Por Alan Medeiros
Foto de abertura: divulgação
Uma história de amor e dedicação plena a música. Assim pode ser resumida a carreira do DJ e produtor Jack Cheler, que há muito tempo dedica grande parte de seus esforços em prol da cena e de sua evolução pessoal frente as interpretações artísticas possibilitadas pela dance music.
Com 10 anos de carreira, Jack é um dos nomes mais experientes no DJing da região do Vale do Itajaí e atende com pontualidade boa parte das características que formam um grande artista no cenário eletrônico. Desde o ano passado, Cheler intensificou seus trabalhos de estúdio e somando isso a toda sua experiência construída no âmbito regional e nacional, não é exagero dizer que estamos falando de um talento em franca ascensão, com o mesmo brilho no olhar de um jovem apaixonado pela música e a maturidade de um profissional com uma década de vivências dentro desse cenário.
HM – Seu próximo lançamento está confirmado pela Serialism Records, um dos labels mais respeitados do mundo. O que representa pra você ter seu trabalhado veiculado nesse selo?
Poxa, pra mim ou para qualquer produtor, ter suas faixas lançadas por uma grande gravadora como a Serialism representa um auge e uma realização, acredito eu. Isso também é a prova que o seu trabalho esta sendo reconhecido e que você está fazendo as coisas pelo caminho certo, ainda mais quando estamos falando de uma gravadora que tem nomes como Cassy, Mathew Jonson, Tale of Us, Maceo plex, Cristi Cons, Dewalta, The Mole, Mike Shannon, Maayan Nidam, Quenum, Jay Haze, Andre Buljat, Shaun Reeves e outros. Estou muito feliz por essa conquistas, as vezes deito na cama e nem acredito no que está acontecendo, muitas vezes me pergunto por quê não comecei isso antes. Acho que isso tudo é fruto do meu amadurecimento. Agora posso mostrar pro mundo algumas experiências e sonoridades que antes eu não tinha.
HM – Como tem sido seu trabalho em busca de um equilíbrio entre suas preferências na pesquisa musical e no trabalho de estúdio?
Nos últimos meses estou passando a grande parte do meu tempo no estúdio, estudando, me aprimorando e gravando EPs. Minha rotina de hoje é da cama para o estúdio [risos]. Acabei mudando o foco e hoje pesquiso faixas nas horas vagas, enquanto maior tempo é dedicado para produção musical.
HM – Quais são suas principais referências na produção musical atualmente? Você enxerga essas preferências com um bom nível de aceitação nas pistas brasileiras?
Minhas principais referências sempre foram nomes como Archie Hamilton, IO (Mulen), Priku, Mihai Popoviciu, Sakro, Giuliano lomonte, Viceversa, Barac, Lowris, Ney Faustini e outros vários. Costumo dizer que produtor novo com boa música sempre tem um lugar para ele na pista, então sempre gostei de sonoridades novas.
Eu observo muito o que está rolando em outros países, estilos, movimentos, etc. Só basta você se dedicar e procurar estes movimentos, pessoas e eventos para ter uma boa referência. Vejo uma crescente aqui no Brasil há um bom tempo com foco no Minimal e no Micro House e com isso acabei enxergando uma porta aberta onde há poucos produtores atuando nesta área, a maioria dos nacionais referências nesse segmento é somente DJ. Com a vinda de muitos produtores novos para o Brasil, sendo em clubs ou núcleos e festas por todo lugar, imagino que novas portas se abrirão no futuro.
HM – Outros movimentos artísticos exercem de alguma forma influência no som que você toca e produz?
Sou um cara bem eclético, mas o Jazz e a Soul Music me inspiram muito. Atualmente estou assistindo muito shows de Rock e artistas de vários seguimentos, justamente para poder entender mais e aprender um pouco sobre o mundo das produções e mixagens feitas por grandes estúdios. Isso de alguma forma acaba influenciando aqui no meu estúdio e nas minhas produções, acho que é fundamental você prestar atenção em tudo em sua volta, o que deu e está dando certo, mesmo que sua intenção seja atingir um público não tão popular. Respeitar outros estilos musicais é fundamental para seu aprendizado, porque existem vários profissionais que estão trabalhando frente a cada um desses cenários e respeito é fundamental.
HM – A última! O que você pode nos contar sobre as novidades para o segundo semestre? Agora que eu estava pegando o ritmo do bate-papo ele vai acabar! [risos] No próximo semestre tenho outro grande lançamento. Será um EP pela Handcrafted da Espanha. Serei o primeiro brasileiro a lançar por lá, gravadora que tem produtores de muita expressão na cena mundial como Priku, Javier Carballo, Rick Maia, Just_Me, Melodi, Enzo Leep, Kaitaro, Cesare vs Disorder e outros. Ter seu nome ao lado de grandes produtores como esses que e citei é um sonho.
Também estou preparando um EP para a Serialism e agradeço demais ao Cesare por toda a confiança e o apoio que ele vem me dando. Ele é um cara que realmente acredita no meu trabalho e isso é incrível. Além disso tenho um lançamento pela AIAI-D, da nossa rainha Aninha, que também e uma das minhas inspirações e vive me dando dicas e feedbacls sobre minhas faixas. Fico incomodando ela. [risos] Por último, terei lançamentos também pela Laguna Music, Sloh Records, After Music e também acabo de ser convidado para ser um dos novos residentes da pista Lakeroom do Matahari, club importante demais no meu desenvolvimento.
Obrigado pelo bate-papo galera! Sempre fui um leitor das edições impressas da House Mag e estou muito feliz em poder contribuir com o site de alguma maneira.