Drum and bass: não há meio termo, você ama ou odeia. Leia a entrevista com o DJ Patife

Por: Lucas Portilho de Faria Cunha (Em parceria com o portal, Drumnbass.com.br)
Foto: Danilo Dans Alves

Wargner Ribeiro de Souza, mais conhecido como DJ Patife, é uma figura já conhecida pelo cenário do drum and bass nacional e internacional. Disc joquei desde o tempo em que as mixagens eram feitas em fitas cassete (final dos anos 80), o artista começou a sua trilha na música eletrônia nas garagens de amigos e aniversários. Ao longo da trajetória, Patife acumulou uma experiência inquestionável nas mais diversas pistas, palcos e emissoras de rádio que tem passagem.

A House Mag, em parceria com o portal Drumnbass.com.br, entrevisou uma das figuras mais importantes da história do drum and bass nacional. Confira:

 

House Mag e Drumnbass.com.br – Jovens artistas do drum and bass estão em ascenção no país e no exterior. Você observa alguma semelhança no trajeto destes jovens com o início da sua carreira?

DJ Patife – A principal semelhança é o amor por esse som e desejo em fazer algo e soar diferente. No mais, é difícil citar semelhanças porque são outros tempos. Na metade dos anos 90 por exemplo, produzir era algo para uma meia dúzia, pois não havia informação, acesso a equipamentos e tudo era bem complicado.

House Mag e Drumnbass.com.br – Drum and bass ontem e hoje. Nos dê uma análise do cenário atual do nosso país.

DJ Patife – Não há meio termo, você ama ou odeia. Sendo assim, independente da ascensão que ocorreu no início dos anos 2000 onde houve muito destaque para o D&B, somente quem ama e curte seguiu e segue esse som. Ao meu ver, o cenário é muito pequeno e isso é positivo, pois se tem vida longa e não fica uma coisa massante e chata onde todo e qualquer lugar que se vá lá está o som a rolar. É excelente ver quanta música é produzida aqui hoje; me deixa feliz ver o esforço que cada um faz para manter a chama acesa.

House Mag e Drumnbass.com.br – Grandes festivais internacionais possuem uma porta aberta para o gênero drum and bass tanto no Brasil quanto no exterior. De que forma estas oportunidades colaboram para o cenário nacional? O que diferencia estes eventos com os festivais especializados em drum and bass (como o Sun and Bass, por exemplo).

DJ Patife – É uma chance de mostrar para os que ainda não conhecem o D&B e aumentar o número de fãs. Eu particularmente sempre sou grato por poder participar seja lá do que for. Festival, clubs etc. O Sun and Bass é algo único e não dá para comparar com nada porque aquilo existe por puro amor ao som, todo e qualquer outro festival é um empreendimento.

House Mag e Drunbass.com.br – Sobre a segunda edição brasileira do Tomorrowland, qual é a leitura que você pode fazer do evento? Quais foram as melhorias do stage “DJ Marky and Friends” e como foi a resposta do público ao palco dedicado ao drum and bass?

DJ Patife – O evento é espetacular. Quinze ou vinte anos atrás não imaginaria que algo desse porte aconteceria por aqui. O stage Marky & Friends estava muito melhor localizado, melhor estrutura, ótimo sistema de som e luz. Fiquei muito satisfeito com quem dançou e curtiu enquanto eu tocava.

House Mag e Drumnbass.com.br – Em um cenário predominantemente “low BPM”, quais são as dificuldades e as facilidades do drum and bass em alcançar novos públicos?

DJ Patife – O Drum & Bass não tem dificuldade e facilidade alguma. Sempre esteve e está tudo certo com D&B. O novo público é que está sendo moldado do jeito que deseja. O cenário hoje é de business e não amor à música, seja low, fast, deep, pop, rap, reggae etc. São poucos os verdadeiros amantes da música que fazem o que podem e o que não podem para continuar a fazer o que gosta e de fato fazer a diferença.

House Mag e Drumnbass.com.br – Quais são os projetos que você está envolvido atualmente? Quais serão as próximas datas que irá se apresentar? Podemos esperar alguma novidade do seu selo?

DJ Patife – Recentemente, aprendi a não falar do que não está pronto. Digo apenas que estou trabalhando, me unindo com pessoas que tenho afinidade musical, pessoal e que falam minha lingua. Apresentações semanais aqui em Brasília às segundas e quartas no Dudu Bar, onde toco de tudo um pouco daquilo que faz parte do meu perfil musical. 18/06 toco em São Paulo (Marky & Friends) e 25/07 vou para tour fora do Brasil onde fico até 17/9.

House Mag e Drumnbass.com.br – Dê uma mensagem para todos os fãs de drum and bass no Brasil.

DJ Patife – Obrigado e muito obrigado por existirem, por serem os pilares desse nosso pequeno movimento que é tão grandioso para nós. Pois sem vocês nas nossas pistas nada acontece.

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