Por: Breno Loschi
John Acquaviva é o criador do Beatport.com, que mudou a forma como DJs e fãs de música eletrônica compram e descobrem as músicas que amam. Além da vasta carreira musical, é conhecido também por sua enorme coleção de discos, possuindo mais de 50 mil peças de vinil, abrangendo praticamente toda a história da club music. Com sangue de artista, John também foi produtor do filme “The Red Man”, um suspense, com a trilha sonora feita pelo Olivier Giacomotto, que narra a história de um DJ bem sucedido desconfiado de que seu psiquiatra e seu novo vizinho estão relacionados em uma sociedade secreta com envolvimento de mortes e drogas.
Em sua ultima passagem pelo Brasil, Acquaviva se apresentou no Playground que ocorreu no Parque Maeda em Itu, SP, com sua edição de 12 anos. Confira com exclusividade nossa conversa com o artista John Acquaviva:
HOUSE MAG – Você tem mais de duas décadas de experiência profissional como DJ. Como foi estar no negócio da música por tanto tempo e o que mudou durante esse período?
JOHN ACQUAVIVA – Não mudou muito em um sentido: como as pessoas ainda se juntam para compartilhar a magia de estar conectado por um groove, ritmo e batida. Embora devagar ao longo do tempo, essa batida mudou e a música, apesar de manter sua essência, é como olhar para uma foto antiga de si mesmo há 20 anos. Quando você observa esse intervalo, você percebe o quanto mudou. Mas se você olhar no espelho todos os dias, você provavelmente não perceberá.
HM – Você tem uma veia empresarial muito forte. Recentemente você também embarcou no setor cinematográfico como produtor do longa-metragem “The Red Man”. Como foi essa experiência?
JA- Música, arte e filme – isso para mim é a mesma família. Eu adoro estar perto de pessoas criativas. Uma vez que acreditamos na tecnologia, sempre tentamos combinar isso com a arte, bem como com os negócios. Temos um forte tema de DJ neste filme, então contamos uma história sombria do lado errado de todas as coisas que nosso mundo transmite.
HM – É verdade que você tem uma coleção de 50.000 dicos de vinil? E você já tocou todos eles?
JA- Eu acho que eu atingi cerca de 70.000 ou mais e praticamente toquei a maioria deles. Eu comecei a tocar durante os dias de Disco, toquei muito funk e rock-indie também. Na verdade, fiz umas contas e tenho mais de 5.000 noites oficiais como DJ! Para não falar de festas privadas e tocar música em casa!
HM – Quantas vezes você esteve no Brasil? Alguma coisa por aqui te marcou?
JA- Tive muitas visitas MARAVILHAS ao Brasil. A primeira foi no final dos anos 90 para o primeiro club de Techno, chamado Floresta. Então eu era residente no LOV-E Club, também havia festivais e gigs de clubs maiores como D-Edge e Curitiba Florida. Então eu sinto que vi o crescimento e desenvolvimento do Brasil, que agora faz dele um dos melhores lugares do mundo.
HM – Os artistas brasileiros estão em ascensão na cena eletrônica mundial. Alguém em particular atrai-lhe mais atenção?
JA- Tive o prazer de conhecer muitos artistas vindos do Brasil. Pessoas como Gui Boratto, com sua grande musicalidade e produtores como Renato Cohen e Wehbba. Aguardo com expectativa a conexão com a próxima geração.
HM – Como foi sua apresentação no Playground Music Festival, que aconteceu em São Paulo?
JA- Boa música e momentos divertidos!