REVIEW: Veja por que o Festival CRSSD está se tornando um dos mais conceituados nos EUA

Por: Lucas Santos e Gabriel Santos
Fotos: Gabriel Santos e divulgação

O CRSSD conseguiu mais uma vez nos apresentar um festival ímpar em meio à cena repetitiva de festivais de EDM. O festival, dedicado à cena mais underground, conseguiu sold-out ambos os dias. Os pequenos erros de produção e logística foram mascarados pela qualidade da line-up e pela vibração da multidão. Por ser um evento “jovem” (é o seu segundo ano de vida), é de nenhuma maneira um evento sem erros e provavelmente serão arrumados nas próximas edições com tempo e experiência.

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A pista de dança estava cheia de fanáticos do techno. A cada virada a multidão respondia com uma energia sem precedentes e muita dança. Mesmo com o festival sendo sold-out, todos tinham espaço para dançar e respeito ao próximo, algo raro quando muitas pessoas querem ficar nas grades da frente do palco e ser o centro das atenções. A idade minima do festival, de 21 anos, pode ter algo a ver com isso. Uma coisa é certa, quase todos estavam lá pela MÚSICA.

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Cada artista que estava naquele line up era digno de headliner, e pela reação da galera no dancefloor, eles concordavam conosco. Claude VonStroke e Jamie Jones foram os mais falados, e ambos realizaram sets hipnotizantes de duas horas. Claude mandou o seu som Dirtybird distintivo, com cada track uma surpresa. Todos do time da Hot Creations não deixaram a desejar, Lee Foss foi sem dúvida um dos destaque do primeiro dia, seu set manteve todos dançando sem parar por 120 minutos.

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Não posso deixar de falar dos honrosos: Green Velvet, que  tocou duas vezes, uma vez sozinho e um b2b com Claude VonStroke para o set de fechamento do festival, e também contribuiu com os vocais improvisados durante o seu b2b, MUITO BOM; Tiga, que aqueceu a multidão perfeitamente para o grande Jamie Jones; Odesza, que não só nos proporcionou um grande show de música ao vivo, como também um espetáculo incrível de show de luzes. Foi difícil escolher um favorito, pois o line up estava cheio deles, mas o Loco Dice levou a troféu para casa. A energia que ele tinha no palco contaminava a audiência, era impossível ficar parado com o seu `hard-hitting techno`. Na nossa opnião, ele foi o destaque do festival.

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É difícil apontar as coisas ruins quando você está ocupado curtindo a música, mas o festival é jovem, e problemas surgiram sim. Um problema que foi realmente notável foi a colocação da fila do festival, eles espremeram algumas centenas de pessoas em uma rua e demorou mais ou menos 1 hora e meia para entrar no festival.

Para os fumantes de cigarro, desculpe, neste festival é proibido fumar ou usar vaporizador. A produção do festival em si não tem muita culpa por esta regra, ela foi criada pela cidade, pois é um parque público. Algumas pessoas não curtiram muito, mas muitos não fumantes adoraram. Realmente esta é uma pequena lista de reclamações para a dimensão do festival, uma vez que você mergulha na multidão, você rapidamente esquece.

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Alguns outros problemas surgiram, mas não estavam no controle do time de produção. O clima não foi tão cooperativo quanto no ano passado. Choveu um pouco no começo da noite e se tornou muito frio logo que o sol se pôs, algo raro para San Diego, ainda mais na primavera. Também outro fator que não estavam no controle do festival foi o decepcionante desempenho de Chet Faker, que esvaziou a pista do main stage, a multidão rapidamente se deslocou para performances mais cativantes – ou talvez aquele não fosse o melhor momento e horário para o som mais intimista do Chet. Por último, Tale of Us foi cancelado no último minuto, ficamos desapontados no começo, até saber que Maceo Plex estava o substituindo. Ele sem dúvida foi uma boa escolha, pois também levou a galera à loucura durante o seu set – e que set.

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Para nós, brasileiros que estamos acostumados a ficar a noite inteira dançando, é meio estranho o festival acabar às 10 horas da noite, mas não é por isso que precisamos parar, pois as afters estavam recheadas de artistas e a galera ainda tinha energia de sobra. A experiência foi sensacional, totalmente nova, exploramos a área indo de after a after e felizmente a maioria das festas eram poucos passos do festival. O melhor de tudo é que sentimos de perto a vibe da cena underground, uma sensação mais íntima do artista para o apreciador, em club pequenos e quentes e a galera pirando no som. Tivemos o prazer de pegar o set do Claude VonStroke, Will Clarke, e Billy Kenny na boate `Spin`. Green Velvet novamente se juntou ao Claude para outra performance surpresa. Este momento assinou o final épico para o nosso fim de semana, sensação de dever cumprido e exaustos de tanto pular.

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