Alok tem redefinido os horizontes da dance music brasileira. O artista cresceu rodeado de música eletrônica, já que é filho de Swarup e Ekanta, dois DJs de psy-trance dos mais respeitados do país, sendo o pai o sócio-fundador do Universo Paralello Festival, que ocorre a cada dois anos na Bahia. Já mais velho, Alok optou por enveredar pelos caminhos do house e do edm, tendo inicialmente obtido destaque em festas por todo Brasil.
No ano de 2015, Alok passou a investir em um som mais característico, que chamou de Brazillian Bass. Misturando um pouco do “deep house” com umas “pitadas” de bass house, Alok, juntamente com artistas como Liu e Sevenn, consolidaram essa sonoridade nas pistas brasileiras. E isso foi só o começo! Com o lançamento da track “Alok & Sevenn – BYOB”, o artista alcançou o posto de producer da track mais tocada no mundo no Soundcloud, resultado obtido por um misto de acessibilidade para o público, qualidade (visto que a track é sim bem produzida), identidade (já que o estilo não era tão popular assim, antes dessa track) e, é claro, muita mídia (que sempre foi um inegável ponto forte na carreira do DJ).
BYOB logo chamou atenção no exterior, tendo sido tocada por Jauz em pleno Ultra Miami, e inserida na trilha sonora oficial do filme do Netflix sobre música eletrônica, chamado XOXO. Ganhando cada vez mais notoriedade, Alok foi um dos dois DJs brasileiros convidados a tocar no mainstage do Ultra Music Festival Miami ano passado. Além de sua carreira de DJ, sua equipe também trabalhava (pelo menos em tese) de forma autoral em sua label, UP Club Records, que nessa época também apresentou considerável crescimento.
E esse foi o início de uma “fase de transição” na carreira de Alok, que começou a dialogar e a abrir portas no exterior. Oliver Heldens, por exemplo, ouviu “BYOB” no Ultra Music Festival, gostou do estilo e convidou Alok para realizar uma track em colaboração, que ainda hoje não foi finalizada, porém, ao que tudo indica, está a caminho. Nessa fase também, Alok foi confirmado para tocar no “My House – by Martin Solveig” no Tomorrowland Bélgica 2016.
Nessa época, o artista lançou uma track com uma pegada mais pop, que alcançou o posto de mais tocada no Spotify brasileiro, além de ter sido “apenas” uma das 50 mais tocadas nos Estado Unidos – falo da “Hear Me Now”, em parceria com o Bruno Martini, que também foi o primeiro release de Alok pela label holandesa Spinnin` Records.
Essa parceria com o selo manteve-se quando soubemos que a track feita em parceria com seu irmão Bhaskar, chamada de “Fuego”, também seria lançada pela Spinnin.
Cada vez mais conhecido no exterior (e já no posto #25 do polêmico ranking da DJ Mag), Alok finalmente foi anunciado no palco principal do Tomorrowland Bélgica. Nessa época soubemos, por exemplo, que estava preparando uma colaboração com ninguém menos que Tiesto.
O crescimento do artista também envolveu entraves mercadológicos, visto que “abandonou” a Plus Network, que cuidava de sua carreira, para compor a Audio Mix (que é “dona” do Villa Mix – entendeu agora por que o artista está sempre no line desse evento?).
Além disso, Alok agora assina sua própria empresa de management de artistas, a Artist Factory, que conta com nomes como Liu, Sevenn (que recentemente também soltaram sua colaboração com Tiesto) e Gaba Kamer.
Analisando toda essa trajetória, chegamos à conclusão que Alok definitivamente entrou para o rol de grandes DJs internacionais. E na prática é isso mesmo: a maior parte dos shows marcados na agenda do artista serão fora do país, e é por isso que veremos Alok cada vez menos no Brasil, pelo menos por uns tempos.
Há poucos dias, Alok estava na Tailândia gravando uma campanha para a Budweiser na Ásia. Em sua agenda, consta que hoje (sexta-feira) estará tocando no Lollapallooza na Argentina, e amanhã, no Chile! Dia 2 de Abril, o artista viaja para Los Angeles para gravar a track tema da Budweiser para o Tomorrowland Bélgica.
Dessa forma, fica claro que Alok alcançou patamares nunca antes desbravados por DJs brasileiros, e, por consequência, a música eletrônica mainstream brasileira tem chegado em uma época talvez inédita em sua história.
Dá uma olhada na agenda do DJ para esse ano, digna de um grande artista internacional, não? Resta saber quando o veremos novamente no Brasil…
