Jack Cheler conversou com a House Mag com exclusividade sobre o ótimo momento em sua carreira

Por Alan Medeiros

Foto de abertura: divulgação

Uma história de amor e dedicação plena a música. Assim pode ser resumida a carreira do DJ e produtor Jack Cheler, que há muito tempo dedica grande parte de seus esforços em prol da cena e de sua evolução pessoal frente as interpretações artísticas possibilitadas pela dance music.

Com 10 anos de carreira, Jack é um dos nomes mais experientes no DJing da região do Vale do Itajaí e atende com pontualidade boa parte das características que formam um grande artista no cenário eletrônico. Desde o ano passado, Cheler intensificou seus trabalhos de estúdio e somando isso a toda sua experiência construída no âmbito regional e nacional, não é exagero dizer que estamos falando de um talento em franca ascensão, com o mesmo brilho no olhar de um jovem apaixonado pela música e a maturidade de um profissional com uma década de vivências dentro desse cenário. 

No último mês, Jack estreou pela gigante Serialism, label comandada por Cesare vs Disorder. Sua faixa, Little Groove, já conquistou o suportes de grandes nomes como tINI e outros lançamentos anteriores entraram para o case de artistas do calibre de Gromma, Ney Faustini e Marco Carola, fato que reforça o bom momento da carreira do catarinense. Nesse bate-papo exclusivo, Jack Cheler fala com profundidade sobre o desenvolvimento de sua jornada profissional. Confira!

 
HM – Olá, Jack! Tudo bem? Após anos de dedicação a discotecagem, o que exatamente te levou a apostar suas fichas na produção musical?

Olá! Tudo ótimo! Já faz quase 11 anos que eu toco e há algum tempo sentia falta de algo na minha carreira. Sempre fui uma pessoa que gosta de novos desafios, quem me conhece sabe o quanto de atividades realizo paralelamente a minha carreira como DJ. Ter minhas próprias músicas se tornou uma necessidade artística para mostrar um pouco mais do que ela representa na minha vida. Durante muito tempo pesquisei por produtores, novas tendências e sonoridades e com isso acabei enxergando um espaço para criação da minha identidade nesse meio. Desde então, tenho me aperfeiçoado com muito estudo para evoluir dentro desse segmento

HM – Seu próximo lançamento está confirmado pela Serialism Records, um dos labels mais respeitados do mundo. O que representa pra você ter seu trabalhado veiculado nesse selo?

Poxa, pra mim ou para qualquer produtor, ter suas faixas lançadas por uma grande gravadora como a Serialism representa um auge e uma realização, acredito eu. Isso também é a prova  que o seu trabalho esta sendo reconhecido e que você está fazendo as coisas pelo caminho certo, ainda mais quando estamos falando de uma gravadora que tem nomes como Cassy, Mathew Jonson, Tale of Us, Maceo plex, Cristi Cons, Dewalta, The Mole, Mike Shannon, Maayan Nidam, Quenum, Jay Haze, Andre Buljat, Shaun Reeves e outros. Estou muito feliz por essa conquistas, as vezes deito na cama e nem acredito no que está acontecendo, muitas vezes me pergunto por quê não comecei isso antes. Acho que isso tudo é fruto do meu amadurecimento. Agora posso mostrar pro mundo algumas experiências e sonoridades que antes eu não tinha. 

HM – Como tem sido seu trabalho em busca de um equilíbrio entre suas preferências na pesquisa musical e no trabalho de estúdio?

Nos últimos meses estou passando a grande parte do meu tempo no estúdio, estudando, me aprimorando e gravando EPs. Minha rotina de hoje é da cama para o estúdio [risos]. Acabei mudando o foco e hoje pesquiso faixas nas horas vagas, enquanto maior tempo é dedicado para produção musical. 

HM – Quais são suas principais referências na produção musical atualmente? Você enxerga essas preferências com um bom nível de aceitação nas pistas brasileiras?

Minhas principais referências sempre foram nomes como Archie Hamilton, IO (Mulen), Priku, Mihai Popoviciu, Sakro, Giuliano lomonte, Viceversa, Barac, Lowris, Ney Faustini e outros vários. Costumo dizer que produtor novo com boa música sempre tem um lugar para ele na pista, então sempre gostei de sonoridades novas.

Eu observo muito o que está rolando em outros países, estilos, movimentos, etc. Só  basta você se dedicar e procurar estes movimentos, pessoas e eventos para ter uma boa referência. Vejo uma crescente aqui no Brasil há um bom tempo com foco no Minimal e no  Micro House e com isso acabei enxergando uma porta aberta onde há poucos produtores atuando nesta área, a maioria dos nacionais referências nesse segmento é somente DJ. Com a vinda de muitos produtores novos para o Brasil, sendo em clubs ou núcleos e festas por todo lugar, imagino que novas portas se abrirão no futuro. 

HM – Em qual momento você percebeu que a música era mais que um hobby e que isso poderia ser sua profissão?

Acabei notando que muitas pessoas vinham até mim em busca de parcerias e um relacionamento mais sólido. Com isso fui ganhando espaço em várias festas e clubs pelo estado. Também passei a não me enxergar em outras profissões e isso foi decisivo para minhas escolhas desde então. 

HM – Outros movimentos artísticos exercem de alguma forma influência no som que você toca e produz? 

Sou um cara bem eclético, mas o Jazz e a Soul Music me inspiram muito. Atualmente estou assistindo muito shows de Rock e artistas de vários seguimentos, justamente para poder entender mais e aprender um pouco sobre o mundo das produções e mixagens feitas por grandes estúdios. Isso de alguma forma acaba influenciando aqui no meu estúdio e nas minhas produções, acho que é fundamental você prestar atenção em tudo em sua volta, o que deu e está dando certo, mesmo que sua intenção seja atingir um público não tão popular. Respeitar outros estilos musicais é fundamental para seu aprendizado, porque existem vários profissionais que estão trabalhando frente a cada um desses cenários e respeito é fundamental. 

 

 
HM – A última! O que você pode nos contar sobre as novidades para o segundo semestre?

Agora que eu estava pegando o ritmo do bate-papo ele vai acabar! [risos] No próximo semestre tenho outro grande lançamento. Será um EP pela Handcrafted da Espanha. Serei o primeiro brasileiro a lançar por lá, gravadora que tem produtores de muita expressão na cena mundial como Priku, Javier Carballo, Rick Maia, Just_Me, Melodi, Enzo Leep, Kaitaro, Cesare vs Disorder e outros. Ter seu nome ao lado de grandes produtores como esses que e citei é um sonho.

Também estou preparando um EP para a Serialism e agradeço demais ao Cesare por toda a confiança e o apoio que ele vem me dando. Ele é um cara que realmente acredita no meu trabalho e isso é incrível. Além disso tenho um lançamento pela AIAI-D, da nossa rainha Aninha, que também e uma das minhas inspirações e vive me dando dicas e feedbacls sobre minhas faixas. Fico incomodando ela. [risos] Por último, terei lançamentos também pela Laguna Music, Sloh Records, After Music e  também acabo de ser convidado para ser um dos novos residentes da pista Lakeroom do Matahari, club importante demais no meu desenvolvimento.

Obrigado pelo bate-papo galera! Sempre fui um leitor das edições impressas da House Mag e estou muito feliz em poder contribuir com o site de alguma maneira. 

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