Mercado de discos de vinil lucra mais que transmissões gratuitas de YouTube e Spotify nos EUA

Por: Anderson Santiago

Para alegria dos hipsters, músicos, colecionadores e, principalmente, empresários, o mercado de discos de vinil vai muito bem, obrigado. Prova disso são dados da Associação da Indústria Fonográfica Norte-Americana (Recording Industry Association of America – RIAA), que divulgou nesta semana números sobre os lucros da indústria da música nos EUA em 2015.

Apesar de um aumento global das receitas de 0,9%, o equivalente a US$ 7 bilhões, a RIAA mostra que as vendas de vinil geraram 416 milhões de dólares em 2015, comparados com os 385 milhões oriundos de transmissões e streaming gratuitos de sites gigantes como YouTube, Spotify e Soundcloud.

Apesar de os dados serem positivos para alguns, a RIAA deixou claro que a indústria da música ainda enfrenta problemas significativos.

“O consumo de música está crescendo com velocidade, mas as receitas para os autores não mantiveram o mesmo ritmo”, disse o CEO da RIAA, Cary Sherman. “Em 2015, centenas de bilhões de transmissões de áudio e vídeo musicais feitas por meio de serviços on demand como o YouTube, mas as receitas têm sido escassas. Menores ainda do que outros tipos de serviços de música. Por isso, muitos músicos sentem que alguns gigantes da tecnologia têm enriquecido às custas das pessoas que realmente criam e fazem música. Algumas empresas tiram proveito de regras governamentais ultrapassadas e distorcidas e ferem o regulamento do mercado para pagar abaixo das taxas justas ou evitar o pagamento da música por completo”.

O YouTube defendeu-se por meio de um comunicado, dizendo que o Google já pagou mais de 3 bilhões de dólares à indústria da música. Mesmo assim, empresas como o Spotify e a Apple (que oferece o Apple Music), não têm muito do que reclamar, já que as assinaturas digitais pagas renderam o significativo valor de 1,22 bilhão de dólares no ano passado e representaram a maior parte do lucro na indústria musical pela primeira vez. O Spotify anunciou recentemente que tem 30 milhões de usuários que pagam pelo serviço premium, enquanto a Apple Music conta com 11 milhões. Aguardemos os próximos dados (e capítulos) dessa história.

Fique por dentro