habitat, mas a classe para explorar o groove do minimal/deep tech se manteve intacto. “Sinto-me orgulhoso pela conclusão de várias tracks em apenas um ano de trajetória. Dessas, algumas já foram assinadas por gravadoras. Há quem diga que o coronavírus atrapalhou seus planos, mas para mim, foi a oportunidade que eu precisava: tempo para estudar e iniciar na produção”, afirma, apontando dedicação, criatividade e estudo como os pontos cruciais para que tudo isso acontecesse em pouco tempo.

Além dos primeiros lançamentos, que estão tendo um retorno muito positivo, SODREE também lançará nos próximos meses tracks nas gravadoras Ludika Records (Brasil), Unnamed & Unknown (Portugal) e Exigo Records (Inglaterra), provando que o esforço e humildade estão sendo recompensados. “O resultado está ótimo, estou muito feliz, pois foi fruto de muito esforço e dedicação. Claro que estou apenas no começo, sei que há muito o que aprender ainda, mas o primeiro passo foi dado e sou muito grato a Deus pelas oportunidades”, finaliza.

Estamos de olho nos próximos lançamentos que virão por aí!


 

 


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