Por Nazen Carneiro da coluna Tudobeats
Foto de abertura: Alex Mendes
Ampla experiência musical forma o universo do artista que tem se dedicado cada vez mais a música eletrônica e, desta vez, apresenta duas composições “dentro de um ambiente minimalista somado a linhas bem melódicas”.
Composto por duas faixas, “Dro_P” é a faixa que entitula a obra, “Melodic Signal” revela a intimidade do pianista também com o cosmos da parafernália digital e toma para si a tarefa de “usar a tecnologia de forma artesanal”. Integrante do projeto extinto NZPA, junto de Zicker, não é de agora que o tecladista do Planet Hemp e Paula Toller está enfurnado no mundo da música eletrônica: 2020 foi para ele um ano de regularidade de lançamentos, sendo o quarto e último do ano, o EP “Melodic Signal”, disponível nas plataformas digitais.
Para saber mais sobre o EP lançado no dia 16 de dezembro pela Me Gusta Records, e muito mais, Pedro Auguxt concedeu entrevista à Coluna Tudobeats, publicada com exclusividade pela House Mag.
HM – Obrigado por esta entrevista e parabéns pelo bom trabalho que vem realizando com a música eletrônica também. Para começar, gostaria que contasse a história desse primeiro EP, filho da pandemia, “Melodic Signal”, e sua inspiração.
Obrigado a House Mag pelo convite, eu estou muito feliz com tudo isso. O lançamento desse EP me deixa extremamente realizado. Mais um filho no mundo: “Melodic Signal`!
Em tempos de pandemia, cheio de restrições, muitos questionamentos, todos cheios de incertezas, para mim produzir música continua a melhor forma de dedicar meu tempo. Esse movimento criativo dentro do estúdio é reparador, nem sinto a hora passar. Tocar é quase uma questão de sobrevivência para minha mente. Gostaria de destacar o maravilhoso trabalho do artista Pedro Formiga, responsável pela arte da capa e do videoclipe e do Carlos Sales, que masterizou. “A inspiração existe, mas tem que te encontrar trabalhando.” é um pensamento do Pablo Picasso que coloco em prática na minha rotina.
HM – E neste caso você estava trabalhando onde, quando a inspiração te encontrou?
“Melodic Signal” e “Dro_P” nasceram num momento “recreativo’’, no meu instrumento vital, o piano. Estava tocando algumas sequências harmônicas, procurando um caminho simples e hipnotizante e a idéia central das duas faixas começou a se tornar realidade.
HM – É realmente um som minimalista que tem a jornada baseada no piano, né?
Exato. Com essa história pré definida no instrumento, hora de ligar o computador e começar a construção da track. Mantive o piano como elemento principal da música, fiz um trabalho de sound design para descaracterizar e torná-lo mais viajante. O conceito é da base ser um ambiente minimalista somado a linhas bem melódicas.
HM – E “Dro_p” por sua vez segue nessa linha também?
“Dro_P” é uma track no mesmo universo. Curti tanto o processo e o resultado da primeira idéia (Melodic Signal) que imediatamente fiquei instigado em criar mais na mesma direção. Na caça pelo ambiente minimalista, linhas melódicas, timbres viajantes e algo que soasse simples e marcante.
“Uma identidade no meu trabalho é usar a tecnologia de forma artesanal. Programar os synths, tocar, afinar as peças rítmicas , customizar timbres, efeitos, fabricar meus ambientes, loops e acima de tudo curtir.”
HM – Você tem um amplo histórico em diversos estilos musicais e tocando vários instrumentos, tanto em carreira solo quanto com banda. Comente, por gentileza, como tudo isso influencia na sua produção de música eletrônica.
Eu comecei a tocar muito novo e nunca mais parei. O que inicialmente era uma brincadeira acabou se por tornar-se uma preparação para o que estava por vir. A música é uma maneira de se expressar, de se comunicar. Tocar gêneros e estilos diferentes é como falar outros idiomas. Creio que enriqueça o processo. Meu espectro musical é amplo, seja como ouvinte ou trabalhando. Atualmente, toco com o Planet Hemp, sou tecladista da artista Paula Toller, tenho um projeto chamado Mini System – um power duo instrumental – além de gravar bastante no meu estúdio – Selvagem Beats – para diversos artistas. Sou músico e essa mistura aparece no meu som sempre.
HM – Você antes integrava o duo NZPA e agora trilha carreira solo. Como está esse processo para você?
Vejo o processo numa ascendente. O NZPA foi um start da maior categoria. Nossa principal característica era trabalhar com muitos sintetizadores, a gente entregava um som inteiramente analógico. Aprendi muito sobre engenharia de áudio com meu parceiro Zicker. Quando o projeto acabou precisei de um tempo até amadurecer e aprender todo o processo de produção. Agora me sinto seguro pra colocar uma tela em branco e começar a “pintar”. Tenho vontade de expor o resultado das minhas experiências sonoras. E é isso que estou fazendo.
HM – Do seu primeiro lançamento até o EP “Melodic Signal” está clara para você a identidade musical do Pedro Auguxt?
Procuro fazer o som que eu gosto de ouvir. Esse é o objetivo principal. Uma identidade no meu trabalho é usar a tecnologia de forma artesanal. Programar os synths, tocar, afinar as peças rítmicas customizar timbres, efeitos, fabricar meus ambientes, loops e acima de tudo curtir!
HM – Em 2020 você manteve uma regularidade de lançamentos – quatro – que se encerra com o lançamento do EP “Melodic Signal”. E 2021? O que vem por aí com o Pedro Auguxt e a música eletrônica?
Construí um Hybrid DJ/Live set 100% autoral. Recentemente, fiz uma transmissão exclusiva para a Produtora Me Gusta. Eu me diverti muito tocando! A repercussão foi incrível. O programa teve bastante views, bons comentários. Quero colocar esse bloco na rua, me apresentar pelo mundo. Além de continuar produzindo e lançando.