Bandas, DJs, lives de hip-hop, bass music e experimental na TribalTech. Fique por dentro!

Por Brunno Lisboa (Jahnu)

Foto de abertura: Ebraim Martini

A última edição da TribalTech contou com um palco especial, o Organic Beat, que abrigou um line up repleto de destaques, entre bandas, DJs e lives de hip-hop, bass music e experimental. Com uma sonoridade que foge das batidas do techno, psytrance, progressive trance, tech house ou house, o stage atrai um grande público à procura de uma pegada sonora diferenciada, mas que conversa perfeitamente com a essência do evento que tem um perfil multicultural.

Porém, desta vez, esse espaço foi ampliado. O Organic Beat vai receber um palco maior e com mais atrações, além de ter sido destrinchado. Calma! O que era bom ficou melhor. Nesta edição, o Organic vai receber apenas apresentações de bandas, com grandes nomes, como Planet Hemp, Karol Conka e Mano Brown.

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Karol Conka – Foto: Mariana Zarpellon

Mas e os DJs e lives? Eles ganharam um stage próprio, que é uma novidade da TT. Assinado pela 351, tradicional casa de Curitiba que levanta a bandeira do gênero, o  palco vai receber grandes nomes, entre eles, DJ Negralha e o rapper BNegão, que irá discotecar após o show do Planet Hemp.

Confira os detalhes de cada palco e suas principais atrações!

Organic Beat 

Conforme falamos anteriormente, o palco está ainda maior. Este ano, contará com a presença da banda Planet Hemp, que é sem dúvidas a grande surpresa desta edição. Também está confirmada a cantora Karol Conka e o projeto paralelo do Mano Brown, chamado Boogie Naipe, que troca a agressividade do rap que o consagrou à frente dos Racionais MC’s, pela leveza do R&B, influenciado por ritmos que vão da MPB ao jazz, uma experiência multicultural digna do conceito proposto pelo Organic Beat.

Karol Conka – A prata da casa Karol Conka já faz parte do hall de artistas multifacetadas. Rapper, cantora, compositora, atriz e apresentadora, iniciou sua carreira ainda no colégio, participando de concursos de dança e rap. Em 2011, lançou seu primeiro EP, “PROMO”, do qual fazem parte os hits Me Garanto e Melhor Que Se Faz. Mas foi em 2013 que ganhou o Brasil e o mundo com o aclamado álbum “Batuk Freak” (DeckDisc), com produção do Nave (um dos mais importantes do país). Foi hit, atrás de hit! Boa Noite, Gandaia, Gueto Ao Luxo, Vô Lá, entre outros.

Com “Boss In Drama” vieram os hits Farofei e Lista VIP; com Tropkillaz, Tombei e Lalá. A cantora também gravou com Luiz Melodia, Buraka Som Sistema (Portugal), Banda Uó, Djonga, MC Carol e vários outros artistas. Recentemente, soltou uma releitura da faixa Cabeça de Nego, do rapper Sabotage, com os produtores Tejo Damasceno e Rica Amabis. Envolvidíssima nas causas sociais, representa e é uma voz contra a opressão, o racismo e a homofobia. Na televisão, apresenta o programa Superbonita no canal GNT. É show pra gritar, cantar e dançar!

Mano Brown – Pedro Paulo Soares, mais conhecido como Mano Brown, é uma lenda viva do rap nacional. Com o Racionais MC’s, se tornou a grande voz do rap no país com uma extensa carreira. Lançado em 1990, “Holocausto Urbano” foi o primeiro disco de oito álbuns. Fim De Semana no Parque, Homem Na Estrada, Capitulo 4 Versículo 3, Fórmula Mágica da Paz, Negro Drama, Vida Loka 1, Vida Loka 2 e mais uma dezena de hits, fizeram parte da trilha sonora de boa parte dos brasileiros em 28 anos de Racionais.

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Foto: divulgação

Mas Mano Brown tinha um desejo antigo, gravar um disco voltado para o soul/funk dos anos 70/80, falando de amor, paixões, mulheres e desilusões, e que resgatasse aquela nostalgia dos bailes black de antigamente. E isso se concretizou no final de 2016, com o álbum “Boogie Naipe”, lançado pela sua gravadora de mesmo nome. Com 22 faixas, o disco tem produção do próprio Brown e Lino Krizz, e participações de Seu Jorge, Hyldon, Ellen Oleria, William Magalhães (da Banda Black Rio), Carlos Dafé, DJ Cia, Wilson Simoninha, Max de Castro, Lino Krizz e o americano Leon Ware, parceiro de Marvin Gaye e Quincy Jones (lendas do soul mundial).

Com músicas como Mal De Amor, Felizes/ Heart 2 Heart, Flor do Gueto percebe-se o lado “romântico” e “sentimental” do artista, e em Boa Noite São Paulo, Gangsta Boogie, Dance, Dance, Dance o lado “dançante” proposto pelo disco. Em 2017, o disco foi indicado ao Grammy Latino de melhor álbum pop contemporâneo em língua portuguesa, consolidando assim um dos discos mais importantes da música brasileira nos últimos anos. Pode se preparar, porque o show é realmente um espetáculo onde Brown se mostra versátil ao lado de uma big band recheada de músicos competentes!

Planet Hemp – A banda mais contestadora dos últimos 30 anos da música brasileira. Fundada em 1993 pelos rappers Marcelo D2 e Skunk, e com Bnegão, Bacalhau, Formigão e Rafael Crespo integrando a banda, o Planet é uma mistura de rap, dancehall, rock, hardcore, ragga, punk e diversas outras influências musicais, como as bandas Living Colour, Dead Kennedys, Beastie Boys, Bad Brains, Cypress Hill, Public Enemy, Yellowman, Barrington Levy e vários outros.

Em 1995 veio o primeiro single, Legalize Já, seguido do disco “Usuário”, que saiu pela Superdemo/Chaos, selo da Sony Music, vendendo 150 mil cópias. Mesmo com o clipe censurado (passava após as 23h na MTV Brasil), a música se tornou um hino e uma bandeira a ser defendida pela banda. Mantenha o Respeito foi o segundo grande sucesso do álbum, que já havia sido elogiado pela crítica por sua sonoridade agressiva acompanhado de letras afiadas que colocavam o dedo na ferida. Em 1997 veio o segundo disco, “Os Cães Ladram mas a Caravana Não Para”, gravado no final de 1996 e mixado nos Estados Unidos. Foi produzido pelo carioca Mario Caldato Jr., radicado em Los Angeles e famoso por produzir os lendários Beastie Boys.

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Foto: Possato Photography

O rapper Black Alien, amigo de longa data da banda, passou a fazer parte e compor também junto ao grupo. Era a consagração, vendendo 500 mil cópias e recebendo disco de platina, a agenda de shows era lotada. Com o sucesso, grupos conservadores por todo o Brasil tentaram impedir seus shows, culminando em uma prisão de toda a banda em Brasília por “apologia as drogas”.

Do lado contrário, grupos pró-descriminalização, ONG’s, artistas, fãs se posicionaram contra este comportamento arbitrário. A banda conseguiu um habeas corpus e ganhou o longo processo, voltando a estrada como uma das bandas mais importantes e solicitadas em todo o país. Em 2000, veio o terceiro disco, “A Invasão do Sagaz Homem Fumaça”, com o single “Ex-Quadrilha Da Fumaça” tocando nas rádios e o clipe (sem censura) sendo exibido nos canais de música. Sucesso garantido, seguido por vários outros hits como Stab, Quem Tem Seda?, Raprockandrollpsicodeliahardcoreragga, entre outros. Em 2001, após o lançamento “MTV Ao Vivo: Planet Hemp”, acompanhado de um DVD com o show e vários sucessos a banda chegou ao fim.

Os integrantes só voltaram a se reunir em 2010, no aniversário de 20 anos da MTV Brasil. Os fãs foram à loucura! Mas foi somente em 2012, no aniversário de 30 anos do Circo Voador, que a banda voltou a fazer show e a ter uma “agenda limitadíssima” de apresentações. Com alguns poucos palcos durante estes últimos anos, é mais do que uma grande oportunidade assistir a um show do Planet Hemp.

351 Stage

Inédito na TribalTech, o palco é dedicado aos DJs e lives de hip-hop, bass music e experimental, sendo assinado pela reconhecida casa de Curitiba, 351.

DJ Negralha – Começou a discotecar em 1989 em bailes black pela periferia de São Paulo. Entre 1992 e 1996, tocou na nostálgica Choppapo, Club House e, em 1997, percorreu todo o estado com a equipe RapSoulFunk. No mesmo ano, passou a fazer parte do grupo de Rap SP Funk. Em 1998, ganhou o concurso para ser DJ da banda O Rappa, partindo imediatamente na turnê do disco “Rappa Mundi”, de onde não saiu mais.

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Foto: divulgação

Mesmo com o fim da banda, volta e meia faz algumas apresentações ao lado do vocalista e amigo Marcelo Falcão. Como produtor, lançou em 2002 o projeto Eletrosamba, banda que misturava Samba Rock com grooves eletrônicos. Com um currículo extenso, toca em todo o Brasil, além de vários países pelo mundo. Como ele próprio diz, “onde tem DJ Negralha, tem música boa”. É uma apresentação para se ficar de olho!

BNegão – Bernardo Santos aka BNegão iniciou no meio musical ainda no colégio. Foi integrante das bandas Perfeição Nenhuma Small Band, Engenharia de Som Ltda, misturando punk com eletrônico; Juliete, uma mistura de soul, rock e hip-hop; tocou também na banda de Niterói Missed Action e fundou a banda The Funk Fuckers. Em 1994, passou a fazer parte do Planet Hemp, já no disco de estreia, “Usuário”, cantando e compondo com a banda.

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Foto: Ândrea Possamai

Em 2001, deu início ao projeto BNegão & Seletores De Frequência, uma mistura de rap, hardcore, dub e funk. Lançou o disco “Enxugando O Gelo”, em 2003, com as músicas Nova Visão, Enxugando O Gelo e A Verdadeira Dança Do Patinho, tocando em festas e rádios por todo o Brasil. Em 2012, após nove anos, lançou o álbum “Sintoniza Lá”, com uma pegada de reggae, rock e funk. Em 2015, ganhou a rua o disco “TransmutAção”, o mais político da banda. Paralelamente ao trabalho com o grupo, faz shows pelo Brasil com o Planet Hemp. Com o seu projeto BNegron Bota O Som, assume as cabines e toca o que gosta, suas influências e claro, BNEGÃO!

Damassaclan – Disciplina, música, caráter, D.M.C. Damassaclan é um coletivo de Mc’s formado por Haikaiss, Costa Gold, Família Madá, Bitrinho, Flow MC, Dalsin, DonCesão, Tubaína, ZRM, Guerrilheiros, Pizzol, Syro, Jonas Bento, Ursso e Cortesia da Casa (RJ). Para o 351 Stage, será representado pelos Mc’s Ursso, Britinho e Chayco.

Plata O Plomo – Representando Curitiba, os irmãos Ian e Allan Giller Branco usam e abusam de loops ao vivo, samples, steel drum, baixo e teclado. Desta vez, eles convidam o beatmaker Dembeats. O live dos caras é uma mistura de jazz, rap, reggae e grooves próprios!

O line up ainda conta com um time de responsa e de casa: Sydney e THD x Givv, DJ Ploc, Dow Raiz, Low C x Sala, Ganesh x Korsain, Gui Hahn, Numa, Peen, Abduzidub & Subvertentes, Anaum, Bastardman, Raggamonk, Samsara.

Confira mais informações sobre a TribalTech aqui! Lembrando que a TT acontece no dia 22 de setembro, na Usina 5, em Curitiba.

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