Por: Flávio Lerner
É possível que o nome Jessica Tribst lhe seja mais familiar por causa do VIOLET, duo de considerável sucesso que a moça formou com a DJ/VJ Any Mello, por cerca de dois anos. Em fevereiro deste ano, o projeto acabou. Então, quando se reuniu na sede da Plusnetwork (antiga Plus Talent), que gerenciava a dupla, a Jessica recebeu o convite para continuar com eles, como artista solo.
Nesse novo ponto de uma carreira que acaba de completar cinco anos, a DJ — que antes disso trabalhava na produção executiva de grandes eventos, como MOB Festival, Camarote Salvador, UMF e Lollapalooza — tem focado mais do que nunca na produção musical. No próximo dia 19 de abril, lançará pela MUR (Miami Underground Records) o EP Breath, que traz nada menos que as duas primeiras faixas oficiais da artista, que revela estar estudando o ofício intensamente há um ano, ao mesmo tempo em que vai construindo aos poucos o seu home studio. O ano de 2017, portanto, representa um grande período de transformações para Jessica Tribst, que promete muito mais novidades. Confira abaixo como foi o papo com ela:
HOUSE MAG – Você começou trabalhando nos bastidores dos eventos e acabou virando DJ. Quem foram essas pessoas que te ajudaram nessa transição?
JESSICA TRIBST – Sempre gostei de estar nos bastidores, mas chegou um momento que meu sentimento pela música eletrônica se tornou maior do que tudo, e foi aí que resolvi “trocar de lados” rsrs. Sempre tive muita sorte com pessoas. O Juba do MOB Festival foi com certeza um dos meus maiores incentivadores, mas muitas pessoas me ajudaram. Amigos, família, DJs, produtores, professores…Talvez a grande maioria delas nem saiba o quanto foi importante. E não posso esquecer dos fãs, que muitas vezes dizem exatamente o que precisamos ouvir.
HM – Com o VIOLET, vocês chegaram a ficar um tempo meio em hiato, e acabaram retomando com todo o gás a partir de julho do ano passado, quando fecharam com a (então) Plus Talent. Por que, pouco tempo depois, o projeto, no seu auge, termina assim, de forma súbita?
JT – Para se trabalhar em sociedade, é necessário que as ideias estejam alinhadas e que a comunicação seja legal. Nós duas temos vibes diferentes, e lidamos de formas diferentes com muitas coisas da vida. Não estava mais rolando. Não gostaria que o fim do projeto tivesse sido da forma que foi, mas hoje enxergo que era pra ser assim. Sou extremamente grata a todo o aprendizado que o VIOLET me trouxe, fui muito feliz durante esses dois anos e agradeço imensamente o carinho do público.
HM – Como foi o convite para seguir solo na Plusnetwork, e como você vê seu projeto solo a partir de agora? O que muda entre a Jessica Tribst de dois anos atrás pra Jessica Tribst atual?
JT – Fiquei muito feliz com o convite para entrar na Plus, com certeza é um dos meus sonhos realizados. Adoro a equipe que trabalha lá, são todos muito queridos e comprometidos. Mas acho que vale destacar que não adianta um artista estar em uma agência, seja lá qual for, e não entregar material para ser trabalhado. É uma via de mão dupla.
A Jessica Tribst de hoje é bem diferente. Hoje minha identidade musical é sólida, e consegui criar uma conexão com a pista que é muito especial. Fico emocionada só de pensar! Tenho a segurança e a maturidade que eu sempre desejei, que só vem de fato com tempo e paciência. Sei bem o que eu quero e melhor o que não quero. Mas principalmente esses anos me fizeram perceber quem eu sou de verdade, e que a minha missão de vida é realmente compartilhar o amor através da música.
HM – Você acaba de lançar as duas primeiras faixas oficiais da sua carreira solo. Quanto tempo acredita que é necessário para estudar e praticar até estar pronta pra lançar uma música oficialmente
JT – Eu sempre fui meio insegura com relação a esse assunto de “estar pronto para”. Hoje acho que se a gente ficar pensando muito nisso, nunca faz nada na vida. Acredito que devemos fazer nosso melhor em tudo, sempre! Fazer isso nos torna preparados. Também é legal pedir opinião pra quem manja mais e alguns amigos, os mais sinceros de preferência (risos)! Sobre tempo praticando antes de lançar, nossa, isso é algo muito relativo! Cada um tem uma dinâmica diferente de processo, mas acho legal esperar um pouco sim. Eu, por exemplo, estou estudando pra valer mesmo tem quase um ano. Não tenho nada unreleased, quis esperar até me sentir pronta pra lançar — mas se você tem algum material legal e não tem onde lançar, manda bala! No fim das contas, acho que confiar na intuição é sempre o melhor negócio!
HM – Pode nos adiantar alguma coisa mais concreta sobre seu futuro em curto/médio prazo e os próximos lançamentos?
JT – Olha, o que eu posso dizer é que estou me dedicando com muito amor a essa nova fase. Tô realmente feliz com os resultados das minhas produções, que estão recebendo feedbacks incríveis de pessoas que eu admiro muito, mas sei que ainda tenho um longo caminho pela frente. Tem mais algumas faixas sendo negociadas, e lanço em breve pela Samambaia Records. Anunciei há pouco tempo a minha residência na Todai-ji, que é um club incrível em Tubarão. A conexão foi tanta que na primeira vez que toquei lá já recebi o convite para a residência! Fiquei mega feliz!
Ah, e tem outras novidades lindas a caminho que estou com o dedo coçando pra contar, mas ainda não posso (risos)! E uma agenda boa por aí em breve!