Por Luiza Serrano
Foto de abertura: canvas divulgação
Já batemos o 70º dia de isolamento social e ainda não temos datas exatas para quando poderemos voltar a ter um convívio social mesmo que sob restrições e medidas de distanciamento para evitar o contágio do novo coronavírus.
Nem nos nossos piores sonhos e imaginações férteis beirando ao apocalipse zumbi pareciam tão reais quanto ao que estamos vivendo agora. Sim, é real e estamos todos, ou deveríamos estar, em isolamento, prezando pela saúde do próximo e tentando evitar ao máximo a curva desastrosa de contágio que o Covid-19 tem.
Com essa mudança realmente significativa em nossas vidas, nossa rotina precisou ser adaptada e, a primeira medida: nada de aglomerações, contato físico. Ficamos órfãos de calor humano e abraços, o que, de certa forma, passou a ser amenizado pelas chamadas de vídeo. Não substitui, mas dá aquele calor no coração.
Quem aí não brindou com os amigos via WhatsApp Vídeo, ou convocou a galera para um rolê virtual no Zoom para curtir a live do artista que mais gosta. Pois é, é exatamente neste ponto que eu gostaria de chegar.
Ver o seu artista preferido em casa, com seus animais de estimação, de chinelo e meia, assim como você que está lendo esse texto, é algo raro sabendo sobre a rotina desses artistas. DJs tocando nas suas cozinhas, quartos, banheiros, revelando uma intimidade que traz a sensação de gente como a gente.
Nos feeds do Instagram, fotos das suas atividades como as nossas, alguns tentando ser produtivos mas passando pela montanha russa de emoções que é estar em quarentena, outros tirando um tempo para estar com a família. Uma identificação que revela que estamos todos no mesmo barco, com suas ansiedades, dias mais produtivos, outros nem tanto, pessoas reais.
Nunca o conteúdo consumido foi tão humanizado e é o que estamos vivendo neste momento. Estamos conhecendo um pouco melhor a intimidade dos artistas, suas famílias, suas relações com tempo e espaço, o que antes se resumia, praticamente, a estúdio, estrada, backstage, apresentações e por que não um after?
Se produzir conteúdo tem se tornado algo difícil no dia-a-dia de quarentena, talvez a resposta esteja nesta humanização, em soluções simples, de identificação e interação com o público. Estamos com saudades de contato, o que também explica o boom das lives e calls. Se essa é a realidade que temos para os próximos dias, que façamos uso do que está ao nosso alcance.
Quando o Vintage Culture aparece de roupas de ficar em casa em sua sala de estar e brinca com o seu fiel escudeiro Bentim Ruiz, quer algo mais real? Ou quando você vê Adam Beyer com suas filhas no quintal de casa; Tale Of Us interrompido pelo gato de estimação que, diga-se de passagem, é zero tímido. ANNA e Webbha na sala da sua casa mandando mensagens escritas em uma folha de papel de esperança e motivação. Os formatos de bate-papo entre artistas, mantendo uma aproximação com o público, trocando experiências, interagindo mesmo que a distância.
Realmente, não está sendo fácil. Mas, se encararmos essa realidade como o nosso presente e pensarmos que é como e onde temos que trabalhar, talvez passamos a entender que, assim como você artista, o público está em busca de proximidade, e humanizar o seu trabalho é proporcionar uma identificação ainda mais forte com o seu público. Gente como a gente!
Reunimos algumas dicas para facilitar e movimentar a sua criatividade:
1 – Conte sobre o seu dia-a-dia, compartilhe as suas experiências;
2 – Não compare o seu conteúdo com mega produções a lá David Guetta em Miami, você pode ter como referência, mas para realizar lives e conversar com os seus fãs, soluções simples podem fazer grande diferença. Não interrompa a sua interação com o público porque não pode promover uma estrutura hollywoodiana;
3 – Responda o seu público, interaja, gaste um pouco do seu tempo com essa atividade. Estamos todos buscando nos aproximar;
4 – Convide a sua crew para um bate-papo, artistas que você tem um relacionamento, promova um hangout, por que não um box de perguntas e respostas?
5 – Já pensou em compartilhar o que você sabe? Seja música, culinária, marketing, use ao seu favor.
