Alex Stein vive momento de forte inspiração no estúdio e preparou um set bem cremoso e dançante!

Da redação

Se você ainda não parou para escutar os recentes trabalhos do DJ e produtor brasileiro Alex Stein, nós recomendamos que faça isso o mais rápido possível. Alex retornou recentemente de uma tour na Europa onde passou por Suécia, Alemanha, Turquia e França. Na bagagem, novas experiências e ainda mais disposição e inspiração para seguir com o excelente momento de estúdio que está vivendo – sua última faixa foi lançada pela gigante espanhola Suara e reflete bem o rumo que sua identidade musical está percorrendo no momento.

 

 
Embora o momento de Alex seja novo, ele não pode ser considerado uma revelação dentro do fértil mercado da música eletrônica brasileira. Com uma bagagem de quase 10 anos na pista e no campo da produção musical, Stein conquistou uma respeitável base de fãs através de produções que remetem a um estilo mais acessível dentro da música eletrônica. Após rodar o mundo e alcançar uma maior maturidade pessoal e profissional, Alex tem direcionado seus trabalhos para um novo rumo e esse processo, segundo o próprio artista, tem sido muito prazeroso e gratificante. 

Alex Stein respondeu algumas perguntas para a HOUSE MAG e cedeu parte de seu set gravado no club Kafes em Istambul para o House Mag Series. Confira abaixo nosso bate papo enquanto ouve o Podcast:

 

 
 
HOUSE MAG – Olá, Alex! Tudo bem? Sabemos que você possui uma história de vida um tanto quanto curiosa, já que cresceu dividido entre dois países: Brasil e Alemanha. Como cada uma dessas culturas contribuiu para sua formação enquanto artista?

ALEX STEIN – Opa, tudo bem! Obrigado por me receberem! Pois é, a minha vida sempre esteve dividida, alguns anos aqui e alguns lá. Não é fácil pra mim dizer exatamente qual foi a influência de cada uma das culturas na minha formação artística, mas sei que o fato de eu dividir meu tempo entre os dois países fez muita diferença. Foi na Alemanha que eu realmente descobri o Techno, há muitos anos, quando estava estudando Engenharia de Áudio em Frankfurt e fui no Cocoon Club (finado Club da lenda Sven Väth) e no Robert Johnson. Foi lá que tudo começou.



HM – Seu último lançamento, Aurora pela Suara, marca uma nova fase em sua identidade sonora. Como tem sido esse processo de transição para você?

AS – Para mim têm sido bem natural e tranquilo. Acho que foi algo que rolou sem nenhuma pretensão, eu só resolvi experimentar um pouco mais no estúdio e me dar mais liberdade quando estivesse tocando, foi libertador. É muito bom poder se desprender um pouco das coisas que a gente já conhece e esta acostumado a fazer e se permitir sair do molde. Os últimos meses no estúdio tem sido os mais prolíficos da minha carreira, sem dúvidas.



HM – Como seus fãs tem lidado com essa transformação musical que você está vivendo? É possível afirmar que eles estão “evoluindo” junto com você?

AS – Cara, é muito louco porque eu tenho os melhores fãs que alguém poderia desejar. A grande maioria deles não só entendeu a minha evolução como também a apoiaram e incentivaram, é muito bom isso. Saber que eles estão comigo e entendem o meu processo e o que eu estou tentando fazer é impagável!

 
 
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HM – Sua presença constante na Europa, com gigs e diversas experiências relacionadas à cultura, contribuiu para que você fosse para o estúdio determinado a fazer algo diferente do que vinha fazendo?

AS – Acho que não diretamente, mas contribuiu sim. Acho que o maior fator foi o meu amadurecimento mesmo, tanto pessoal como musical. Nos últimos 18 meses eu praticamente dei a volta ao mundo, toquei em todos os continentes e tive muitas experiências incríveis, além da sorte de poder conhecer muita gente e pistas de dança diferentes. Mas uma coisa ficou bem clara pra mim, de Berlim à Bali, da Austrália ao Canadá… o amor ao techno é o mesmo em todas as suas vertentes e possíveis facetas. Isso me inspirou a tentar coisas novas.



HM – Além desse lançamento da Suara, o que mais vem por aí em termos de releases para 2017?

AS – Vão ter alguns, mas a maioria ainda é segredo :) O único que posso divulgar agora é o meu EP pra Senso Sounds, do mestre Oliver Huntemann, que vai contar com a minha faixa ‘Zeit’, mais uma collab bombástica que fiz com meu bro Kalil chamada ‘Atomkraft’. O EP tambem vai ter um remix da ‘Zeit’ feito pelo talentosíssimo André Winter. Fora isso, prometo algumas coisas beeeem legais ainda esse ano, alguns remixes, algumas faixas novas e algumas surpresas também!



HM – Fale um pouco sobre esse set que você entregou para o House Mag Sessions. Ele foi gravado em casa, no estúdio ou em alguma gig?

AS – Esse set foi gravado no Kafes, um club de praia em Istanbul. Esse lugar é com certeza um dos meus preferidos para tocar, é de frente a uma praia linda e o club é todo aberto (inclusive o teto) mas você não percebe o litoral quando chega de noite, somente de manha quando o sol começa a nascer no horizonte por cima do mar, é foda. A energia do pessoal de lá também é incrível. Nesse dia acho que foram quase 5 horas de set e quando finalmente terminei de tocar, ninguém queria ir embora, muito legal! Acho que dá pra sentir um pouco dessa energia nessa gravação!

 
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HM – Fora da música eletrônica, outros movimentos artísticos ou sociais influenciam sua personalidade? 

AS – A verdade é que quando não estou no estúdio, não ouço muita música eletrônica. Sou mais do rock e do blues, mas até de música pop eu gosto. O que quero dizer é eu tento diversificar ao máximo possível as minhas influências, sejam elas musicais ou não. Acho muito importante a consciência de que tudo que conquistamos serve para nos ajudar a ajudar mais pessoas, e também acho muito importante sempre estar aprendendo, evoluindo e tentando se aprimorar, seja como pessoa ou artista. 

 
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